Restos de Uma Declaração

61 12 3
                                    

Disse escrever um poema,

Mas nada impactante causou tamanha inspiração.

Não desejei isto, não queria.

Escrevendo como agora,

Abro minha alma,

Fico triste sabendo o motivo deste pensamento,

Mas sendo autor, relaxo nas palavras,

Brinco com elas, jogo com elas.

Na lágrima que hoje escapou,

Retorno-a para o aqui.

Não serão palavras bonitas,

Serão cruas, salgadas e carregadas, como a lágrima.

E nesta pequena gota, criarei a cachoeira.

Sabe onde é o início desta nascente?

O início foi na declaração proibida,

Admiti o segredo, omiti a verdade.

Mas do que importa,

Este poema já é página virada!

Porém, o coração não é folha que se amassa e rasga.

Esse músculo pulsante,

Faz corrente nas águas calmas da minha mente.

Mergulho nas lembranças, afogo-me na memória.

Como respirar sem o ar puxar?

O que quero dizer...

Que o declarado proibido,

Entrou, se instalou, ficou e não partiu.

Queria eu esta partida, seria fácil.

Outros poderiam adentrar por este caminho.

Mas não... Nada é simples...

Jamais direi a palavra com 'A', porque não creio.

Triste lamento, derramo aquela tal lágrima insistente.

Aquela, a qual faz todo o sentido incompreensível, porém sentido.

Meu maior lamentar, não é por assim minha alma lavar...

É por de tantas palavras me expressar, e nenhuma você acreditar...

Se acreditasse me protegeria, me apoiaria, me entenderia.

Pelo contrário, pisou em meus sentimentos,

Jogou a pedra na água,

Causou o impacto, criou as ondas.

Dolorosa esta ação fez tsunami em meu coração.

Sabe quão longe e alto uma onda pode chegar?

Hoje eu soube!

Machucou-me profundamente,

Aquelas águas calmas que passavam quase neutras,

Viraram violentas, furiosas e traiçoeiras.

Mas tento seguir,

Não lamento o final deste roteiro,

Como foi dito "podemos nos amar como irmãos e amigos"

Embora, isto não é passageiro,

Leva tempo...

Só me entenda, e veja...

Eu sinto, sofrendo.

Não são necessárias palavras amargas.

Não são necessárias exposições.

Não são necessárias lágrimas.

Porque já vivo atormentada no sentir não sentir da jornada.

Talvez eu não seja a única sofredora.

Ele se foi, fato.

Ele marcou, consequência.

Sinto por isto, incontrolável destino.

Minha dor é conhecida,

A sua eu não sei...

Na atualidade,

Não vejo um substituto.

Vejo, amigos, colegas, destinos...

Não furto pessoas!

Como dizer isto sem parecer um idiota amigo?

Não sei... Serei o idiota amigo então...

Não acredito em primeira vista, atração ou química.

Acredito em conversas, experiências e semelhanças.

Tive... Em ambos...

Todos podem ter, abra o leque!

Conheça o mundo, conheça o conhecimento.

Ele é de todos!

Jamais quis ser a menina que roubava amigos...

Desculpe-me se feri, se magoei...

Você alega ter falado as palavras, não sentindo!

Você alega ter desejado, não gostado!

Como enxergar o perímetro sem definir o limite!

Eu não sei...

Apenas peço desculpas...

Mas admito não saber o porquê - Desculpa.

Me explique...

***

"Talvez um texto dissesse mais que os versos".

Sem Destino - Poemas e PoesiasWhere stories live. Discover now