E o diabo mostra sua face II

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Me lembro dos agradecimentos e de como eu bebi no meu casamento, estava tudo tão bonito de uma forma tão simples que me deixou tão emocionada.

Por mais que coisas terríveis tivessem acontecido comigo agora eu me sentia tão leve por ter conhecido meu pai e poder me focar na grande ajuda humanitária que o dinheiro dos Wonders mais minhas duas empresas iam me dar que as lembranças ruins quase não vinham.

Então eu acordei e minha família estava lá, meus amigos estavam lá e meus sogros estavam lá, mas o principal que era o noivo não estava, mas tinha a porra de uma carta ao meu lado.

"Não queria que você me convencesse a não fazer algo que eu ia me arrepender depois. Eu sei que soa patético toda aquelas frases clichês sobre merecimento a porra do mundo não é justo, e um cara rico ser preso não vai adiantar grande coisa, mas isso será um tipo de carta de alforria pra mim e espero que seja para você.

Espero ter uma mulher linda e rica me esperando quando eu sair, no entanto faço mais questão que ela esteja feliz seja lá com quem esteja, então não se sinta presa a mim.

Seja lá o como vamos prosseguir após isso saiba que eu sempre vou te amar e nunca vou ter palavras para agradecer por você ter me libertado. "

Queria pegar minhas lágrimas e enfiar no meu cu, me sinto tão estupida por essa declaração de um papel. Eu deveria tirar o Otto pelas orelhas daquele lugar.

Quando sai do quarto Donna já me esperava e sei que aquilo era ideia daquele filho da puta.

— Ele não deveria ter feito isso sem me consultar — digo em meio ao desespero e vejo todos olhando enquanto eu choro e me sinto estranha porque nunca fiz isso.

— Eu sei que isso tudo soa meio estranho, só que foi a forma que ele entendeu de redenção. Você se incomoda com o fato dele ser quem é, qualquer cego percebe isso.

— Então agora a culpa é minha? — Pergunto com uma expressão ofendida.

— Se você não cometeu os erros dele não, é difícil pra você perceber que o Otto é vítima de circunstâncias. Ele é um cara lindo e alto que parece mais forte que um leão, mas ele e você são sensíveis e isso baqueia relações. — Então eu tenho que fingir melhor que não me importo que ele é um bandido.

Voltei a ter uma vida automática como era antes dele ao qual eu me arrumava e ia para o trabalho intacta com uma maquiagem bem feita e o cabelo bem hidratado, só viam humanidade em mim quando eu estava no trabalho voluntário.

Curiosamente meu marido ter admitido seus erros pegou bem para mim, ainda sou a imagem da miscigenação nos Estados Unidos, e por mais que soasse insano nessa fase da minha vida agora eu tinha o nome do meu pai na minha certidão e isso me fez mais feliz do que eu podia pensar.

Andreia passou no vestibular e todos os bandidos que mataram meu irmão estavam na cadeia, e eu me odeio por estar com a velha dor no peito, eu tinha que admitir que não adiantava me fazer de forte que eu tinha que vê-lo.

Se eu não morresse de ansiedade morreria de saudades, então aqui estava eu lutando mentalmente comigo para que tivesse coragem de fazer algo que jurei não fazer, que em resumo é passar por uma revista, acho que é algo que eu podia me prometer por causa dos privilégios que tenho principalmente no Brasil.

Estava em uma fase que tinha assumido meus cachos, e acho que um pouco era culpa das minhas irmãs, acho que não contei que Tereza foi na minha casa mesmo a vinda dela sendo importante para mim. No geral ela só me agradeceu por cuidar do filho dela, é tão estranho saber que eu faria tudo de novo mesmo eu tendo pesadelos recorrentes com tudo o que houve, Donna chora todas as vezes que vou falar sobre o assunto.

A obsessão do GângsterTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang