Prefácio ❦

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Não há verdades absolutas neste mundo. Da mesma forma que não há mentiras. Toda crença é a história contada de parte de um todo absoluto, tornando-se, automaticamente, verdade.

O mundo é um entrelaçado complexo e, muitas vezes, confusos de linhas que se enrolam e se desenrolam em meio a história e a mente humana.

Vestida dessa certeza, a Anfitriã ultrapassou a fronteira que separava o mundo humano da realidade espiritual. Ao seu lado, acompanhava o Mensageiro, soldado leal da Alma de Espírito Puro.

Calçada apenas pelas solas dos pés, a Anfitriã não possuía uma aparência. Sua imagem se distorcia entre todas as belezas de todo o mundo, nunca se fixando em apenas uma. Afinal, estava próxima da perfeição, então não poderia ter apenas uma imagem.

No entanto, nem mesmo Mensageiro conseguia focar seu olhar no espírito maior. Cada vez que a olhava diretamente, a imagem da Anfitriã desaparecia. Sua existência poderia ser vislumbrada apenas pela visão periférica de seu soldado e, ainda dessa forma, sua aparência variava entre o substancial e uma névoa suave.

Suas vestes, trançadas em fios de ouro, enrolavam-lhe o corpo em tecidos finos e suaves que se arrastavam pelo chão enquanto ela caminhava, brilhando ao contato com a luz.

À sua cintura, Anfitriã carregava uma espada reluzente. A lâmina era feita de partículas de luz oriunda do Sol, enquanto a empunhadura era feita do barro mais poderoso dos mundos.

Anfitriã era feita de energia divina.

Os dois espíritos, o soldado e sua mãe, caminhavam lado a lado pelos corredores brancos do hospital. Apesar de não necessariamente precisarem andar pelo mundo humano, até porque não eram vistos por estes, gostavam da sensação confortável de calor que as almas vivas boas causavam na sua existência.

A Anfitriã apenas cessou seu caminhar quando parou de frente ao berçário do hospital. Ela focava o olhar numa única criança, pois sua alma reluzia em meio às outras.

—O ciclo se iniciará novamente.— Anfitriã disse. Sua voz soava como o tom mais agradável do mundo. Mais relaxante do que as melhores músicas, mais doce do que as melhores sobremesas.

—Não há mais tempo...— Mensageiro suspirou, num tom preocupado.

Anfitriã segurou uma lágrima que teimava em escapar. Num gesto de carinho, ela ultrapassou a barreira de vidro do berçário e caminhou lentamente até o recém-nascido de bochechas gordas.

Como se conseguisse sentir a presença poderosa da Anfitriã ao seu lado, o bebê acordou de seu sono, passando a mexer os bracinhos como se procurasse por algo.

—Pequeno...— Anfitriã se abaixou e deixou um leve selar na testa do neném. —Eu lhe dou minha benção.

Na hora em que os lábios da mulher encostou na pele macia, o recém-nascido voltou a dormir imediatamente.

—Não aguentarei presenciar isso novamente, Mensageiro.— Anfitriã desistiu de segurar o choro, deixando que as lágrimas delineassem caminhos molhados por suas bochechas.

Mensageiro, já parado ao seu lado, se compadecia pela dor de sua mãe. Ele mesmo já havia se esgotado completamente desse ciclo. A cada vida que os acontecimentos se repetiam, era mais um lembrete das almas que ele falhava em ajudar toda vez.

—Terá que assumir uma nova forma, Mensageiro.— Anfitriã o lembrou. —Confio essas almas à sua tutela.

—E assim será feito, Senhora.— Mensageiro respondeu, num tom de reverência.

Anfitriã se pronunciou após um período silencioso, enquanto observava o sono tranquilo do bebê.

—Sinto muito.

Mensageiro a olhou pelo canto do olho, vendo como sua expressão parecia sofrida.

—Não sinta, dessa vez será diferente. Eu juro.

A bela mulher assentiu com a cabeça.

—A outra alma nascerá em dois anos mundanos. Irei colocá-la em seus cuidados pessoais, como humano.

Mensageiro sorriu ao ver o recém-nascido mexer levemente os dedinhos em busca de algo.

—Não se preocupe, Senhora. Dessa vez, livraremos essas almas.


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Still With You [jikook]Where stories live. Discover now