capítulo quarenta e quatro

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8 de março. quarta feira.

Eu já estava de novo na minha rotinha desgastante, minhas aulas tinha voltado com força total e eu estava até que me saindo bem no estágio. Doutor Murilo estava menos chato e rabugento, mas ainda assim era um pouco rude ás vezes.

Jason e eu ainda estavamos com esse nosso rolo indefinido, tem pouco mais de quatro meses e olha... eu nem sei muito bem o que dizer quando me perguntam sobre nos dois, só sei que é gostosinho demais e me faz um bem enorme. Tem uns bons — ruins — dias que não nos vemos, ele tá enrolado com a produção de umas músicas e uns clipes. Posso assumir com todas as forças que tô com saudades do meu pretinho, ainda mais quando tenho dias corridos e cansativos como hoje e eu mal cheguei aqui no escritório.

Terminei de anexar os processos que o Murilo queria ainda hoje em sua mesa, respirei exausta, eu tinha virado boa parte da madrugada anterior naquilo. Desliguei apenas a tela do computador e aproveitei meu pequeno intervalo pra tomar um café na cozinha do escritório, deixei a impressora trabalhando lá e me enconstei na bancada da pia. Meus músculos do pescoço e nuca estavam tensionados demais, deixei a xícara em cima da pina e apoiei as mãos sobre meu pescoço fazendo uma massagem em mim mesma por tamanho relaxamento que cheguei a fechar os olhos.

Quando os abri vi o meu chefe me encarando de uma forma um tanto constrangedora para mim, me endireitei ficando reta, fiz um barulho esquisito com a garganta e ele desviou os olhos de mim.

— Eu só preciso de uma xícara de café. — se limitou a dizer e eu apenas assenti mesmo que ele já não estivesse me olhando mais, sai de perto da pia e retirei minhas cópias da impressora, ainda sentia olhos em cima de mim e eu já estava ficando incomodada, abracei as cópias ao meu corpo e sai dali nos passos mais apressados que consegui dar.

— Merda! — murmurei sozinha já em minha mesa e puxei um ar que eu nem tinha percebido que me faltava. Esfreguei minha testa retirando o suor e me sentei. — Eu só posso está ficando louca.

Passei todo o resto do dia controlando meus passos e gestos, era extremamente exaustante e me dava uma agonia enorme em pensar que possivelmente o meu chefe estaria me olhando com olhos abusadores. Ele saiu um pouco mais cedo do que eu e mal me olhou quando foi me entregar outros processos á serem arquivados no sistema do escritório. Por volta das 17h30 eu comecei a me organizar para ir embora, catei todas as minhas coisas junto dos fudidos quatro processos e desci de elevador até o estacionamento, onde eu tinha deixado o carro de minha mãe, qual ela me emprestou já que eu havia saído bem atrasada.

Desalarmei ele, abri a porta de trás e fui jogando minhas coisas por ali, tirei o blazzer ficando assim apenas com a saía lápis e minha regatinha. Fechei a porta e dei a volta, levando um pequeno susto ao ver que o carro do Dr.Murilo ainda estava por ali, olhei em volta e depois de novo para o carro, vendo que ele estava se ajeitando no banco, pois parecia ter se abaixando para pegar algo no banco de trás, ele encarou meus olhos e eu senti um arrepio em todo o meu osso espinhal.

Me desviei de meus pensamentos e entrei no carro, liguei o mesmo e saí dali indo direto para casa.

— Boa noite! — murmurei assim que entrei e meus pais estavam vendo algo na tv, subi para o meu quarto, tomei um banho e desci com os processos em mãos.

— Outros?

— Sim, parece que meu chefe quer me matar de tanto que esforço meus neurônios. — respondi ao meu pai e deu um sorriso sem graça.

— Está tendo problemas com ele, Mel?

— Não mãe... eu acho, ahn... tá tudo bem. — afirmei até ainda mas para mim do que para ela. — Só estou bem cansada.

— Se quiser terminar essa semana indo com meu carro, pode ir. Vou está de folga e na sexta vou com seu pai para São Paulo.

— Hmmmm, viagemzinha romântica no fim de semana é?

— Que romântica o que menina. — meu pai me jogou uma almofada e eu dei risada. — Vamos em um congresso e umas palestras que vai ter por lá, só vamos vir no domingo depois do almoço, né amor?

— Sim, pode ser. — ela respondeu se entertendo outra vez com a tv e depois me olhou. — Tudo bem pra você ficar sozinha esses dias amor?

— Tudo ótimo, vou fazer isso aqui virar um cabaré e ainda descolo maior grana. — respondi com desdém e ela acertou um tapa em minhas coxas, já que eu estava bem proxima dela.

— Para de palhaçada, sua ridicula. — fiz careta como se a imitasse falando e ela ameçou a correr atrás de mim, mas eu fui logo saindo, deixei as coisas no escritório do meu pai e fui comer algo antes de afundar a minha cara naqueles processos.

××××
segurem os forninhos, porque eles vão cair 

Você Não Ama Ninguém 》XAMÃDove le storie prendono vita. Scoprilo ora