Nine

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─Silêncio, turma! ─meu querido e adorável professor de geografia e estatística, chamou a atenção da sala toda que tava parecendo uma feira do peixe com o barulho que tavam fazendo. ─Ótimo! ─Mr.Smith responde depois de um tempo com a turma toda ter calado a boca. ─Bom, eu vou anotar tudo sobre o trabalho no quadro e vocês vão anotar tudo o que eu escrever aqui. Sem tirar fotos por favor. Quero tudo copiado à mão. Para depois não ficarem pedindo o caderno pro amiguinho. ─Qual quer dúvida me procurem, certo? ─respondemos um "sim" em uníssono.

Mr.Smith, começou anotando todo o trabalho no quadro. Enquanto nós copiávamos tudo no caderno.

O sinal bate confirmando o término de aula. Geral saiu da sala correndo, parecendo bois desesperados quando são soltos do celeiro.

Eu como sempre arrumei minhas coisas na mochila tranquilamente. Observei toda a sala e só restavam nela eu, Mr.Smith e um tal garoto desconhecido que eu não sabia o nome.

Apressei-me em sair da sala o mais rápido possível. Queria chegar logo em casa pra poder pôr esse trabalho logo em prática.

Quando estava passando em frente à mesa de meu professor, ele chama pelo o meu nome.

─Senhorita Jackson! Preciso que venha até aqui para resolver um problema.

Vou até ele que tinha em mãos duas provas.

─Semana passada eu passei uma pequena prova pra turma e vocês foram os únicos que faltaram essa prova. Eu trouxe ela hoje pra escola, se importam de fazer ela agora? ─Mr.Smith se dirigi a mim é a um tal garoto que se aproximava da mesa.

─Ruel! ─ele chama a atenção do garoto. ─Tava dizendo aqui a Any que eu trouxe a prova que vocês faltaram na semana passada. Se importam de fazer ela agora?

Encaro o garoto que para ao meu lado com a mochila nas costas. Na verdade a mochila jogada só de um lado no ombro.

Ele me encara da cabeça aos pés e se vira para o professor.

─Por mim tudo bem. ─sua voz rouca penetra meus ouvidos, fazendo meu corpo todo um certo arrepio percorrer minha espinha. O tal Ruel responde pegando a prova da mão do nosso professor e observa as pequenas palavras escritas nela.

Mr.Smith me entrega a prova.

─Então... você é o Ruel? ─pergunto me voltando á ele. ─Ruel se vira para me encarar.

─Sim, sou eu mesmo. ─seu olhar fixa sobre o meu. ─E você, quem é?

─Prazer, Any! ─estico minha mão em sua direção como um cumprimento.

─Muito prazer, Any! ─Ruel aperta minha mão me devolvendo o cumprimento.

─Ãm... tirei seu nome no sorteio. ─Vamos fazer o trabalho quando?

─Ah! ─Legal. ─o garoto responde sem se importar muito.

─Por mim, pode ser na sexta mesmo. Às quatorze, pode ser? ─confirmo, mostrando um sorriso amigável.

Ruel dá as costas para mim, caminhando até a primeira fileira de mesas da frente e se sentando na primeira cadeira perto do professor. Me sento à uma mesa depois da dele.

Garoto, eu já estou perdendo a curta paciência que eu não tenho.

─Na minha casa ou na sua? ─me pronuncio depois de um tempo em silêncio.

─Na minha casa não dá esse final de semana. ─Pode ser na sua? ─ele pergunta rodando sua caneta nos dedos. Mas sem tirar sequer o olho da prova.

Posso dizer que tive um certo ranço dele. Mas ao mesmo tempo achei ele bonitinho.

─Pode. ─respondo, voltando meu olhar pra prova.

A prova era somente de marcar, então não demorou muito para que eu terminasse ela. Me levanto de minha cadeira, caminhando até meu professor que tinha em mãos seu celular.

─Aqui professor! ─chamo sua atenção para mim. O mesmo pega minha prova, pondo em cima de sua mesa.

─Tchau. ─ele sorri gentil, retribuo com o mesmo sorriso.

Smith, era meu professor favorito da escola. Ele era super simpático e educado. Suas aulas eram sempre as melhores. De assuntos chatos, ele transformava em assuntos legais e interessantes.

Caminho pelo longo corredor vago, sentindo o vento frio bater contra meu rosto naquela manhã chuvosa de New York. Aperto minhas mãos contra meu moletom preto aveludado, sentindo meu corpo se aquecer um pouco.

─Hey! ─ouço alguém gritar atrás de mim, passos ecoam pelo corredor. Me viro de imediato, vendo Ruel correr um pouco até chegar ao meu lado.

─Esqueci de perguntar onde você mora! ─ele sorri de lado. Só aí que eu posso perceber que é a primeira vez que ele sorri pra mim desde que eu tentei conversar com ele. E caramba... aquele sorriso dele era lindo.

─Achei que não perguntaria! ─retruco dando de ombros. ─Sei lá, você não fez tanta questão assim. Achei que você fosse o típico garoto que não ta nem aí pra trabalhos e deixa tudo nas costas do colega de trabalho. ─soltei tudo de uma vez o vendo me encarar meio sem graça.

─Desculpa... é que eu tava meio com a cabeça cheia na hora e meio que  acabei esquecendo de perguntar. ─ele coça a nuca mostrando um sorriso amarelo.

─Não... sem problemas. ─dou de ombros. ─Eu também estou morrendo de dor de cabeça aqui.

─Então... aqui está meu número. ─ele me entrega um pequeno papel com seu número escrito nele. ─Aí você me manda seu endereço tudo certinho por mensagem, okay? ─assinto, guardando o papel no bolso da calça.

─Bom... vou indo, qualquer coisa você tem meu número! ─Ruel me lança uma piscada de lado e sai caminhando na minha frente, dobrando outro corredor. 

Puta que pariu que piscada do mal foi essa?

Solto o ar que nem eu sabia que tinha segurado nos pulmões.

Okay, agora talvez eu tenho um penhasco por esse garoto.

Nudes | RuelWhere stories live. Discover now