Capítulo 2 - Enzo and Zoe

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— Então, está animada com o novo emprego? — Perguntou uma mulher, aparentemente com seus quarenta e poucos anos, me fitando, perto da porta de entrada daquela linda — e enorme, devo mencionar. — mansão.

— Sim. Estou ansiosa, mas, devo ressaltar meu nervosismo. — dou-­lhe um meio sorriso. — Ainda não tenho tanta certeza se ficarei com o emprego.

— Oh, querida, não fique nervosa, a senhora Linsey é incrível. E, sabe, tenho bons pensamentos de que ficará com o emprego. — Deu­-me uma piscadela.

— Obrigado. Muito mesmo, senhora. — Assim que disse, uma mulher loira e simpática, surgiu na porta, fazendo o sinal para que eu entrasse.

~*~

— Parabéns pelo pontualismo, senhorita Deinert. — Ela disse sorrindo e eu apenas, sorri, como agradecimento. — Bom, podemos ir direto ao ponto, sim?

— Ah, claro. — Disse assentindo, repetitivamente.

— Esta casa é de meu irmão, Noah Urrea; já deve te escutado sobre ele. — assenti. — Ele é viúvo há dois anos, não que isso seja, necessário da senhorita saber, mas... bom, ele, depois da morte de Noely, se tornou muito frio, e quase não tem tempo para os filhos. É aí que a senhorita entra. — sorriu levemente, gesticulando com as mãos. — Enzo e Zoey, são crianças adoráveis, mas, como todos de suas idades, podem parecer, na maioria das vezes, dois pestinhas. — ri de lado.— Algumas babás se auto­-demitiram, por se questionarem que são crianças difíceis, mas,só acho que necessitam de mais atenção, entende? — me fitou, intensamente, e eu, apenas concordei com a cabeça. — O fato é: O emprego é seu, claro que se ainda quiser. Pagaremos bem, lhe daremos moradia durante a semana, e o que mais necessitar. Eu passei uma boa temporada por aqui, mas vejo que tenho que retornar a minha vida — sorriu pensativa.

— O que me diz, senhorita?

— Posso começar hoje se quiser, senhora! — Ela sorriu de orelha a orelha e eu fiz o mesmo.

~*~

— Eu disse que conseguiria o emprego. — Disse a mesma senhora de logo cedo. — Sou Nori! O que precisar de mim, pode contar, sim?

— Digo-­lhe o mesmo. Me chamo Sina. Tenho plena certeza de que seremos boas amigas. — Coloquei uma mexa dos meus cabelos atrás da orelha e, relativamente, me olhei no espelho, fazendo uma leve careta ao ver o resultado. — é, tenho que perder alguns malditos quilos. — Gargalhei junto a Nori.

Entramos para dentro da grande mansão e a vista era admirável, era muito mais do que se podia imaginar. Tinha tudo que qualquer garotinha que acreditava em contos de fadas, poderia imaginar. Eu me sentia como em um castelo. Tudo bem, um castelo muito escuro, e de cortinas fechadas. Mas era como um castelo, diga­se de passagem.

— Admirada? — Perguntou senhora Nori, me vendo toda abobalhada com o que via.

— É um lugar para se sonhar. — disse maravilhada. — Quem dera um dia morar numa casa tão bonita como essa. — sorri.

— Veja, ali estão as crianças brincando. — No momento em que ela disse isso, um forte barulho de algo se quebrando, invadiu nossos ouvidos. — Oh não, Enzo! — ela disse correndo em suas direções.   

— Enzo, seu pai vai te fritar, garotinho! — ao entrar na biblioteca um menininho lindo, nos encarava com medo, no olhar. — Esse era o quadro que ele mais gostava, querido. — franziu o cenho, aborrecida.   

— Tudo bem, Nori. Podemos dar um jeito nisso, não é, pequenino? — O menininho ainda assutado, se escondeu atrás da grande mesa que havia ali. — Eu me entendo com eles, Nori. Parece ser uma boa oportunidade. — Ela assentiu, ainda preocupada, mas concordou.

