Uma Weasley nunca fica sem palavras.

57 7 4
                                    

Rose Granger-Weasley.

Eu descobri minha vocação no auge dos meus nove anos. Era aniversário de uma menina da minha turma. Ela decidiu fazer uma festança e convidar toda a classe. Bem, como eu estava inclusa, eu decidi ir.

Aquele dia tinha de tudo para ser tão simplório e comum quanto qualquer outro, mas aconteceu algo inesperado, como se eu recebesse um aviso do destino. Como a melhor amiga da aniversariante, eu cheguei cedo e fiquei grudada nela até mesmo quando os preparativos ainda estavam sendo arrumados. O tema da festa era ballet, e toda a decoração se concentrava em tons de rosa bebê e branco.

De fato, o salão estava ficando magnífico, exceto por um pequeno problema: o enfeite principal havia vindo com uma pequena falha na pintura. Ao ver Meredith e sua mãe chateadas, eu primeiro me perguntei o motivo de tamanha histeria por algo tão simples. Depois, eu tive uma ideia brilhante que mudaria todo o curso da minha vida: por que não colocar uma faixa na sapatilha? Ela cobriria a falha e daria um toque de elegância a mais. Coincidentemente, a fita que prendia a minha cintura, detalhe do vestido que eu usava, era do mesmo tom de rosa utilizado em toda a arrumação do salão.

Eu expliquei a minha ideia e, subitamente, os gritos de desespero e lágrimas de nervoso transformaram-se em esplêndidos sorrisos. Elas me agradeceram como se eu fosse a grande salvadora da pátria. Foi ali, vendo aqueles sorrisos sinceros, que eu percebi o que eu queria fazer da minha vida. Eu queria deixar as pessoas tão felizes quanto eu consegui naquele dia, no aniversário de dez anos da Meredith.

Obviamente, eu cresci e, hoje em dia, sou uma organizadora de eventos. Tenho que dizer, eu sinto como se eu tivesse nascido para isso e, embora eu ame o meu trabalho como um todo, há uma área em especial pela qual me apaixonei.

A minha história começou quando eu tinha um ano e meio de carreira. Foi quando Dominique, minha prima mais velha, finalmente encontrou o amor de sua vida e decidiu de casar. Aliás, sorte a minha ter a família tão grande. Com a cabeça pirando devido ao enorme número de escolhas que precisava fazer para o seu grande dia e prestes a entrar em colapso, ela chegou a uma conclusão brilhante: "Minha prima, Rose Weasley, é uma organizadora de eventos, será que ela me ajudaria com o meu casamento?"

E foi assim que eu planejei o meu primeiro casamento, desde as pétalas de rosa até o vestido de noiva. Cada mínimo detalhe, a música, as cores, a harmonia entre os adereços. Tudo precisava ser perfeito aos olhos de Dominique. No dia da cerimônia, tudo parecia impecável. A decoração possuía tons nude e branco, exceto pelas flores, que tinham cores pastéis que enquadravam-se perfeitamente ao cenário.

Eu acho que eu nunca vi Dominique sorrir tanto em toda a minha vida e gosto de pensar que eu correspondia a, pelo menos, uma pequena parcela daquela felicidade, porque, de acordo com ela, havia sido o casamento dos seus sonhos. Eu havia organizado uma cerimônia que ela considerava, sob a sua própria ótica, perfeita. Não havia nada mais gratificante do que isso. No entanto, não foi só isso que me encantou. Naquele dia, pela primeira vez, eu reparei na troca de olhares entre os noivos. Apesar de ser a minha prima, eu não foquei na noiva, como todos costumavam fazer. Era fato, quando a mulher entrava, com um vestido deslumbrante e chamativo, naturalmente todos os olhares se voltavam para ela. Mas não o meu. Eu olhava para o noivo, para o sorriso bobo que ele dava ao ver a mulher de sua vida, repleto de pureza e alegria e, apenas depois, eu encarava a noiva, que finalmente se dava conta de que estava prestes a entregar-se completamente para o seu amado, sem nenhum arrependimento.

Foi assim que eu me apaixonei ainda mais pela minha área de trabalho e, mais especificamente, por casamentos. Desde então, essa tem sido a minha parte preferida. Eu já havia perdido a conta de quantos casamentos eu havia planejado e, apesar das correria, loucura e desespero que alguns eventos proporcionavam, eu não me arrependia de nenhum. Cada cerimônia era única e se apegar aos casais, especialmente às noivas, era algo inevitável. Confesso que havia feito muitas amizades no ramo e, além disso, tinha até mesmo sido convidada para ser madrinha de alguns casamentos.

A Arte do CasamentoWhere stories live. Discover now