Capítulo Catorze

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"Tem certeza que isso não é perigoso?"

Claro que era perigoso. Era a coisa mais perigosa — e diga-se de passagem, idiota — de se fazer naquele momento. Mas de forma alguma ele contaria isso para Ayla. Não queria correr o risco de fazê-la desistir do plano.

"Fica tranquila. Tá comigo, tá com Deus"

"Tá mais pra demônio"

"♡"

Ele desligou a tela do celular com um sorriso bobo no rosto e focou novamente seu olhar nos gêmeos. Os dois travavam uma discussão sem fim sobre o que deveriam fazer naquele momento.

Enquanto Maria estava louca para ir para a pista de dança, Isaac insistia que eles pedissem comida e ficassem por ali mesmo; sentados e conversando.

— Se eu quisesse ficar batendo papo com alguém, eu tinha ligado pras minhas amigas.

— Se você tá tão entediada com a gente, por que não vai ficar com elas? — questionou Henrique já perdendo sua paciência.

Maria abriu a boca descrente com a fala do garoto e levantou-se de supetão.

— Quer saber? Cansei de vocês — disse e caminhou em direção ao amontoado de pessoas energéticas que dançavam sem parar ao som da música. Henrique sorriu alegre com a saída da garota e pegou o cardápio que estava em cima da mesa.

— O que vai querer?

Isaac arqueou as sobrancelhas indeciso sobre o que pedir em meio a tantas opções. Passou as mãos pela testa limpando a gota de suor que descia por ali e afrouxou a gola de sua camisa tentando diminuir o calor que estava sentindo. Maldita hora em que havia decidido usar aquela roupa.

— Garoto paquerador dos olhos azuis — Isaac franziu o cenho e levantou o olhar ao escutar uma voz feminina bastante próxima de seu ouvido.

Babi estava parada logo atrás dele, segurando seu bloco de pedidos.

— Oi, Babi — respondeu Henrique simpático.

Ela andou mais um pouco até chegar em frente a mesa redonda em que eles estavam sentados e passou a alternar o olhar entre os dois primos.

Isaac prendeu a respiração ao olhar para o seu rosto. Seus lábios estavam preenchidos por um batom de uma cor não muito forte e seus olhos castanhos pareceram simplesmente perfeitos para ele.

— Prazer, eu sou a Bárbara — cumprimentou oferecendo sua mão para que ele a apertasse.

Imediatamente o garoto arregalou os olhos com o gesto da garçonete e buscou a ajuda de Henrique o encarando suplicante.

O funcionário do cinema olhou para os lados um tanto quanto confuso com a ação de seu primo e deu de ombros querendo dizer: "cara, é só um aperto de mão. Ela não vai te morder".

Isaac balançou a cabeça ao perceber que Babi ainda mantinha sua mão no ar esperando que o garoto a cumprimentasse de volta. Quando ela já estava começando a ficar sem jeito com toda aquela situação, ele soltou um forte pigarro e a apertou.

— Prazer, eu sou o Isaac. Primo do Henrique — respondeu em um tom de voz meio acanhado e sentiu seus pelos se arrepiarem ao tocar a pele macia de Babi.

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