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Barulho das chaves batendo-se quando entrasse pela porta de sua casa. Não escondia minha afeição triste e muito menos os olhos marejados pelo choro que tive no meio do caminho.

Quando entrei, olhou ao seu redor e vi minha mãe na cozinha. Outra nostalgia engraçada da última vez que chorei por Jeno. 

O que o amor vira quando chega o fim?

— Olá, filho! Chegou cedo! Pensei que iria ao cinema com os meninos… — sorridente, Hyerin cortava pepinos em uma tábua de madeira em cima do balcão. Caminhei até ela com aquele olhar triste e parei entre a abertura da porta — Seu pai chegará tarde hoje, podemos preparar pipoca doce e comer assistindo aquela série que gosta… como se chama mesmo? Ah sim! Dead To Me! O que acha? — olhou para mim com seu sorriso radiante de orelha a orelha. 

— Preciso te contar algo que não disse logo cedo. — falei baixo, desanimado e cansado, em simultâneo. Ela, no entanto, no momento em que ouviu meu tom de voz, tirou o sorriso do rosto e parou tudo o que faria — Jeno terminou comigo e a culpa não foi de nenhum de nós dois. — ela colocou uma de suas mãos na cintura e suspirou fundo. 

— O que aconteceu? Não se gostavam? — perguntou levemente irritada — Quer que eu castre Jeno?! Ele me prometeu nunca mais fazer você chorar. — fechei os olhos quando as lágrimas caíram sobre suas bochechas. 

— Não importa o que aconteceu… — sorri com os lábios, com dificuldade — Não importa mais nada. 

[…]

— O que anda fazendo por aí? — com os pés para cima, estava deitado segurando o celular próximo do ouvido.

Embora quase dezenove anos, ainda agia como se houvesse treze. 

Estou comendo um pote de danone, gostou? — riramos — Renjun, eu sou muito idiota? 

— Para ser sincero, você é meio burro, mas não é idiota, sei que as vezes não consegue impedir de agir por impulso. — sorri com os lábios, ouvindo um suspiro por parte de Jeno — Ficará bem logo, prometo isso para você. Logo voltará para Seul e iremos sair diversas vezes para comer e passear, o que acha?

Ao imaginar cada dia prometido com Jeno, o meu coração gentilmente sacudia. Não conseguia imaginar que isso estava acontecendo. 

"Renjun, acorde! Seu amigo está triste!" 

Pensava nisso toda vez que ocorria. 

Não vejo a hora de voltar para casa… — sorri largou ao ouvir sua fala — Quero ir comer um frozen-iogurte e ver suas mães. — soltou um riso frouxo com o que diria e me fez rir junto. 

— Irei lhe levar para comer um frozen-iogurte e lhe trazer aqui em casa para ver minhas mães! — revirei os olhos — Elas irão gostar, acredito. 

Elas me amam, claro que irão gostar! 

— Elas são doidas e gostam de você porque embarca nas viagens que dizem.

Tanto faz! Gosto delas, são engraçadas e muito simpáticas! — passei as mãos em meus cabelos — Ainda quero que conheça meus pais e Chaewon. Minha irmã é meio idiota, mas é porque ela tem quatro anos. 

— Ela é um bebê, não chame ela de idiota, seu idiota! — Jeno do outro lado da ligação debochou de minhas palavras — Idiota. 

Disse que eu não era idiota antes, mudou de ideia, foi? 

— Sim, idiota. — Jeno riu do que diria e me causou outro sorriso largo ao escuta-lo.

A amizade que tínhamos impedia que Jeno se sentisse triste por Jaemin. Isso era a coisa mais linda do mundo. 

Eu acreditava saber o que fazer, repentinamente.

pink letter | renminWhere stories live. Discover now