Quatro; amarelo.

2.2K 368 100
                                    

O último não tem tanto a ver com o contexto disso tudo, mas o que posso fazer? Se o dicionário diz

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

O último não tem tanto a ver com o contexto disso tudo, mas o que posso fazer? Se o dicionário diz... eu — Adrien Apaixonado Agreste — não sou ninguém além de um mero subordinada da gramática para não concordar.

Posso dizer que você fica radiante de amarelo, sim, radiante como o Sol. A única diferença é que seu brilho não é exagerado e forçado, algo natural que não extrapola os limites do olho humano ou machuca os olhos de outrem.

O amarelo aumenta seu sorriso, e te deixa tão bela que me faz suspirar. Eu sempre te admiro, e com amarelo não é diferente.

A primeira vez que vi de amarelo foi em uma apresentação de trabalho, eu me lembro daquele dia. Era para estarmos no mesmo grupo, mas Lila convenceu a professora a me mudar. Eu nunca aceitei – por mais que pareça o contrário – e não tive muita escolha.

Meu pai gostava deveras de Lila para aceitar uma reclamação minha para transitar de grupos.

Aturar Lila em minha casa foi como um pequeno inferno em poucas horas durante aquela semana, porque ela decidia ir todos os dias após o almoço até mesmo quando já tínhamos terminado. Todas as vezes, eu pensava como poderia ser diferente caso tivesse sido com você. Você e seu caleidoscópio ambulante de cores que decoravam suas roupas alegres e seus suéteres de tricô que você mesma faz – como comentou em uma aula. Com certeza, você não seria como ela.

Eu te imaginava ali comigo, não de maneiras sexuais. Eu te imaginava como uma amiga. Assistindo um filme pós-organizarmos todo o trabalho, trocando ideias...

E então chegamos no dia da apresentação, e você usava um vestido amarelo com pequenas flores em preto. Seus olhos brilhavam e você parecia capaz de iluminar um universo. Seu sorriso era grande, você estava tão feliz que eu achei que nada fosse capaz de te abalar. Aquilo me fez feliz.

Principalmente porque você feliz me fazia feliz.

O modo que você apresentou ao lado de Luka foi uma graciosidade tremenda, porque vocês explicavam muito bem. Naquela época, foi quando desconfiaram que vocês saiam.

E a sua felicidade foi transbordada para aquela cor. Você estava feliz, e deixava a cor ainda mais alegre.

Também teve uma festa, a primeira que eu cheguei a ir. Fui convidado para fazer as fotos para o anuário, e Chloe descobriu. Me convidou para fotografar a festa com a promessa que eu reservaria paginas para aquela sua festa. Eu fui, deslocado como sempre fui, e nos esbarramos. Você estava com um vestido cor-de-ouro.

Eu percebi que estava manchado e que você estava chorando.

Acho que foi uma das primeiras vezes que trocamos uma conversa verdadeira e digna de memorias. Você me pediu ajuda para chamar um Uber e eu me ofereci para te ouvir, pouco me importando se Chloe ficaria irada pelo fato de eu ter desaparecido de sua festa burguesa. Acabamos no McDonalds, comendo BigMac e reclamando sobre o colégio. Você me contou o porque estava daquele modo. Lila havia se vingado por acreditar que você tinha roubado todo o prestigio que ela teria por ter feito um trabalho melhor.

Passamos minutos falando como ela havia sido ridícula, e rindo. O papo logo saiu de Lila, e conversamos sobre tantos assuntos que você me disse – em um momento – que sua barriga doía de tanto rir. Eu amo ouvir sua risada.

Seu celular tocou e você percebeu ser Luka. Me disse que não queria ir embora com ele e deixou que a ligação caísse na caixa postal. Eu me ofereci para te acompanhar até a sua cara, já crendo que você não aceitaria, mas você aceitou e me perguntou porque achava que ela não aceitaria.

Foi quando percebi que havia dito alto demais.

Eu me levantei, assim como você. Deixamos o McDonalds com nossos lanches pagos e caminhando lado a lado. Eu não tinha te respondido e você me cobrou uma resposta. Eu ri e disse "porque eu não sou bem o estereotipo do bonito cavaleiro de armadura reluzente dos contos de fada."

Então, você sorriu e se aproximou. Meu corpo travou quando você – sem hesitar – colocou um de meus braços ao redor de seus ombros, sorrindo afável e me olhando disse "você é melhor do que eles".

Eu achei que você estivesse bêbada, e minha língua grande não me impediu de dizer – com todas as letras – um "você está bêbada?" de modo informal.

Você riu.

Me respondeu com um "eu nunca estive tão sóbria."

E eu nunca fiquei tão boiolinha por alguém em toda a minha existência.

Continuamos andando juntos e abraçados de um modo tão cômodo que eu pensava ter borboletas em meu estomago. Você as vezes sorria, outras me apertava. Quando chegamos na porta da sua casa, você me pediu uma foto para guardar de recordação, e eu não hesitei em tirá-la.

Quando fui fazer a selfie, você me beijou, me desestabilizando e fazendo com que a foto saísse tremida e quase me fazendo derrubar o celular.

Então, rimos.

Você se despediu e entrou em sua casa. Eu pensei que na segunda você já teria esquecido de tudo o que aconteceu, mas você não se esqueceu. Fez com que eu me tremesse quando sentou ao meu lado com uma camiseta amarela no auditório do colégio, me agradeceu por ter a ajudado no sábado e eu disse que quando precisasse eu estaria ali para você.

Você disse que faria o mesmo por mim, eu não acreditei.

Mas você realmente fez.

Todavia, isso é assunto para a nossa última cor.

Finalizando essa, eu só queria deixar o que amarelo me lembra quando relacionado a você.

A; amiga, você sempre está lá quando é precisoM: marcante, você sempre deixa a sua marca nas pessoas, e nunca uma marca ruim
A; acolhedor, você sempre abre seu coração e acolhe quem precisa
R; rica, de paixão pela vida, rica de felicidade, rica em bondade
E; empática, você sempre se doa pelos outros e sabe se colocar no lugar deles, entendendo que mesmo quando te machucam, machucar de volta não é o certo
L; livre, você é um espirito livre que não se contenta com pouco, você busca por mais coisas boas, sabendo espalha-las para todos, não mantendo só para você
O; objetiva, você não enrola, você sabe o que quer, e você busca o que quer sem precisar de ninguém.

Marinette sentiu o coração saltar no peito quando viu a foto no final da página. Era a foto deles, tremida, onde ela o beijou. Ela tocou a foto, arrastando o dedo pela memória tão gostosa. Sorriu.

Passou minutos admirando a imagem até suspirar. Tirou-a, meneando a cabeça ao ver que ele havia deixado outra impressa a folha. Marinette largou o anuário sobre a escrivaninha e então andou até seu porta-retratos que ficava sobre a mobília. Tirou a antiga foto que ali ficava, substituindo por aquela antes de voltar toda a atenção para o anuário novamente.

Estava na hora de ver a última cor.

Ela não podia estar mais ansiosa.

As Cinco Cores de Marinette Dupain-ChengWhere stories live. Discover now