Entre quatro paredes ❦

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Mas era meio incômodo saber que Dohyun saía por aí xingando seu nome em hospitais.

— Loirinho, seu banheiro tem cheirinho de lavanda! — Jungkook surgiu na sala carregando um sorriso doce no rosto. — Eu gostei!

O filme havia terminado há uns cinco minutos e, em meio às lágrimas e risos que ele proporcionou, nenhum dos dois jovens se sentiu tenso devido ao quase beijo que trocaram. Pelo contrário, aquele contato de mais cedo serviu para aproximar ainda mais Jimin e Jungkook e, no final do filme, os dois já estavam quase que completamente abraçados um do outro.

Para Jimin, que não era tão acostumado a esse tipo de afeto, aquilo foi bom demais.

Jungkook, por outro lado, apesar de nunca ter tido amigos ele sabia ser uma pessoa bastante carinhosa. Amava abraços, amava estar junto e estava morrendo de medo do loiro lhe afastar quando descobrisse isso.

O mais velho descobriu e, contra as expectativas do moreno, o trouxe para mais perto.

— Você gostou mesmo? — Jimin se virou no sofá, ficando de frente para o mais novo. — Eu comprei o cheirinho um dia desses quando tava comprando umas tintas, posso comprar pra você se quiser.

— Sério? — os olhos jabuticaba de Jungkook brilharam animados, demonstrando toda a sua animação. — Me leva junto?

— Levo sim, podemos ir amanhã se você quiser — o loiro ofereceu.

— Sim!

Sem ter muito o que fazer, os dois se sentaram lado a lado no sofá espaçoso novamente, em silêncio. Ao contrário do que pode-se pensar, a falta de som no local não constrangeu os dois, pois era um silêncio confortável.

Sem um motivo aparente, Jimin chegou mais perto do moreno e encostou sua cabeça no ombro dele, apoiando-se ali.

Era novo para ele esse tipo de coisa. Por muito tempo, Jimin foi ensinado por Dohyun a não demonstrar comportamentos afetuosos por outros homens. A única exceção dessa regra sempre fora Taehyung, que nunca ligou muito para o que o pai do melhor amigo achava e apenas continuava insistindo nos abraços e nos braços entrelaçados, longe da vista de Dohyun, até que um dia o loiro o correspondeu.

Fora isso, Jimin não se expressava tão facilmente, muitas vezes se passando por frio ou algo do tipo para pessoas que não o conheciam direito.

No entanto, ali estava ele naturalmente deitado no ombro de Jungkook como se fosse a coisa mais normal do mundo. Bom, e talvez fosse.

Jungkook não se importou, ele nunca se importaria. Pelo contrário, ele estava aproveitando cada contato e cada aproximação. Certo que já se conheciam tinha algumas semanas e certo que eles nunca se sentiram desconfortáveis na presença um do outro, como se se conhecessem a tempos. Só que o mais novo percebeu, logo nos primeiros dias de aproximação, que Jimin não era muito aberto a toques e estava respeitando aquilo, esperando pelo dia que o loiro se tornasse acessível por conta própria.

Por isso, o moreno se sentia nas nuvens naquele dia.

— Jungkook? — o devaneio do mais novo foi interrompido pela voz suave de Jimin, ainda encostado em seu ombro.

— Hm?

— Você acha que é possível...— o loiro engoliu em seco, desacostumado a expressar seus sentimentos. — Sei lá, você acha que é possível não ser nossos pais no futuro? Não acabar como eles?

Aquela pergunta estava martelando na cabeça de Jimin desde que Dohyun havia deixado sua casa.

Será que um dia ele conseguiria se livrar da prisão que o pai o colocara e ser quem ele realmente almejava ser?

Still With You [jikook]Where stories live. Discover now