Capítulo 9 - Kiss

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"Não importa quantos passos você deu para trás, o importante é quantos passos agora você vai dar pra frente."                          

[...]                       

— Papai, Sina! — Enzo, logo que nos viu entrando no quarto abriu um largo sorriso. — O médico disse que iria melhorar muito rápido!                       

— E ele está totalmente certo, querido. Logo logo vai repor suas energias e correr por toda a casa, enlouquecendo Nori! — sorri.                       
— Como se sente, garotão? — Noah disse, me fazendo fitá-­lo.                       

— Me sinto melhor, papai. Onde está a Zoe?!                       
— Oh, Zoe preferiu ficar em casa e esperar por notícias. Mas, creio que você voltará para casa ainda hoje. — Noah concordou com a cabeça.                       
— Você quer comer alguma coisa, Enzo? — O garoto negou levemente com a cabeça.                       
Enzo me fitou por alguns segundos seguidos. Ele gargalhou baixinho.                       

— O que há? Está rindo de mim, garotinho... — Fingi estar brava.                       

—Você é muito bonita Sina. — corou. — E cuida de mim. Queria que você fosse minha mamãe.                       
Sina me olhou sem graça. Hoje era um daqueles dias em que eu estava corando pelo menos umas 50 vezes por minuto.

— Eu... Eu não sei bem o que te responder, querido. É só que...                       

— Tenho que concordar com você, Enzo. A Sina daria uma ótima mãe. — Noah disse, ao me olhar sorrindo. — Será que podem me dar licença? Eu não demoro.                       

Apenas assenti.                                                        

~. ~                       

Após chegarmos do hospital, como no previsto. Nori e eu colocamos ambos na cama. Não foi difícil para que ambos caíssem no sono. Enzo, parecia dormir bem. Pelo menos, eu esperava que sim. Caminhei para meu quarto, pois dormiria aqui, mesmo ainda estando no tempo de ficarem casa.                      

— Deve estar cansada. — murmurou uma voz grossa vindo atrás de mim.                       

— Nada fora do comum. — sussurro, dessa vez o encarando.

— Deve estar cansado também.                       

— É... Nada fora do comum. — rimos em uníssono. — Obrigado.                       

— Não precisa me agradecer. Eu gosto de fazer o bem. Em especial para aqueles que gosto.                       
— Uh, quer dizer que gosta de mim.                       
— Sim, eu gosto. Ou teria motivos para não gostar?                       

— Eu espero que não. — riu de lado. — Gosto de ser gostado. Em especial, de você.

— Eu não entendo. — ri nervosa. O nervosismo estava tomado sobre meu corpo. Eu estava demasiadamente tensa. — Onde quer chegar, Noah? — Foi a primeira vez que consegui falar seu nome de forma segura; De forma audível. Em alto e bom som.                       

— Sina, você deve me entender. — passou os dedos pela nuca de forma nervosa. — A última vez que eu senti o que eu estou sentindo agora foi por Noely. E isso é bem complicado para mim.                       

— E para mim, não? — Franzi o cenho, zangada.                       

— Eu sei que é difícil. Mas, eu acho que eu estou...                       

— Não quero que termine a frase. Por favor! — supliquei, me virando e dando­-lhe as costas.                       
— Não complique mais do que já é.

– Sina, por favor!                       

— Eu não sou assim. Eu não quero ser mais uma das que você usa para esquecer a dor que o corrói.                       

— Mas eu nunca fiz isso. — Tocou de leve em meus ombros. Um arrepio leve percorreu minha espinha.                       

— O que quer, Urrea? O que quer de verdade comigo? — Elevei meu tom, de forma austera, mas nervosa.

— Quer mesmo saber o que eu quero? — Assenti, sentindo meus olhos queimarem e meu coração pulsar rapidamente. — Eu quero você, Sina. Eu quero sentir o gosto que seus lábios podem me proporcionar. Quero sentir seu cheiro tão próximo ao meu que me cause tanta confusão. Quero poder te abraçar forte. Quero poder te ter em minha cama, sussurrando meu nome. Eu só quero poder sentir o que eu estou sentindo agora, Sina.

— Oh, Deus. Isso é loucura. — murmuro tão tensa como antes. Sinto sua respiração se aproximar da minha e quase arfo.

— Então eu estou louco. Mas, por você.

— Eu só sou uma babá alienada, atrapalhada. Cheia de parafusos a menos. Eu não sou a Lexie. Nem de tão perto Noely, Noah. Fique ciente disso.

— Você é a Sina. A minha Sina! — sorriu.

Seu sorriso me fazia voar rumo ao céu.

— Não podemos... Sabe disso.

— Sina, podemos sim. Eu te quero, e você não está negando o mesmo. Eu sei que me quer tanto quando eu a quero.

E sem nem piscar os olhos, eu estava fazendo a maior loucura da minha vida: beijando Noah Urrea.

Sua respiração quente contra a minha. Suas mãos fortes, agarravam com força minha cintura para próximo do seu corpo.

Oh, Deus, esse homem me deixava louca.

— Me desculpe, eu não posso... — Soltei­-me dos seus braços, e ele me encarou tristonho. Eu não podia fazer isso. Ele era o meu patrão; Pai das crianças, quais eu tinha obrigação de cuidar. E eu não podia fazer isso com elas.

Deitei­-me na cama e então pensei comigo mesma se aquilo não era um sonho... Após alguns segundos, já não vi mais nada. Apenas caí num sono profundo.

nossa adorável babá | noartOnde as histórias ganham vida. Descobre agora