Relato 9 - Dia 9

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"Se esse é o vírus chinês, imagina o original..."

Brincadeiras à parte, não é hora de discriminação, não é hora de preconceito, mais do que nunca vemos que o vírus não faz distinção de negro, branco, pobre, rico, gay, hetero, corintiano, palmeirense.

Seja no morro ou na selva de pedra, no campo ou na praia, com mundial ou sem mundial, o vírus pega todo mundo, seja criança ou velho.

Mesmo assim, muitos acham que é hora de apontar o dedo e culpar, culpar a China? Com tantos morrendo por lá?

Queria poder salvar todo mundo, queria não ter visto a Terra passar por isso. Queria tanta coisa que não tenho nem vou ter.

Mas ainda não me conformo em ver tanta falta de empatia e sensibilidade. Hoje parece que temos mais terroristas cibernéticos do que pessoas de bem. Tudo é motivo para ataques, perseguição, exclusão.

Chega a ser irracional, bater em um chinês, as vezes me pergunto se ainda tenho esperança na humanidade, poucas vezes tenho sim. Mas vamos admitir, a humanidade é bem burra.

A maior epidemia que o mundo viveu e ainda vive é de desinformação, burrice, intolerância e violência. A parte ruim é que muitas pessoas são contaminadas por ela, ela se expande rapidamente.

A parte boa é que remédios e vacinas contra ela existem de monte. E os profissionais que tentam cuidar dela são muitos.

Não podemos deixar a violência vencer. Já basta um vírus e tantas outras doenças para nos tirar a paz.

Arma biológica, guerra comercial, isso sem contar nas pessoas que se aproveitam do pânico para vender álcool em gel falsificado, desviar máscaras, enganar, enganar e enganar. Mas os bons são maioria. E a esperança é a última que morre.

É hora de tentar aprender pelo menos algo bom com tanta coisa ruim acontecendo. Não vamos transformar a oportunidade de ver que todos somos iguais e nos unir em mais um ato de discriminação.

O COVID-19 atacou o mundo, ele é menos preconceituoso do que muitos que eu conheço.

Diário de uma quarentenaWhere stories live. Discover now