Relato 3 - Dia 3

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Vivemos a pior pandemia que a Terra já viu em muito tempo, só que dessa vez temos toda a tecnologia e rapidez na informação para nos proteger.

Mas falando em rapidez, fazemos graça e rimos de tudo, concordo, acho que dar risada sempre é um dos melhores remédios.

Mas é falando deles e da rapidez que quero falar.

Ainda não temos confirmado nenhum remédio que cure a doença, e quando acharem um, pode ser que demore para chegar a todos, falando de vacinas o cenário é pior ainda.

Vacinas demoram para serem desenvolvidas.

Para se ter uma ideia, para o Ebola, a vacina foi desenvolvida em 2014, testes em 2016 e distribuída apenas em 2019. E esse exemplo é um dos recordes.

O ministro da saúde já previu que podemos ter um colapso do sistema de saúde já em abril.

Um dos maiores problemas da doença é a rapidez como ela é transmitida, infectando muitas pessoas, e muitas pessoas precisando de tratamento, os hospitais lotam, e não temos leitos para todos, lembrando que ainda temos outras doenças e acidentes mundo a fora para tratar.

Na Itália, infelizmente, chegaram a um nível de ter que escolher quem ficaria esperando uma melhora, ou não, em casa.

Por isso a quarentena, para tentar diminuir a rápida contaminação, conforme o exemplo que eu vi, é como se cada sociedade fosse um navio, e que precisamos parar esse navio, por mais que você desligue o motor e puxe os freios, ele continua andando por um tempo.

E pensando que não fazemos os testes em todo mundo podemos afirmar que todos os números que vemos hoje são das pessoas confirmadas por estarem em um estado grave da doença. Desse modo, elas já estão com a doença a algum tempo, ou seja, já infectaram outras pessoas que não sabem que estão com a doença e estão infectando outras e mais outras. Esse é o real problema.

Temos exemplos como o da Coreia que eles conseguiram fazer o teste em muitas pessoas, e dessa forma eles frearam o contágio.

Para se ter uma ideia, as pessoas em estados graves, em média, são 1 em 10, ou seja, a cada um confirmado, podemos imaginar que temos 9 que não sabemos.

Isso quando não apenas fazemos os testes nas pessoas que morreram, aí a proporção seria de 1 em cada 1000. Lembre, 1% de muito é muito, e falamos de vidas.

Diário de uma quarentenaWhere stories live. Discover now