Salto no Mar

27 7 2
                                    

Quando a coragem me tomou,
Eu mergulhei.
Da proa, sem pulos e gritos.
Me deixei cair e se engolir,
nas águas do oceano infinito.

Por milésimos de segundos
A liberdade de ir, ao cair.
de poder me afundar, sem se preocupar
Me fez feliz.
A água densa me puxou.
Pesada, calma, silenciosa e salgada.
Parecia depressão.
Me identifiquei... De antemão.

Sou uma superfície aparentemente calma.
Uma profundidade interior desconhecida.
Como um mar oceânico.
Você acha que o conhece, mas não...
Nem mesmo azul ele é...
Se olhar bem, verá verde ou preto,
nas profundezas da imensidão.

E nessa calmaria desconhecida
Que o medo nasce e se habita.
Quando os olhos não veem um palmo abaixo da superfície.
Quando as mãos cansam no ritmo da flutuação.
Quando os pés não sentem chão.
Quando a mente cria monstros na imaginação.
E o lado racional nos lembra dos habitantes que ali estão.
E assim, bebo a água que a pouco me fez feliz.

A coragem me tomou.
O medo me levou.
Fui livre ao pular do navio.
Fui escrava das águas do mar.
Pulei em frente,
Nadei contra corrente.
E assim, meu corpo se pertenceu ao mar.


Sem Destino - Poemas e PoesiasWhere stories live. Discover now