Capítulo 6 - Tomorrow Is A New Day

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"Recomeça... se puderes, sem angústia e sem pressa e os passos que deres, nesse caminho duro do futuro, dá-os em liberdade, enquanto não alcances não descanses, de nenhum fruto queiras só metade"

Noah Urrea POV'           

Eu estava desapontado comigo mesmo e com minha falta de preocupação com meus próprios filhos. Com certeza, Noely não ficaria nada orgulhosa de mim. Entretanto, a culpa é dela. Sempre foi, sempre será. Ela não devia ter me deixado. Quando ela se foi, uma parte de mim também foi junto — E sim, é verdade, por mais clichê que isso pareça. — ela não pensou em mim, muito menos nas crianças.   

Olhar para Zoey, é como olhar para ela; É como reviver o passado estando no presente. Eu tento me aproximar mais das crianças, no entanto dói dentro do meu peito. Sinto que a tolerância não é minha amante. Eu me lembro exatamente de quando ela se foi. Me lembro das suas vestes brancas; Dos seus cabelos longos, voando de acordo com o estilo do vento; Lembro, também, de como nesse dia, havia sido seco com ela. E me culpo abusivamente por isso.   

Idiota, Noah.   

Agora já foi. Ela se foi. Não irá nunca mais voltar e, a única coisa que me resta é: Conformar-­me.    

Eu só precisava pôr na cabeça uma única coisa: Meus filhos não tinham culpa de tudo que aconteceu de ruim na minha vida. Eles sim, eram a extraordinária chance que me restava de voltar a ter uma existência.   

Voltei a fitar srta. Deinert, me desviando dos pensamentos.

— Eu esqueci totalmente das crianças. — disse em alto e bom som, para ambas escutarem. Suspirei pesado e sentei­-me torcido no sofá.

— Noah, invente qualquer coisa para essas crianças. — Disse Khadijha. — Você é o pai, você quem dita as ordens. — ri anasalado.

— Não, Khadijha. Não é bem assim que toca a banda. — Fitei­-a austero. — São meus filhos e eu não posso continuar dando passo em falso com eles.

— Mas, Noa... — Não deixei a mesma continuar. Interrompi­-a:

— Khadijha, está tarde, posso pedir que um dos meus motoristas leve ­à para casa. — Levantei ­me sem encarar a mesma e, me direcionei até meu escritório. — Srta. Deinert, preciso que vá ao meu escritório assim que possível.

— Como quiser, senhor Urrea. — Ela disse, me fitando com seus olhos azuis piscina.

Eu não podia negar também o quanto Sina me lembrava Noely. Seus olhos azuis, os cabelos loiros e cumpridos. Seu jeito doce e angelical; Talvez a imagem que ela tivesse de mim não fosse das melhores, porém é difícil voltar a ser o antigo Noah. Mas, de uma coisa ela tinha razão: Eu não podia depositar o peso nas costas das crianças, elas não tinham culpa.

O barulho da porta batendo, me repeliu, mais uma vez de meus desvaneios.

— Entre, por favor.

— O senhor me pediu que viesse, e aqui estou. — Sorriu.

— Obrigado por vir, srta. Deinert. — Dei-­lhe um medíocre sorriso.

— E então, porque me chamou? — ela perguntou confusa.

— Eu não sei. — ri pelo nariz. — Sou um péssimo pai, não é? Pode dizer, Srta. Eu sei que sou o pior dois pais existentes.

— Acredite, existem bem piores; Tem alguns que nem sequer, aparecem para seus filhos. — Riu.

— Eu era um bom pai... Mas ela se foi e... — gargalhei fraco. — Eu fiquei sem rumo.

— Eu o entendo, sr. Urrea. Perder pessoas a quem amamos é sempre muito difícil, falo isso por experiência própria. — Zoey se parece muito com ela. — Peguei em mãos um porta­-retrato que estava em minha mesa. A fotografia de Noemy com Zoey me deixava sempre com lágrimas nos olhos.

— Será que eu posso... — Ela disse, se referindo a foto. Assenti levemente com a cabeça. — Ela era linda. — sorriu.

— Sim, ela era sim. — Fitei­-a. — E eu nem sei o porque ela me escolheu.

— Sabe, existe uma frase muito bonita que diz assim: — franziu o cenho. — Escolha seu amor e ame sua escolha. — sorriu. — Quando amamos alguém, não olhamos só a aparência, sr. Urrea. Olhamos o que aquela pessoa carrega dentro de si. Seus sentimentos, seu jeito. Em que adianta ficar juntos uma pessoa feia de sentimentos, toda via cheia de ego por fora? Se ela o escolheu, certamente havia discernido o que o senhor trazia dento de si mesmo.

— Você é uma boa pessoa. — As palavras simplesmente saíram da minha boca sem coordenadas. — Digo, obrigado por estar escutando esse homem chato e arrogante. — Ela gargalhou.

— Tudo bem, as primeiras impressões que tive do senhor não foi das melhores, mas, sabe... No fundo,eu tinha plena convicção de que o senhor era uma boa pessoa.

— Me chame de Noah, srta. Deinert. — Fitei­-a. — Acho que podemos manter uma boa relação agora.

— Creio que sim, senh... Noah — me olhou e riu. — Noah. — Disse firme.

— Eu vou voltar a ser quem sempre fui. — ela assentiu esperançosa. — Eu vou ter o amor dos meus filhos de volta.

— Enquanto a isso não precisará fazer tanto esforço: Eles te amam.

— Eu os amo.

— Eu sei que sim. — Entregou­-me o porta retrato. Rapidamente, nossas mãos se chocaram e um leve arrepio percorreu em meu corpo. Ela corou. — Amanhã é um novo dia. Novas coisas podem acontecer. Afinal de contas, não existe caminho para felicidade. A felicidade já é o caminho.

— Tenha uma boa noite, srta. Deinert.

— Basta me chamar de Sina, senh... — Bufou ao gargalhar. — Noah.

— Boa noite, Sina. — sorri de canto e ela assentiu, sussurrando um "boa noite".

Há tanto tempo anseio por esta conversa a qual pudesse desabafar o que estava sentindo aqui dentro. Khadijha nunca escutaria dez palavras que saíssem de minha boca a respeito dos meus sentimentos, mas Sina, Sina era o tipo de pessoa que escutava e que conselhava. Não podia deixar um sorriso bobo escapar de meus lábios ao lembrar da sua voz doce, de seus olhos brilhantes...

O que isso significava exatamente? Um novo começo?

Que seja. Eu estava me sentindo novo. Novo de alma, parecia que todos os rascunhos que antes estavam dentro de mim, haviam sido passado a limpo. E, a muito tempo eu não me sentia assim... Tão vivo.

Amanhã era um novo dia e de hoje em diante eu começaria a preencher as páginas em brancos que restavam da minha vida.

nossa adorável babá | noartWhere stories live. Discover now