Diário de bordo, dia 37, relato 37.
Hoje estou, mais uma vez sob o olhar sanguinário da minha esposa. Quero mais uma cerveja.
Tenho duas opções, pegar e ser julgado, não pegar e julgar ela pelo pote de sorvete.
Sempre acaba do mesmo jeito, ambos pegamos e ninguém julga ninguém. Meu maior medo dentre os menos importantes da pandemia é acabar a cerveja.
Sério.
Uma vez escutei da cozinha "acabou a cerveja", e queria apenas que chegassem com aquele aparelhinho do MIB que apaga a memória.
Aliás, seria legal ter um desse. Mas nem sei o que eu faria com ele.
E se você fosse invisível?
Nesses tempos, nem ficar invisível iria adiantar, não posso sair de casa.
Mas acho que ficar impossível e voar estão entre os poderes que as pessoas mais escolhem quando surge a pergunta:
Qual poder você escolheria se pudesse escolher qualquer um?
Também tem o poder do Batman, ser rico.
Só que, diferente de Batman e Homem de Ferro, se eu fosse rico não vestiria uma uniforme e iria combater o crime, deve ser por isso que ser herói é algo tão especial.
Pensar que esses dois não precisavam fazer nada.
Era só ficar lá, vendo a fortuna que os pais construíram, mas não, colocam seus uniformes e vão se arriscar.
Os pais deles devem ficar muito bravo...
Mas acho que esse é um assunto delicado para eles.
Esses justiceiros tem uns traumas na vida que não é à toa que eles saem por aí se arriscando.
Falando em Batman, alguém já descobriu se o vírus teve origem no morcego mesmo?
Atualmente a crise no país virou tanto para o lado político que até esqueceram da parte importante.
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Diário de uma quarentena
Science FictionDiário de uma quarentena Por Filipe Salomão