2 - O Bill

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Estava deveras encantada com o ser que ainda ria. Olhava-o ainda com atenção, cada centímetro do corpo do rapaz era sem dúvida perfeito. Encontrava-se deslumbrada, nem o seu namorado era tão perfeito.

-Any está tudo bem? – A voz maternal da sua mãe foi ouvida no seu cérebro, a postura da mais velha foi mantida. Encolheu os ombros perante a pergunta da mãe e endireitou-se quando ouviu por fim o seu telemóvel a tocar.

Levantou-se rapidamente e saiu da sala entrando na cozinha, onde sentiu logo o cheiro de uma comida deliciosa. Era algo que fazia as suas glândulas salivares produzirem a saliva.

Assim que parou de pensar na comida, atendeu por fim o telefonema do namorado.

-Jordan, querido. – Apelou o seu nome com carinho. Até há pouco Bethany tinha estado chateada com ele, mas assim que atendeu o telefonema a irritação para com ele havia desaparecido por completo. O silêncio do rapaz fez Bethany arquear a sua sobrancelha. – Jordan o que se passa?

-Nada querida. Chegas-te bem? – A conversa a partir daí fora bastante longa, fora a única forma de esta conseguir socializar dentro daquela casa afinal, ela mal falava! Bethany falava entretida ao ver as flores que estavam perto da janela quando uma mão pousou no seu ombro assustando Bethany. Olhou para trás finalmente viu o rapaz que há minutos atrás tinha estado contemplar. – Any está tudo bem?

A rapariga lembrou-se de quem estava em linha e voltou a concentrar-se na conversa com Jordan, pedindo ao rapaz que esperasse para puder finalmente terminar a seu telefonema.

-Está tudo bem. Agora tenho que ir, amo-te. – Bethany desligou o telemóvel e fixou o seu olhar nos olhos cor de avelã do loiro alto que estava diante de si com um pequeno sorriso nos lábios. Saíram da cozinha e caminharam em direção à sala onde estava a família de Simone e a sua. Alene olhou para ela e revirou os olhos assim que compreendeu com quem a gémea mais velha tinha acabado de falar ao telemóvel; nunca havia gostado do Jordan e fazia sempre questão de o demonstrar todos os dias desde que tinha conhecido o rapaz.

Após algum tempo Bethany deixou-se ficar sentada, tentando abstrair-se das conversas que os adultos estavam a ter todos entretidos… até Alene falava animadamente com os dois irmãos gémeos que estavam à frente delas.

Alene deu um encontrão a Bethany na brincadeira que o único resultado foi um suspiro por parte da mais velha. Bethany era a mais velha 10 minutos, mas parecia ser mais velha em 10 anos.

Com o passar do tempo, as famílias reuniram-se todas na mesa de jantar para puderem comer. Simone e a sua mãe já se haviam tornado as melhores amigas. O seu pai e o marido de Simone estavam a entender-se maravilhosamente bem.

-Diz-me, tu e a tua irmã são gémeas? – O rapaz com a sua cor natural, com barba por fazer e com um piercing no lábio perguntou, sorrindo. A pergunta era feita várias vezes que já não tinha paciência para responder. Deixou então a mais nova responder à pergunta imposta. – Fantástico.

Não ouviu mais conversa nenhuma. Não tinha comido grande coisa pois, a fome havia-se perdido ao ouvir as conversas da sua mãe e do seu pai. Ela não iria ficar ali, tinha 25 anos, não 15!

Fechou o seu prato sem ser contestada por não pegado num uma única vez na comida. Deixou-se ficar na mesa por cortesia e ficou calada no seu canto vendo a irmã a falar com energia com os dois rapazes.

-Eu trabalho no ramo da música, nos estúdios. – Alene disse enquanto Bethany continuava a ver os desenhos da toalha de mesa esperando pela oportunidade de sair para ir para o novo quarto que já detestava. Ficara na mesa por cortesia mas, não ter nada para fazer era horrível. Desligou-se das conversas que se faziam ouvir quando o moreno falava sobre música com a mais nova das gémeas. Bethany olhou de novo para as horas, só tinha passado 1 minuto. – A Any é designer. – A resposta da mais nova fez com que a mais velha fizesse um olhar reprovador a Alene. Suspirou de novo. O seu sonho sempre fora trabalhar na empresa onde estava a trabalhar em Magdeburg e agora por causa dos seus pais teve de se mudar com eles por ainda não ter a casa que tanto deseja ter nem mobília para ela.

Levantou-se e retirou todos os pratos da mesa. Retirou a mesa. Era uma regra quem se levasse primeiro tirava a mesa.

Assim que terminou a tarefa saiu da cozinha e foi para o quarto que já lhe havia sido apresentado.

Deitou-se na cama e fechou os olhos, esperando que tudo fosse um pesadelo e que tudo voltasse ao normal assim que acordasse.

Enquanto esperava que isso acontecesse a porta do seu quarto foi aberta entrando dentro do seu espaço Simone, a sua mãe e o loiro bonito.

-Quero ficar sozinha. – As palavras foram proferidas com uma certa rispidez. Sua mãe sentou-se na cama onde a filha ficava de olhos fechados. Ninguém deu importância ao que disse e sentaram-se em vários sítios do quarto.

O quarto não era pequeno. Afinal tinha este tinha direito a um closet e a uma casa de banho.

Suspirou e esperou que todos dissessem o que tinham a dizer e que se fossem finalmente embora do quarto.

Durante 5 minutos ninguém disse nada, era constrangedor. – Filha, a casa de banho do Bill está em arranjo, o Tom não quer partilhar e a Alene também não. Podes partilhar com ele? – A rapariga compreendendo o inútil que era discutir por algo que não interessava, encolheu os ombros e fechou de novo os olhos esperando que todos se fossem embora.

 A única coisa boa no meio daquilo tudo era que tinha descoberto que o loiro alto e bonito chamava-se Bill.

Du Bist Alles Was Ich BinWhere stories live. Discover now