Capítulo Trinta e Sete

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Pior do que ir de carro a um lugar perigoso sem saber o que estava fazendo, era não ter um carro para ir

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Pior do que ir de carro a um lugar perigoso sem saber o que estava fazendo, era não ter um carro para ir.

Como supostamente deveria adivinhar que a gasolina estava acabando? Fazia tanto tempo que o carro estava parado na garagem, que o simples fato de ter funcionado foi impressionante o bastante para que Henrique se esquecesse dos outros detalhes. Ah, sim, e talvez a descoberta de que o seu tio era um ladrão e um potencial assassino tenha distraído seus pensamentos um pouco também.

— O posto mais próximo fica na saída da cidade. — Ayla diminuiu o volume do rádio, que por sorte não precisava de gasolina para funcionar, levantando a cabeça e observando Maria pelo espelho retrovisor. Ela havia trocado o vestido de festa e usava roupas confortáveis, elegantes o suficiente para que não parecesse desleixada, ainda que suas atitudes demonstrassem o contrário; não parecia muito disposta em ajudar. — Então, qual a ideia? Empurrar o carro?

— Não temos tempo pra isso — Henrique disse, olhando para o céu meio nublado. Ônibus também estava fora de cogitação, a linha não costumava funcionar em dias de domingo, e era importante que tivessem um carro próprio em caso de emergência (tiroteio, perseguição, tentativa de homicídio, coisas assim). — A não ser que...

Henrique.

Uma voz distante chegou aos seus ouvidos, seguida de uma leve batida na janela ao seu lado; interferência repentina, não precisou de muito para descobrir sobre quem se tratava. Diego. O garoto acenou, sorrindo educadamente, um skate atado a uma das mãos e uma caixinha de limonada na outra. Ao percebê-lo, Maria cobriu o rosto, afundando-se ainda mais em seu assento. Confuso, Henrique desceu o vidro, permitindo que ele se aproximasse.

— Bom dia. — Inclinou-se, arrumando o cabelo. — Henrique, Ayla... ladra de limonadas — Maria bufou, levantando o dedo do meio para ele. — O que fazem por aqui tão cedo?

— Digo o mesmo pra você — Ayla replicou, curiosa. — Passeando?

— Ah, o Henrique não te contou? Eu moro aqui do lado. — Apontou para sua casa, imensa e com um jardim enorme na frente.

Ayla não sabia ao certo o porquê, talvez fosse a aura meio diferente que ele exalava. Mas ainda que soubesse que Diego estudava no Meditrina, uma escola para gente rica, por um momento, pensou que ele não fizesse parte daquele mundo, que talvez fosse um bolsista como ela ou algo parecido. Talvez o motivo fosse Maria, que fazia tanta questão de deixar claro que o detestava e porque odiava quase tudo que não fosse à sua imagem e semelhança, mas naquele caso, eles eram... vizinhos. Diego e Maria eram vizinhos, aparentemente de longa data, e faziam parte do mesmo círculo social, mas aquilo estranhamente não havia contribuído em nada para que cultivassem entre si uma relação amigável ou, no mínimo, diplomática.

— Algum problema? Posso ajudar em alguma coisa? — ele perguntou por fim, dando uma boa olhada na situação à sua frente.

Henrique deitou a cabeça no banco: — Claro, se tiver um carro com o tanque cheio e pronto pra fazer uma viagem de uma hora, você pode ajudar a gente.

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