Ayla fez uma careta e negou com a cabeça.

— Vamos lá, eu tenho certeza que você sabe responder essa — entrepôs confiante. A verdade era que ele tinha Ayla como sua aluna preferida de toda escola e sabia que sempre podia contar com ela para lhe dar uma forcinha durante as aulas e instigar os outros alunos a fazerem o mesmo.

A garota até gostava de ajudar os professores e de resolver equações no quadro e tudo mais, mas acontece que ela realmente não estava em seu melhor dia. Tudo que queria fazer era dormir.

— Eu... — divagou, sem saber ao certo o que dizer e soltou um bocejo, fazendo com que o professor a encarasse decepcionado.

Ayla — sibilou nervoso a espera de uma resposta positiva da funcionária do cinema. Ele deu uma olhada em volta da sala, em busca de algo que a convencesse a participar de seu desafio e sorriu satisfeito ao dar de cara com Maria assistindo a toda aquela cena com um olhar entediado. — Maria, que tal você ser a adversária da Ayla?

Ao escutar aquela proposta, os olhos da cacheada brilharam e ela levantou-se rapidamente, adotando uma expressão alegre em seu rosto.

— Claro, professor Inácio, uma vitória nunca é demais, né? Melhor ainda se for contra a Ayla — disse olhando para a garota, que fechou os olhos, soltando mais um bocejo. — Mas sabe de uma coisa? Hoje ela me parece um pouco mais lenta que o normal. Será que não tá usando alguma coisa daquele lugarzinho onde vive? — alguns risos se fizeram presentes na sala.

A morena fechou a cara com a provocação de Maria, respirou fundo e ficou de pé, fitando a filha de Dionísio com ódio. Tudo bem, ela não gostava de semear rivalidades. Não gostava de agir como uma criancinha por causa da droga de um ranking de notas. Mas depois de passar mais de um ano estudando com Maria, sua paciência havia chegado a um limite onde a única coisa que ela queria era fazer a prima de Henrique engolisse toda sua prepotência.

— Sinto muito — lamentou Isaac ao ver Ayla começar a caminhar em direção ao quadro.

— Não — respondeu, apertando levemente o ombro do garoto e olhando de soslaio para Maria, que já se encontrava em frente a lousa e a esperava impaciente. — Eu que sinto por você.

Finalmente a sexta-feira havia chegado

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Finalmente a sexta-feira havia chegado. Henrique não podia estar mais feliz por aquele acontecimento. Quer dizer, ainda precisaria trabalhar no sábado à tarde, mas em compensação, ficaria sem aula na segunda-feira por causa do feriado de 17 de março; o dia em que Vinberurbo deixou de ser um vilarejo e recebeu o título de cidade.

Sempre havia uma grande comemoração durante esse dia. A Vinícola distribuía vinhos gratuitos, bandas se apresentavam e por algumas horas, sua mãe parecia verdadeiramente feliz. Então, aquela data meio que havia se tornado o seu dia preferido do ano.

Claro, ele estaria ainda mais feliz se já tivesse feito as pazes com Ayla. Mas acontece que todas as suas tentativas de conversar com a garota, durante o trabalho, haviam falhado miseravelmente. Às vezes era porque um cliente tinha acabado de chegar e ela precisava atendê-lo; outra porque ele precisava ir para casa cedo e não podia esperá-la depois do expediente. Seja o que fosse, sempre havia algo para atrapalhá-los. E ele era covarde o suficiente para não pegar seu telefone e ligar para ela.

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