até encontrar o nosso caminho neste ciclo, é o ciclo sem fim

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S O O B I N

Agora eu sou um homem de vinte e dois anos nas costas.

"Idade é só um número" é o que as pessoas sempre dizem, mas que atire a primeira pedra aquela pessoa que já chegou ou passou dos dezoito e nunca pensou que estava ficando velho e com zero expectativas de vida. É, meus amigos, a vida não é fácil não.

Para os curiosos de plantão, que devem estar ansiosos para saber como que foi a comemoração do meu aniversário, eu preciso já avisar que não tivemos strippers em polidance, álcool pra todo o lado e música até as tantas da madrugada, acho que vocês estão na história errada.

Passei todo o meu aniversário pacificamente em casa com a minha família e amigos, minha mãe até cogitou fazer uma festinha — bem -inha mesmo, tipo festa pra criança que fazem só pra não passar despercebido —, mas eu já fui logo cortando as asinhas dela e falando que não estava afim de comemorações muito mirabolantes, só queria paz e sossego na minha casa com as pessoas que eu gosto.

E foi assim que aconteceu.

Deve ter sido a primeira vez que eu passei meu aniversário em casa desde que eu tinha quatorze anos, sério mesmo. Quando meus pais começaram a liberar um pouco as minha saídas, eu deixei de aceitar festinhas em casa com os familiares pra ir bater perna com os amigos no shopping ou até mesmo fazer nossas próprias festinhas na casa de terceiros, acho que todo pré-adolescente passa por essa fase onde aniversários sempre são melhores fora de casa.

Só que agora, nesse ponto da minha vida, acho que eu prefiro o aconchego do lar a uma festa com gente que eu nem vou conhecer ou até mesmo a rolês aleatórios em shopping pra no final todo mundo terminar na praça de alimentação batendo palma e cantando "parabéns pra você" alto, só para humilhar o aniversariante — e se você nunca passou por isso, espere, seu dia vai chegar.

De qualquer forma, os únicos convidados para o meu aniversário foram meus pais, senhora Beomgyu, Taehyun e Kai, acho que eram as únicas pessoas que eu realmente queria ter por perto numa data tão especial. "Ain, Soobin, mas e o Yeonjun?" óbvio que eu queria que ele estivesse também, né, mas o bonito viajou pra fazer acrobacias no gelo, então não adianta eu ficar choramingando sobre isso.

Foi um dia bem divertido, para ser bem sincero, mais divertido do que quando eu saía com os "amigos" da escola pra ir bater perna por aí. Parecia o retrato da família perfeita, todos na sala jogando jogos de tabuleiro que eu nem sabia que a minha mãe tinha guardado — tudo cheiro de poeira que atacou a rinite de todo mundo —, também jogamos máfia e preciso dizer a tristeza que foi ser sempre o primeiro a morrer, assistimos uns filmes muito nada a ver com uns atores que ninguém nunca nem viu na vida.

E preciso dizer que eu nem sabia como sentia falta desse tipo de coisa.

Lá para o fim da tarde, a senhora Kim veio da cozinha com um bolo de chocolate meio amargo com morangos e uma estrelinha brilhando no meio, as luzes se apagaram e aí todo mundo começou a cantar parabéns pra mim em uníssono. Parecia muito uma festa de criança.

Yeji me ligou logo depois via FaceTime, pediu um milhão de desculpas por não poder comparecer ao minha festinha, mas não era como se fizesse muita diferença, já que ela não passava um aniversário comigo há mais de mil anos, mas eu a desculpei de qualquer forma e a fiz prometer que no ano seguinte ela daria as caras para comemos bolo juntos. Quem também resolveu dar o ar da graça foi a minha avó, me ligando já de noite.

Hot tub, nice buttWo Geschichten leben. Entdecke jetzt