Capítulo 5 - You Remember?

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Ainda tomada pelo medo, segui o senhor Urrea até seu escritório. Fechei a porta, e ficamos apenas nós dois. Ele me fitou e sua cara não era das melhores. 

— Desde que começou a trabalhar aqui, só tem cometido imbecilidades. — Ele soltou um longo suspiro. — Como pôde ser tão desleixada a ponto de derrubar suco na Khadijha? 

— Senhor, eu não fiz porque quis. Foi um deslize. — Ele riu anasalado.

— Quero que saiba que, como dono disso tudo. — Fez um gesto abrangente. — Eu posso demitir você. — Assenti. — Eu não tolero que meus funcionários cometam os mesmos erros repetidas vezes. 

— Me perdoe, senhor Urrea. Eu não cometerei mais nenhuma falha. — abaixei a cabeça, olhando para o chão, a qual pisávamos.

— Eu espero que não. — Levantei a cabeça, e o fitei. Sem entender, ele me olhou confuso. 

— Posso lhe fazer uma pergunta, senhor? 

— Acredito que Nori poderá tirar todas as duvidas que ainda restam. 

— Não, Nori não saberia me explicar o porque de tratar os seus filhos com tanta frieza. — Ele engoliu seco. Eu não estava com medo dele. Eu estava fazendo a coisa certa. 

— Como disse? — Ele riu nervoso. 

— Porque trata seus filhos dessa maneira? Pelo o que vi, nunca tem tempo para eles, acredito que eles precisam de um pai presente. — Ele iria falar algo, mas, continuei a falar:

— Será que não entende o fato deles serem tão trabalhosos? Eles só querem chamar atenção;
A sua atenção. 

— Não pode me dizer como tratar meus próprios filhos, srta. Deinert. Eu lhes dou tudo que necessitam. Eles tem tudo, não há de que reclamar. 

— Eles não possuem tudo. — Ele me encarou confuso. 

— O que está dizendo? 

— Eles não têm o seu amor. — Curta e grossa, foi assim que fui.

Ele poderia me demitir. Ele poderia gritar; Ele poderia fazer de tudo, mas uma coisa eu tinha certeza: Ele não teria coragem de negar. Ele me encarou sem ação por mais alguns segundo devastadores e então, cabisbaixo murmurou: 

— É claro que eu amo meus filhos. — Voltou a me fitar. E, olhou diretamente no fundo dos meus olhos. — Eu só não acho que tenho que demonstrar isso a cada dez segundos, sim? 

— Demonstrar que se ama alguém está nas pequenas coisas; Nos mais simples gestos. — Me aproximei dele. — Eu sei que está me achando muito indiscreta, entretanto o que pensa de mim não vai mudar a verdade. Eu sei, é sua casa, seus filhos, suas regras, porém, eu nunca me negarei a falar a verdade, senhor Urrea. 

— Porque está fazendo isso?

— Fazendo isso o quê? Sendo sincera? 

— Me desafiando. É isso que está fazendo. — Novamente, seu ego voltara e seu rudismo volta a tona. — Senhorita Deinert, se tem ainda, um pouco de amor ao seu trabalho, aconselho que retire­se imediatamente dessa sala e, faça apenas o que uma medíocre babá faz: 

Cuidar das crianças. 

— Me desculpe senhor. Como quiser... — Senti meus olhos queimarem, mas de ódio. Como alguém poderia ser tão grosso e rude dessa maneira? Sai da sala sem o confrontar, e me conduzi a té o quarto das crianças.

~*~ 

— Não acredito que o Noah foi tão agressivo com você, Sina. — Nori murmurou, após colocar o cobertor em Enzo que já dormia feito um anjo.

nossa adorável babá | noartWhere stories live. Discover now