11.

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"batemos 1k, gente!
tenho pouquinho tempo aqui, mas vocês estão no meu coração 💖
obrigada a todas!"


Rb 👻

- Fala ai cumpadi, tá isolado de nós por quê? - Zizão parou na minha frente todo desconfiado. - sumidão, nem conversa mais com os pobres.

- Hm, que nada. - abracei ele dando uns tapinhas nas costas antes de me afastar. - tô sem tempo, irmão. Várias fitas pendente aí.

- Tá bom pra ninguém. - se inclinou na mureta.

- Pois é. - cocei o saco, prestando atenção na movimentação. - Fiquei sabendo da Roberta. Como é que a dona tá lidando? - puxei assunto, apertando um fininho da melhor qualidade.

- Da maneira que pode. - bebericou a cerveja, balançando o pulso pro relógio descer. - Anda toda moída pelos canto, já brigamos porque as idéia dela são tudo errada, vivia passando a mão na cabeça da garota. - estalou a língua. - Nós erramos em ter escondido, agora ir tentar bater na mulher que criou e sempre esteve ali, nos piores momentos, já é putaria.

- Se fosse filha minha o pau comia, cê tem paciência pra dá e vender. - tirei o boné preto da nike novinho, relaxando com a brisa batendo.

- Não, dispenso. Aí de mim encostar num fio daquele cabelo, fico sem pau e sem mulher. - gargalhei. - deixa estar, ela vai voltar arrependida, e eu não vou deixar barato. Quem perdoa é Deus. - prendi a minha opinião. Nego gosta de se enganar, então não vai ser eu que vou tirar ele do mundinho ilusionário.

Zizão é burro velho, tá no crime faz anos, segurou muita pica dos outros pra chegar nesse patamar. Admiro a batalha dele, foi humilhado, xingado, espancado, e hoje em dia comanda três favelas na zona oeste.

Quem vê de fora não tem noção, porque o mano só anda com a boca aberta, sorrindo pra meio mundo. Mas é aquilo né, Deus tem os seus favoritos.

Assim como eu, sua família tem grana, única diferença é que seus pais eram ruins. Perderam a filha mais nova num acidente de carro, na época a facção que liderava a Rocinha era os C.D.F - Comando Federal Facção -.
Zaquiel entrou pra faculdade de direito, virava noites e dias estudando, lembro bem porque ele era meu vizinho.

Me recordo da surra violenta até hoje, foi horas e horas de demora pra polícia chegar. Enquanto Zizão sofria na casa ao lado, os ricaços do mesmo condomínio, em maioria adolescente querendo pagar de transante, curtia festinha fingindo não ouvir gritos de socorro.

Sei lá o porquê da maldade, tendeu? Ninguém sabe, na real, nem mermo a mulher e as filhas.

- Ala, tô falando... - pisquei lombradão, saindo dos pensamentos. - tá assistindo o que, pequena? - demorei uns segundos pra entender que ele estava falando no celular. - E tá chorando por causa de filme, malucona, endoidou é? - riu, finalmente me notando. - Tá, tá, pai já está indo, bebê. Te amo.

- Essa erva tá estragada, irmão. - guardou o celular, chamando o Teti, segurança principal dele, com a mão livre. - tá todo aéreo. Piranha já mandou radinho pra você três ou duas vezes, vai lá que eu vou pra casa cuidar da minha bênção. - fizemos nosso toque.

- Fica na paz. - me despedi, alcançando minha glock na mesinha de centro e arrumando dentro da camisa.

Parti embora pra boca 7, Riquinho disse que o Piranha está me esperando a mó tempão. Posso fazer nada, só lamento. Tenho uma vida também, e ela não gira em torno dos chilique dele, se quer um faz tudo, compra na porra da internet.

A chegada foi ligeira, queria ser o primeiro a saber desse bagulho, porque se Matias acionou todos os tralha bons daqui, tem motivo.

Entrei na sala ignorando todos os boa noite, indo sentar na segunda maior cadeira, já que sou o Sub.

- Vou ser breve. - sustentou as mãos na mesa, olhando com firmeza pra cada um presente ali. - Temos uma missão, não qualquer missão, uma de peixe grande e que talvez possa gerar uma boa bufunfa.

"guardem esse capítulo na cabecinha de vocês, hihihi.
gostaram do Zizão?

beijo, até a próxima."

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