Capítulo Catorze

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— Será que foi mesmo uma boa ideia a gente ter vindo pra cá?

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— Será que foi mesmo uma boa ideia a gente ter vindo pra cá?

Isaac encarava um pouco receoso a enorme pista de dança do Kaos. Todos dançavam bastante animados enquanto seguravam copos e latas de bebida.

— Claro que foi — Henrique apertou seu ombro de leve tentando tranquilizá-lo de alguma forma. Sabia que o primo não era a pessoa mais sociável do mundo e que havia sido um grande milagre ter conseguido levá-lo para aquele lugar.

— Você nunca vai mudar, né? — disse Maria ao lado dos dois lançando um sorriso zombeteiro em direção ao irmão. Ela estava, como sempre, bastante arrumada, trajando um vestido preto curto e usando um batom vermelho na boca. — Prefere ficar naquela toca que você chama de quarto, do que sair e socializar como um adolescente normal de 17 anos.

— Ah, cala a boca, Maria — resmungou irritado, caminhando para longe em busca de uma mesa vazia. Henrique fuzilou a prima com o olhar antes de apressar o passo e seguir o garoto.

Chegando em frente a pequena mesa redonda, os três rapidamente se acomodaram e puxaram, cada um, uma cadeira.

— Aliás, por que vestiu isso? — questionou a cacheada com um olhar de desaprovação enquanto encarava a roupa de Isaac.

Ao escutar aquilo, ele deixou transparecer um pouco de sua insegurança e olhou sem jeito para sua blusa social branca quase toda coberta por um terno azul marinho.

— Tá tão ruim assim?

— Parece que você tá indo pra uma entrevista de emprego — respondeu deixando o garoto ainda mais nervoso.

— Merda — praguejou ele baixinho.

Henrique meneou a cabeça inconformado com a falta de noção de sua prima.

— Não liga pras coisas que essa chata fala — disse calmamente fazendo Maria cerrar os olhos e fitá-lo com uma expressão indignada. — Vai ser legal, eu prometo.

Isaac acenou lentamente tentando acreditar nas palavras do garoto e relaxou seus ombros tencionados procurando ficar mais calmo. Henrique suspirou aliviado por isso, mas logo precisou retirar a atenção de seus primos e depositá-la inteiramente em seu telefone em cima da mesa. A tela do aparelho havia acabado de acender, indicando uma nova mensagem.

"Tudo certo pra amanhã?"

Era Ayla.

"Claro, Robozinha"

O quão idiota era eles estarem planejando entrarem escondidos no escritório do senhor Otto?

Obviamente não havia sido algo bolado pela garota e sim por Henrique, já que ele achava que estava mais do que na hora de ser mais ativo na investigação. Ter descoberto o caso de seu pai com Fátima só o havia motivado ainda mais a conseguir o dinheiro da recompensa para ir embora.

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