🌈II. Quando o desejo bate na porta.

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Jeongguk estava irado.

A definição de puto se aplicava perfeitamente ao que sentia no momento. Girou a droga da chave não só uma, mas três vez na ignição com a esperança que aquela preula de moto revivesse, mas nada de o motor retornar. Suas esperanças, que já eram quase nulas, escorregaram para o poço de vez.

Estava perdido.

Todo o fundinho de fé que tinha de que poderia chegar até ao casamento a tempo havia se esvaído em frações de segundos como água escorrendo entre os dedos. Odiava aquela lata velha na mesma proporção que a amava. Lata velha essa que não era tão velha, contudo, de tanto que dava piti e problema, parecia mais ter sido apanhada de um tipo de cemitério de motos velhas ao invés de uma concessionária.

— Poxa, Lucie, você me decepciona tanto, cara! — Grunhiu para a motocicleta de cor preta, descendo de seu assento para bufar mais uma vez à medida que levava a mão até o seu cabelo, no pico do desespero.

Para piorar, aquela gravata vermelha ridícula terminaria de o sufocar junto ao seu desgosto.

Porque Lucie era assim, só o deixava na mão, — Sim, Lucie era o carinhoso apelido que deu a sua humilde moto. Ele a tratava como uma namorada, embora ao menos gostasse da ideia de ter uma, afinal, Jeongguk era muito bem resolvido com a sua homossexualidade. Lucie era a sua exceção. Então, diante o mau humor implacável da moto que não queria o levar a lugar nenhum, dessa vez, não tinha para onde correr, a bateria tinha morrido na estrada quase que deserta e nem sinal de uma oficina ou posto de gasolina por perto havia.

Uma luz se acendeu na sua mente como uma lâmpada da inteligência em desenhos animados, entretanto rapidamente fez questão de se apagar quando o moreno passou a tatear seus bolsos a procura do seu querido celular e não o achou.

Caralho, só pode ser karma, era a única explicação! Pensou. E se saísse vivo de uma estrada escura e deserta, Jeon acreditaria ser um milagre.

E o pior era que tinha um compromisso aquela hora, quer dizer, ele tinha um casamento para ir, — que não era seu, Graças a G-Deus —, mas fazia questão de comparecer porque era o casamento da sua amiga do curso de dança que faziam juntos na universidade ano passado, e ele tinha a prometido presença. A verdade é não gostava de “eventos” como esses, o dava agonia só de se imaginar no lugar do noivo da mulher, porém, cara, ele tinha prometido, e Jeon Jeongguk não descumpre promessas.

Mas bom, nesse fatídico dia, Jeon não teve nenhuma outra opção viável para poder comparecer ao casório. Ficou bastante desolado, — nem tanto —, mas fez questão de afogar tudo com boas doses de soju. Sei que vocês devem estarem se perguntando como Jeongguk arranjou álcool numa estrada deserta, mas o que vocês não sabem é que: Se Jeongguk não vai até a pinga, a pinga vem até ele via Jackson Wang. E ele não sabia que pacto com o capeta Jackson tinha feito para o encontrar ali no meio do nada, no entanto estava passando a acreditar que seu chefe barra amigo de cachaça era o próprio Lúcifer transformado em dono da boate onde trabalhava. Ele era um dissimulado dirigindo até o centro de Seul para encher suas caras de álcool até que, possivelmente, entrassem em coma alcoólico.

— Ai meu G-Dragon purpurinado! — Jeon ouviu o grito bastante hétero de Jackson sobressair a música que explodia em seu tímpano, o arrancando do modo inerte que nem sabia ter se colocado, e arregalou os olhos. No estado que se encontrava, praticamente tudo o tirava de órbita. E seu chefe era assim; escandaloso e duplamente empolgado vinte e quatro horas por dia.

Se encontravam ali naquela boate tão familiar para si como se era de praxe. Aquele lugar era a segunda casa do Jeon e era comum o ver por ali até mesmo nos seus dias de folga. E já havia passado tempo o bastante para chegarem ao nível de passar vergonha na pista de dança rebolando como loucos e beijando bocas alheias pertencentes a rostos dos quais nem viam. Estavam enlouquecidos e isso não era nada fora do comum.

Cara, eu não posso ser gay •Jikook •Kde žijí příběhy. Začni objevovat