— Não gosto de você. — a garotinha disse simples, fingi ter ficado chateada.

— Tudo bem, porque, eu também não gosto de você sabia? — ela franziu o cenho bufou.

— Como não gosta de mim? Você nem me conhece. — sorri levemente.

— Ahá! Digo-­lhe o mesmo, menininha! Como sabe que não gosta de mim, se nem ao menos me conhece? — Ela sentou no chão e começou a cochichar algo com sua boneca. — Tudo bem, se não quiser falar comigo e nem gostar de mim. Só te peço que tente ao menos me aturar por uns tempos, eu prometo fazer o mesmo em relação a você. Pode ser assim?

— Temos um trato, então? — ela disse sem me encarar, com sua voz fininha.

— Se quiser que seja. — disse rígida e ela assentiu, esticando sua mão. Apertamo-­nos uma na outra. Pude sentir a maciez de sua mãozinha, e lembrei-­me de como era bom ser uma criança.

— Ei, você se parece com a boneca da minha irmã. — O garotinho, que antes se escondia, me encarava com um sorriso travesso nos lábios.

— Hm. Sério? E qual o nome dela? — Zoey me olhou, com frustação.

— Ainda não lhe dei um nome porque não sei do que ela tem cara. — Ela riu de lado. — Qual é o seu nome?

— Sina. — eles se entre olharam e riram.

— O nome da minha boneca é Sininho! — ela riu. — Sabe, ela se parece mesmo com você.

— Eu adoraria conhecer minha gêmea, você poderia me apresentar a ela? — ela sorriu e eu também.

[...]   

— Sininho, esta é a Sina. — sorrimos juntas.   

— Olá, Sininho, como vai você? — brinquei. — Oh, vai bem?! Eu? Ah, estou ótima. Quer dormir? Tudo bem, então acho que nos vemos depois, talvez? — Zoey pegou a boneca e a colocou num carrinho de brinquedo.   

— Acho que ela gostou de você. — disse acariciando os fios negros do cabelo da boneca. — E, sabe o que ela me disse? Que te achou bem linda.   

— Por Deus, quão amigável é a Sininho. Quando ela acordar, diga que também a achei muito linda. 

Sorrimos e ela assentiu. — O que quer fazer agora?

— Gostamos de ouvir histórias, Sina. — Enzo disse, e eu sorri de lado. — Poderia nos contar?   

— Claro! — exclamei em êxtase. — Adoro contos de fadas, que tal "A bela e fera"?   

— Sim, mamãe nos contava quando éramos menores. — Os olhos de Zoey brilharam ao falar de sua mãe. O que as outras babás viram de tão ruim nessas crianças? Elas são incríveis. Eu estava disposta a ser a melhor amiga que eles poderiam ter; sempre.   

— E então, Bela beijou a pobre fera, que estava deitada em seu colo; Uma luz radiante se envolveu por volta da fera e, logo ele voltará a ser o príncipe que sempre foi. E, ahn... — Encarei as crianças que dormiam feito anjos. Enzo segurava a mão da sua irmã e não pude deixar escapar um sorriso grande. Eles eram lindos. Crianças dóceis de amor e carinho, e eu os daria,os que lhe fossem necessário.   

~*~

Desliguei a luz forte, deixando apenas a luz fraca amarelada do abajur. Cada um em sua cama; dormindo, inocentemente. Fechei a porta com cuidado, para não os acordar. Ao descer as escadas, uma voz alta, grossa e rude, vindo da biblioteca invadiu meus ouvidos. Segui caminho até a mesma.   

— Nori! Esse era um dos quadros que eu e Noely mais gostávamos. Quem poderia ter feito tamanha barbaridade com ele? — Sua voz saía alta e com autoridade. Nori estava encolhidinha, com as pernas trêmulas. Sua voz estava prestes a sair quando resolvi me meter:   

— Senhor, desculpe­-me, fui eu quem quebrei seu quadro.

nossa adorável babá | noartOnde as histórias ganham vida. Descobre agora