15

9K 919 546
                                    

Como imaginei, acordei atrasada e decidi ficar em casa, não valeria a pena tentar correr até a escola, o portão já estava fechado. Me sentei na cama, sentindo uma dor de cabeça fora do normal, doía de mais. Mas apenas tomei alguma coisa e levantei. Jisoo estava em um sono de pedra, e eu resolvi deixá-la faltar também, não gostava de ficar em casa sozinha.

Ao entrar na cozinha para pegar algum cereal ou qualquer coisa para comer pois na noite passada a cara daquela carne estava fazendo o meu estômago revirar. Havia um armário meio alto, e era ali que eu deixava as coisas que eu comprava com o meu dinheiro apenas para separar. Apenas eu e Jisoo comíamos. Notei uma carta em cima da geladeira e acabei pegando-a.

Me arrependendo no mesmo minuto.

Cara instituição,

Veio por meio deste abrir um pedido para internação de duas menores de idade, nas quais estão sendo completamente difícil a convivência. Por mim e meu marido. Pretendo visitá-los antes da hospedagem das menores, quero que as condições sejam as melhores para elas. Espero o retorno.

Obrigada pela atenção, Noami.

Instituição? Internação?

Minha mãe estava planejando nos mandar para um internato. Minha mãe.

Escutei um barulho e coloquei aquele papel de volta onde havia o pegado, era apenas Jisoo que estava acordada. Acho que o meu instinto foi maior, acabei a abraçando sem explicação alguma. Não era de abraços nem beijos, mas naquele momento entendi que precisava sair dali o quanto antes, precisava tirar Jisoo dali o quanto antes.

- O que deu em você? Acho que tomou remédios demais.

- Sabe que eu nunca abandonaria você, independentemente do que aconteça com nós duas futuramente, não sabe?

- Credo, Lisa, até parece que você vai morrer. Para com isso.

- Me responde.

- Eu sei. Sei que nunca me deixaria pra trás. O que foi?

- Só quero deixar isso claro, e quero que confie em mim, apenas em mim a partir de agora. Não quero que dê ouvidos a mamãe ou a seu pai, me entendeu?

- Porque está me pedindo isso?

- Me entendeu, Jisoo?

- Ok, apenas em você, unnie. Mesmo não entendendo nada. Sobrou cereal de chocolate?

Passei o dia soltando fogo pelo os olhos, tudo me irritava, já havia tomado um comprimido para ver se aliviava mas me sentia cada vez mais querendo matar alguém, Jisoo acabou indo pra casa de uma amiga, a pedido meu, pois não queria descontar a minha raiva nela. A campanhia tocou, e eu mataria Chaeyoung pois eu já havia mandado uma mensagem para ela não vir. Minha surpresa foi ver Jennie ali, acho que estava a um tempo.

- Porque não foi a escola, Liz?

- Escuta, vai vir aqui todas as vezes que eu faltar? Isso é chato sabia.

- Não sabia que você considerava chato as pessoas que se importam com você.

- Eu estou de mau humor, é melhor ir não quero falar algo de errado por conta disso.

Como se fosse a coisa mais normal ela me abraçou. Como um simples abraço poderia me desmontar por inteira? Ela me desmontava por inteira.

- Estou aqui... relaxe.

Acabei aceitando ela ali, afinal, o que realmente estava fazendo sentido na minha vida? Remédios e mais remédios. Uma família represora. E agora um mandato para o internato, não podia ficar melhor.

Fomos até o meu quarto, pois lá eu me sentia um pouco mais leve, e Jennie me contou que havia gostado da vibe que ele passava. Ela só estava ali, pois Kai estava no treino, aquilo eu já havia entendido.

- Cadê a Jisoo?

- Está na casa de uma amiga. Como disse, não estou bem, e quando isso acontece prefiro ficar sozinha.

- Seus pais?

- Minha mãe está no trabalho, e o meu padrasto. Sei lá.

- Então você está aqui sozinha?

- Sim, bom agora não mais.

Ela olhou atentamente todos os meus livros, todos os meus desenhos, algumas fotos grudadas na parede, até que a sua atenção foi para o meu teclado.

- Você toca teclado?

- Faz um tempo que não prático, mas gosto.

- Pode tocar agora? Eu gostei de ouvir a sua voz ontem... Sua voz é linda, Liz, quero ouví-la mais vezes.

Estranhamente, Minnie havia me falado a mesma coisa, exatamente as mesmas palavras. Ou eu estava ficando louca, não sabia ao certo. Jennie chegou perto de mim, segurando as minhas mãos e as colocando em sua cintura, acompanhei cada movimento, seus olhos presos em meus lábios, sua cabeça tombando levemente antes de enfim me beijar. Eu ainda me encontrava perdida, mas com ela, por algum motivo eu me encontrava. Não sabendo se era ruim, ou bom. Mas eu me encontrava.

Ao abrir a boca, minha língua automaticamente procurou a dela e quando se encontraram meu corpo inteiro amoleceu. Acho que eu nunca me vi de fato a beijando, nem na minha imaginação mais erótica envolvendo qualquer coisa. Beijar Jennie era tão longe, não tinha imaginação.

Com incerteza mas sem controle algum, minhas mãos escorregaram para as suas nádegas, não apertando nada, apenas por querer saber a sensação e ver se aconteceria alguma reação vindo dela. E aconteceu.

Com o peso do seu corpo, Jennie conseguiu me empurrar até a cama, me jongando ali acabando por cair em cima de mim, suas pernas indo uma para cada lado, minhas mãos por fim apertaram aqueles montes redondos que as vezes os encarava quando estava perto dela.

Sua língua trilhou até o meu pescoço deixando inúmeras marcas marcas possessivas.

Céus, ela namorava, o que eu estava fazendo?

Perdida demais para parar.

Quando suas mãos entraram por dentro da minha blusa a campanhia tocou, aquilo pra mim foi um alerta.

Eu iria transar com ela bem ali. E ela namora.

- Minnie?

***

Stay For Me (Jenlisa)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora