— Bom dia, meninas — Caio diz nos cumprimentando — Por acaso me dariam a honra de ter a vossa presença durante o almoço? — pergunta todo galante. Ele estava muito bonito hoje, vestido com uma calça jeans preta e blusa simples branca na companhia de um casaco de malha também preto com riscas brancas o que só faz combinar com o tênis também branco.
O encaramos em silêncio esperando que uma de nós se atreva a falar. Clara toma fôlego olhando de mim para Luíza e sorri brevemente — Adoraríamos. — a menina abaixa a cabeça encarando os sapatos quando Caio assente, entramos na fila da merenda quando o mesmo se afasta.
— Que charmoso, não é atoa que metade da escola suspira por ele. — Luíza diz assim que ele se afasta e rio.
Depois de as cozinheiras nos servirem, caminhamos em direção a mesa dos meninos. Novamente o frio na barriga me abate, não sei porque sinto tanto nervosismo pelo simples fato de me sentar com outras pessoas, até parecia que caminhava para o corredor da morte.
Havia dois garotos na mesa acompanhados por Caio que conversava animadamente sobre um assunto desconhecido, mas o silêncio se instalou sobre eles assim que nos aproximamos. Luíza foi logo se sentando e falando oi para os outros meninos, desejei ser uma desbravadora que nem ela. Por fim me sentei entre às duas. Clara a minha esquerda e Luíza a minha direita de frente para Caio.
— Meninas, estes são Henrique e Júlio — Caio começa apontando para o garoto ao seu lado esquerdo de cabelos castanhos e sucessivamente para o outro ao lado deste de pele negra que era bem bonito, em seguida ele nos apresenta e eu apenas movo a cabeça em um aceno tímido. Pessoa mais jeca tatu do que eu, impossível.
— Porque você esta rindo? — pergunto para Clara, confusa.
— Sua cara — mais risos — Ficou vermelha — e mais uma profusão de risos.
— Você é minha amiga e não deveria rir de mim. — aponto chateada.
— Ora, mais é justamente por isso que estou rindo, se não fosse sua amiga não iria rir.
— Estou repensando agora os benefícios da amizade. — finjo irritação.
— É pra isso que servem os amigos! — aponta — Para caçoarem da cara um do outro.
— Amigos também servem para se confidenciar coisas. — comento sugestiva e quando Clara me olha sem entender prossigo — Porque as coisas se complicaram ontem? — pergunto.
Ela cobre o lábio inferior com o superior e olha para os lados antes se aproximar — Digamos que meu pai viu uma coisa de que não gostou muito, por fim não me deixou sair de casa. — diz enfatizando a palavra "coisa" com as mãos em sinal de aspas.
— Hum!... e podemos supor que essa coisa tem braços e pernas? — pergunto petulante.
— Pode ser que sim... — ela diz reparando no meu sorriso travesso — ou não...
— Sei.
— O que às duas tagarelas estão tagarelando sem o meu ilustre tagarelar? — Luíza pergunta daquele seu jeito brincalhão que só faz nos arrancar risos.
— Sobre o pai da Clara ter ficado bravo depois de pegar ela com uma coisa que supostamente tem braços e pernas. — digo sem alarde.
— Hey! — Clara exclama indignada.
— Quem é o garoto? — Luíza pergunta afobada.
— Depois eu conto. — a garota sussurra constrangida sinalizando os dedos indicadores em um círculo na frente do corpo para deixar o assunto para depois.
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Não posso ser sua amiga
RomanceOlívia é o tipo de garota que ama ler um livro debaixo de uma árvore. Tudo que é natural a atraí, observar o sol, sujar as mãos de terra, é isso que a faz feliz. Apaixonada pelo amigo de infância que nunca percebeu seus sentimentos. Ela sofre com a...