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- De novo com essa história, Jennie. Sabia que brincar com os corações dos outros machuca muito?

- Não estou brincando com você, Lisa. Eu sei o que eu quero.

- Eu também sabia o queria até me mudar para cá. Não temos certeza de nada. De fato, não queremos nada.

Nós ficamos em silêncio, nossas mãos ainda entrelaçadas, e ela parecia gostar de ouvir as batidas do meu coração, fortes por sinal.

- Espero o dia que você se abra comigo de verdade.

- Espero um dia te conhecer de verdade.- ouvi um suspiro derrotado dela.- Melhor ir, vai amanhecer em pouco tempo.

- Não vou te deixar aqui sozinha. Nem adianta falar qualquer coisa, nada vai fazer eu mudar de ideia.

- Você é bem decidida em algumas partes, não?

Ela acabou rindo apenas balançando a cabeça, ela se sentou de frente para mim, e eu me senti nervosa igual uma idiota. Seus dedos tiraram os fios rebeldes que estavam em minha bochecha, se inclinando para frente com uma lentidão desnecessária. Eu ansiava por seu beijo, ela tinha noção daquilo. Claro que tinha, fazia aquilo de propósito.

Todas as vezes que a sua boca se encostava na minha, meu corpo todo entrava em choque, minha cabeça se esvaziava de cada mínima coisa. O contato da sua língua na minha, quente e rápida era a mesma coisa de pisar em uma poça de água cheio de fios elétricos ali. Eu me sentia forte, bem, capaz. Me sentia bem assim, sentia que poderia dar a volta no mundo voando se ela estivesse perto de mim.

- Fica comigo, Liz?- cada pedido seu, cada coisa que ela falava, boa ou não, eu gostava, a sua voz era uma música perfeita mesmo sem ser cantada. Ela era sem explicação nenhuma.

- Fico...

Naquele momento, tudo indicava que estávamos no memso mundo, sorrindo juntas, como um espelho. Aqueles dentes pequenos, aquele sorriso gengival, nunca tive estrutura o suficiente para aguentar tanta beleza que vinha dela. E agora de algum modo ela era minha, estávamos juntas eu acho .

- Apenas comigo?

- Você fica apenas comigo?- um medo idiota, uma desconfiança construída durante os anos me faziam assim. Só precisava ter certeza.

- Huhum.

Poderia acontecer qualquer coisa, nada mataria as borboletas do meu estômago, a felicidade constante que crescia em mim. Não era um namoro, não era nada sério, mas ela estava comigo de verdade, e eu com ela. Confuso, mas bom.

Quando amanheceu, consegui convencer Jennie de algum modo ir para a escola, depois daquelas palavras, ela acabou dormindo em meus braços e só aquela visão já foi o suficiente para entender algo. Sem definição por enquanto.

- Bom dia, mocinha. Como passou a noite?

- Melhor impossível.- era só a verdade.

- Vejo que acordou melhor hoje. Sente alguma dor?

Dor? Eu nem sabia mais o que era aquilo. Ela havia levado a minha dor para um lugar desconhecido, sabia que ela não me faria sentir dor.

- Bom, só um pouco dolorido. Mas nada realmente sério. Posso ir para casa?

- Lisa, sei que não gosta daqui, nenhum paciente gosta pra falar a verdade. Vou acompanhar de perto a sua recuperação. Talvez saía antes do prazo, mas não se anime, apenas se melhorar mesmo.

- Tudo bem.

Fiquei sozinha durante um tempo, trocando mensagens com Jennie pelo o celular, e vendo alguns vídeos de como decorar o seu apartamento alugado. Começava a me animar com a idéia. Tinha dezessete, mas eu daria o meu jeito, sabia que ia conseguir me manter e manter Jisoo. Não perfeitamente, mas me acostumaria

- Falta muito pra voltar pra casa, unnie?

- Talvez eu volte mais cedo que você imagina. Está tudo bem com você?

- Sim, vou dormir na casa da Any hoje. Mamãe está a caminho do hospital.

- Se comporte, tudo bem? Me ligue quando quiser.

- Até.

De fato minha mãe não demorou para chegar,  falando sobre qualquer coisa, menos do que ocorreu. Ela havia me levado os meus remédios e o meu caderno de desenhos, ela sabia que eu não vivia sem nenhum dos dois.

- Rafael não passou a noite em casa... e algumas roupas dele sumiu... não todas mas algumas, seu avô quer vir te ver, mas o trabalho dele toma muito tempo.

- Diga ao vovô que eu vou ficar bem e não quero que ele se preocupe. E sobre o Rafael, o que de fato você quer que eu responda? Vi a sua carta para o internato, mãe. Não tem necessidade, assim que eu saí daqui, eu e Jisoo vamos sumir da sua vida.

- Eu não queria... ele me obrigou...

- Me poupe das suas desculpas. Apenas cuide de Jisoo enquanto eu estou aqui. Não seremos mais um peço na sua vida nem na vida do seu amado marido.

Quando ela se foi, me coloquei a pesquisar inumeos apartamentos, achando uns muito bons apenas para mim e Jisoo morarmos, e que o aluguel não era tão caro, se eu conseguisse recuperar aquela entrevista de emprego, teria dinheiro para pagar e ainda fazer uma pequena reforma no qual eu estava interessado.

- TEM UM URSO GIGANTE ENTRANDO!

Dei um pulo quando Minjae entrou carregando realmente um urso de pelúcia gigante junto a Seulgi, Yeji, Minne, Jennie e Chaeyoung. Todos trazendo balões e ursinhos de pelúcia. Eu ainda agradeceria todos eles.

- Como você está?

- Vê se olha da próxima vez onde está pisando!- Yeji se agarrou em mim de um modo fofo e protetor, me fazendo rir, curiosamente Jennie a disse que eu ainda estava muito dolorida para ser abraçada. O que era mentira.

- Você é cega? Como caiu da escada?

- Eu escorreguei, para de falar que eu sou cega, Seulgi.

- Então é burra.

- Eu também gosto muito de você, Seulgi. Muito.

- Você vai ficar aqui durante quanto tempo?

- Duas a três semanas. Sobre o trabalho, eu posso fazê-lo aqui, só não vou podê-lo apresentá-lo.

- Não se preocupe, Lili. Ah, e eu corri até a farmácia, não se preocupe com a entrevista a gerente aceitou te esperar.

- O que seria de mim sem você, Minnie.

- Dá licença, Minnie, que história é essa, Lalisa? Eu sou a sua melhor amiga, não se esqueça disso!

Acho que agora, tudo tende a melhorar.

Stay For Me (Jenlisa)Tahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon