capítulo trinta e três

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Melinda Andrade 

Eu realmente estava sentindo meu coração pulsar tão forte que parecia que a qualquer instante eu iria coloca-lo pra fora.

— Melinda! Ô, caralho... espera! — escutei a voz dele e só fiz negar, sai de dentro da casa sobre o olhar de algumas pessoas que não entendiam absolutamente nada. Atravessei para o outro lado da rua, parei ali para puxar o ar que eu estava sentindo me faltar.

Ótimo, eu iria sofrer tudo de novo.

Às vezes, todos vocês agem da mesma maneira
Sometimes you all just act the same

Talvez eu seja o culpado
Maybe I'm the one to blame

— Ei, calma. Não é nada daquilo que você ouviu... Mel, olha pra mim? Você tá passando mal?

— Me deixa em paz, Jason! Eu ouvi muito bem e ela não falaria aquilo por nada, ela nem sabia que eu estava do dentro do quarto. — eu estava com a fala entre cortada, ergui meu corpo e respirei fundo.

— Não é assim Melinda, eu posso te explicar.

É assim que o jogo corre
That's just how the game goes

— Me explicar o que, Xamã? Que você é mais um desses filhos da puta que se aproveitam, iludem e na semana seguinte tá com outra? — explodi e ele só fazia negar. — Pena que foi bem tarde para que eu soubesse de toda essa porra!

— Não... tipo... caralho, Melinda. Me ajuda mano.

— Quem vai precisar de ajuda sou eu, seu filho da puta. — eu gritei e senti minha garganta rasgar.

Quando seu sentimento está sozinho
When your feeling alone

— Ei, ei, ei! Vocês estão no meio da rua caralho! Tá geral olhando. — Juliana apareceu ficando no nosso meio e eu desviei o meu olhar do Jason.

— Me leva embora daqui, Juliana. — implorei e ela me olhou confusa.

— O que você fez com ela, Xamã? — lhe apontou o dedo e ele negou e se afastou de nos, que logo estavamos rodeadas pelo restante do nosso grupinho. — O que aconteceu, Melinda?

— Mano, você pode me levar embora ou não? Depois eu explico essa merda. — funguei e desviei o olhar.

— Ah pronto, você vai chorar por causa dele? — Amandinha apareceu em meu campo de visão e eu só dei de ombros.

Vi a Luisa pegar a chave do carro com a Cecília e a Juliana disse que poderiamos ir indo com o carro dela e ela pegaria uma carona com o Ret até lá em casa.

— Mel, o que aconteceu quando você foi se trocar?

— Cecilia, caralho... eu ouvi ele e a ex conversando e ela disse tanta coisa sobre ele que eu não consegui controlar a minha reação.

— Talvez se você não estivesse apaixonada por ele iria ser mais fácil... — Lu palpitou e eu assenti. — Mas o que rolou?

Eu comecei a contar tudo o que tinha ouvido e também sobre ele ter tentado se explicar.

— Mas ele é solteiro né amiga, acabou de terminar com ela. Pode ser que ela ainda esteja com o ego ferido.

— Amanda, ela não sabia que eu estava no quarto. Nem ele sabia. E mesmo assim porra, foda-se se ele é solteiro. — resmunguei brava e elas acabaram rindo.

— Ah pronto, agora também tá sentindo ciúmes. — Luisa disse me cutucando e eu acabei rindo também.

— Ahhhh que ódio!

— Tá te ligando aqui ó. — Peguei o telefone da mão da Amanda e recusei a chamada.

— Ô, porra, tem sete chamadas perdidas. — Cecília disse quando eu joguei o telefone no colo dela. — Melinda, teu telefone vai explodir de tanto que chega mensagem dele.

— Tô nem aí, foda-se.

— Tá sim, doidinha pra atender ele. "Ai malvadão, vamos conversar e comemorar o ano transando."

Eu não falo assim Luisa, sua ridicula! — taquei uma almofada nela e ela desviou rindo.

— Mas e agora? Vai fazer o que com esse coraçãozinho aí?

— Arrancar ele do peito, acho que é uma ótima solução. — sorri sem mostrar os dentes.

— Ará, como se fosse facinho assim né gata?

— Tem como você me dá apoio e dizer que é, Cecília? Obrigada, de nada e volte sempre.

— Vai tomar no cu, mulherzinha do malvadão. — fiz uma careta e me ajeitei no sofá, encarando o teto.

— Pelo menos se aquela desgraça fosse ruim de cama, eu tava salva.

Bom de papo, bom de bola e bom de rima. — Luisa cantarolou e eu ri, neguei, suspirei devagarinho e a Amanda chamou a minha atenção quando emitiu um som com a boca.

— Pena que estamos falando de você está apaixonada por ele inteiro e não só pelo sexo, o que também você não estaria muito longe de está fodida. — riu e eu mesma fiz questão de completar.

Porque amor de pica, fica.

Já sei!

— Meu Deus, tenho até medo de saber sobre essas suas idéias repentinas viu Cecí.

— Não pô, agora é uma idéia foda. — riu e ficamos encarando ela. — Que isso, tô sentindo até que tô me pronunciando para a presidência.

— Seria braba e melhor que o Bozo? Se for, eu voto agora. — eu disse gargalhando e ela me deu um tapa.

— Sem convocação da peste por favor, Melindinha. Enfim, amiga... dê um chá naquele filho da puta, baixa a Gabi Brandt da vida e depois dá você um pé na bunda dele.

— Não baixa não, vai que tu encontra um saulo da vida! — Amanda disse e bateu na madeira da mesinha de centro e eu me engasguei de tanto rir.

— Se o saulo dela não for o Xamã né, more?

— Vocês conseguem ser as melhores e piores amigas ao mesmo tempo, é impressionante.

Você Não Ama Ninguém 》XAMÃOnde histórias criam vida. Descubra agora