os seus problemas são meus também e isso eu faço por você e mais ninguém

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S O O B I N

Até que ponto você é capaz de ir para ajudar um amigo?

Eu nunca fui bom de briga, mas eu já me meti em uma para defender Beomgyu de uns garotos idiotas que implicavam com ele. Nós dois terminamos muito ferrados no final, mas estávamos lá um pelo outro.

Beomgyu nunca foi bom com palavras, mas do seu jeitinho especial ele conseguia me animar e mostrar que sempre estaria lá para mim.

Nós sempre fomos esse tipo de amigos, que se zoam o tempo inteiro e implicam um com o outro, mas que se importam e se preocupam, se amam de verdade.

Ele é meu melhor amigo, meu irmão de outra família, e eu faria tudo por ele. Tudo mesmo.

É por isso que assim que eu desliguei o telefone já estava decidido a voltar para casa naquele mesmo minuto. Não me importava se o mundo caía do lado de fora em forma de água, eu entraria no primeiro Uber louco o bastante para seguir naquela chuva torrencial por duas horas inteiras, só para que eu pudesse chegar rápido em Seoul e consolar a pessoa que mais precisava de mim naquele momento.

Soquei minhas roupas de qualquer jeito dentro das malas, separando apenas um moletom para vestir por cima do pijama, porque minha pressa era tanta que nem trocar de roupa eu queria.

Tudo dentro de mim havia se tornado uma bagunça de um minuto ao outro, eu já não conseguia nem raciocinar direito ou fazer as coisas devagar, meu cérebro começou a trabalhar em função do tempo, me fazendo agir e fazer coisas o mais rápido que eu conseguia.

Acabei chutando o pé da cama dezenas de vezes no meu vai e vem de arrumação, também deixei cair meu telefone enquanto procurava algum motorista no aplicativo. Em resumo: eu estava fazendo barulho pra caralho e não estava me importando.

— Garoto, o que tá rolando aqui? — meu tio apareceu que nem um bebado na porta do quarto. A roupa e a cara amassadas e os cabelos tudo pro alto.

— Vou voltar pra casa. Agora, nesse instante. — terminei de fechar minha última mala, ela parecia a ponto de explodir.

— O que? Por que? — aquilo pareceu desperta-lo de seu semi-sonambulismo.

Ele olhou para as minhas coisas todas arrumadas, minha roupa — que era só um moletom surrado em cima de um pijama de patinhos — e a touca vermelha em minha cabeça. Seus neurônios deviam estar pegando fogo enquanto ele tentava raciocinar, mas eu não tinha tempo para aquilo.

Tentei passar por ele, mas ele me pegou pelo capuz e me puxou de volta. Uma mala ficou no meio do corredor e as outras duas continuaram em cima da minha cama.

— Vai me contar o que tá acontecendo? Por que você quer ir embora do nada e no meio de uma puta tempestade? — eu não tinha como escapar, ele ainda me segurava pelo capuz e estava parado no meio da porta.

— Beomgyu precisa de mim, agora mesmo. — eu fazia parecer uma questão de vida ou morte. E poderia até ser.

— Ele não pode esperar? O que é tão importante que ele precise que você saia daqui embaixo de chuva pra ir lá pra puta que o pariu ajudar ele?

— E-eu acho que ele foi expulso de casa. — dizer isso é diferente de pensar, parece que se torna mais real. Imaginar que meu amigo havia passado por algo tão fodido apenas me deu mais vontade de sair correndo para seu encontro.

— Quem foi expulso de casa? — minha avó apareceu do nada atrás do meu tio, olhando para mim por cima do ombro dele.

Eu não consigo explicar o que senti quando olhei para a cara dos dois, ambos parecendo preocupados comigo, e comecei a chorar, mas chorar mesmo.

Hot tub, nice buttWhere stories live. Discover now