queria por um dia conseguir mudar, deixar de ser errante

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— Se a pessoa estiver com muito sono ela dorme até em dois segundos. — felizmente tenho um amigo que está do meu lado. Kai, nunca te julguei.

— Ok, todos acordados, queria falar um negócio que tá me incomodando.

— O fato de ter quatro pessoas numa cama de casal minúscula? — Beomgyu sugere.

— Acho que minha avó é homofóbica.

Nossa senhora, todo mundo se mexeu no mesmo minuto e adivinhem o que aconteceu? Choi Soobin foi de bunda e tudo no chão frio em dois tempos.

O que eu disse foi tão chocante que eles nem chegaram a rir da minha desgraça, pela primeira vez ela não era engraçada.

De todos os olhares em cima de mim o de Yeji era o mais esquisito, como se tivesse crescido uma segunda cabeça no meu ombro e um chifre no meio da minha testa.

— Do que caralhos você tá falando?! — ela nem se esforçou pra sussurrar isso, gritou como se não tivesse outras duas pessoas na casa que deveriam estar bem distante no mundo dos sonhos.

— Primeiro: fala baixo, maluca. — me levanto do chão, já que ninguém se prestou a me ajudar. — Segundo: isso mesmo que você ouviu.

— Por que você acha isso? Ela falou alguma coisa? — parece que a ideia da nossa avó ser esse tipo de pessoa a incomoda profundamente. Me incomoda também, mas eu estou acostumado com esse tipo de gente.

— Ela não falou na minha cara que é, mas ela tem agido estranho desde que descobriu. — o coração até aperta só de imaginar que a minha amada avozinha deve me odiar.

— Ela é velha, Soobin! — minha prima se exalta. Eu acho que ela quer virar a mão na minha cara. — Só deve estar surpresa por um dos netos dela ser gay.

— Yeji, ela vivia tentando achar namoradas pra mim, ligava lá pra casa e ficava horas falando com a minha mãe sobre a neta de alguma amiga ou alguma garota que se hospedou aqui. Ela claramente estava esperando que eu chegasse falando que estou namorando uma linda garota e que vamos casar e ter filhos. — pego meu travesseiro e afundo a cara nele. Tem mais cheiro de Beomgyu do que meu.

— Você não disse que ela te entregou camisinhas ontem? — Beom diz e todos olham pra ele, até porque eu não tinha comentado com mais ninguém. Eu afirmo com um balançar de cabeça. — Então, ela não faria isso se não te aceitasse.

— Aí que tá, eu acho que ela tá se forçando a aceitar, mas não aceita de fato. — suspiro.

— Você tem que conversar com ela. — Yeji diz com convicção. — Isso! Conversar.

— Eu to tão cansado de ter que "conversar" com os outros sobre isso.

— Como assim? — Hueningkai se pronuncia pela primeira vez.

— Eu sempre tenho que sentar e conversar com os outros sobre a minha "condição" de ser gay. — acho que nunca fui tão aberto sobre isso. — Tenho que dizer que eu não virei gay, que isso não tem cura e que eu não to confuso. É sempre a mesma merda e isso se torna cansativo uma hora, o que custa a pessoa só entender de uma vez que eu sou um cara que gosta de caras? Não é tão difícil.

Hot tub, nice buttOnde histórias criam vida. Descubra agora