Capítulo Dez

1.3K 166 150
                                    

Ayla depositou sua caneca com café em cima de sua mesinha e sentou-se ao lado de Henrique no sofá.

— A gente deveria recapitular tudo que sabemos sobre o assalto — Iniciou abrindo seu bloco de notas e puxando a tampa de sua caneca.

— Concordo — O garoto balançou a cabeça tentando ao máximo concentrar-se nela. Tinha que ser útil nessa investigação, já que precisava fazer por merecer sua parte na recompensa.

Ayla colocou uma mecha de seus cabelos soltos atrás de sua orelha e deixou que um vinco se formasse entre suas sobrancelhas. Henrique havia percebido que isso sempre acontecia quando ela estava bastante concentrada.

— Sabemos que a única coisa que foi roubada do cinema foi o bracelete, o que demonstra que o ladrão foi pra lá já sabendo onde ele estava e com o único intuito de pegá-lo — Pontuou rabiscando na folha branca.

Henrique acenou mais uma vez concordando e desviou o olhar para analisar a sala da casa da garota. Estava tudo absolutamente idêntico desde a última vez que havia ido ali.

— Tá me escutando? — Questionou sem levantar a cabeça.

— Claro — Respondeu de prontidão e tentou puxar algo em sua memória que o fizesse contribuir de alguma forma com a reunião de pistas. — Nenhuma porta foi arrombada, muito menos o cofre.

Ayla o fitou de imediato, um pouco assustada com aquela informação e sentindo-se boba por não ter lembrado logo dela. Se nada havia sido arrombado, então quer dizer que...

— Ele pode atravessar paredes.

Ayla lançou um olhar indignado em direção a Henrique.

— Não estamos em um episódio de X-Men — Afirmou voltando a escrever no bloco. — E ao menos que esse ladrão saiba abrir portas com grampos de cabelo, temos três alternativas. Um: ele deu um jeito de roubar as chaves. Dois: ele recebeu ajuda de algum funcionário. Ou três: Algum funcionário é o ladrão.

Henrique a encarou atônito. Ayla conseguiu deduzir algo que ele demoraria pelo menos uma semana para pensar.

— Como você consegue pensar nessas coisas tão rápido? — Indagou recebendo um "não sei" inocente da garota em resposta. Ela escorou-se no sofá, de modo que conseguiu relaxar todo seu corpo no encosto do móvel. Henrique fez o mesmo. — Você é muito inteligente.

Ayla virou o rosto de lado. Odiava receber elogios, pois não sabia o que responder para as pessoas. O que supostamente você deve falar?

Seria melhor se a insultassem.

Negócio FechadoWhere stories live. Discover now