Tinha ficado até mais tarde na casa do namorado. Não eram essas as suas intenções, mas foi o que havia acontecido. Ela e a sua família iriam mudar-se e iriam ter de partilhar principalmente uma casa, onde habitava já uma família.
Sem fazer barulho, retirou os seus saltos altos e foi andando para o seu quarto que partilhava com a sua irmã gémea mais nova 10 minutos.
Tinham 25 anos e as suas carreiras estavam bem encaminhadas. A mais velha tinha mudado para a companhia de design da cidade onde iria começar a viver, a mais nova estava no mundo da música, ajudando nos estúdios.
Entrou dentro do quarto e reparou na pequena luz de presença do candeeiro da secretária da irmã. Vestiu, apressadamente, o pijama e desligou a luz pronta para ir dormir.
Visualizou as horas e preparou o alarme para acordar, no dia seguinte iria embora da sua cidade.
Adormeceu a pensar que nunca mais iria ver o seu namorado tantas vezes como via naquele momento. Estava contrariada por ir e todos o sabiam.
Ao amanhecer, Bethany já estava a terminar o seu banho. Passou o seu creme pelo corpo. Vestiu umas calças pretas bastante justas e uma camisa cor de salmão; uns simplesmente ténis pretos foram colocados, pegou no seu casaco de cabedal preto, a mala de mão e colocou lá a sua carteira e telemóvel.
Pegou na sua mala quando terminou de se aprontar e nas caixas que estavam dentro do seu quarto e saiu finalmente do quarto daquela divisão.
Estavam todos na cozinha a retirar as últimas caixas para estas irem para o camião que iria levar as suas coisas para o outro continente. Suspirou.
Entrou dentro da cozinha e não disse nada a ninguém, apenas esperou que todos estivessem prontos.
-Estás pronta? – A sua mãe havia perguntado e esta apenas encolheu os ombros. Estava tão chateada que não queria falar com ninguém. Pegou novamente nas suas coisas deixando as caixas na grande carrinha e entrou dentro do táxi, indo para o aeroporto de Magdeburg, para irem para o voo que lhes era destinado. – Meninas, nós vamos começar uma nova vida. E temos de respeitar quem vai viver connosco.
Bethany deixou-se estar onde estava. Ouvia aquela conversa há tempo demais, pegou nos seus auscultadores e ficou a ouvir música. Olhou para fora da janela visualizado as terras alemãs.
Havia história naquele sítio, o seu namoro, a sua quase primeira vez com ele, o seu emprego. A sua vida. E estava a partir deixando-a para trás.
Passadas umas horas o avião aterrou nas terras calorosas de Los Angeles. Bethany olhou para a irmã gémea que olhava fixamente para o telemóvel. Esta não tinha namorado, mas já marcava encontros com a sua melhor amiga, Clarie, para ela visitar Alene.
Pegaram nas malas que demorou algum tempo e pediram todos um táxi. Assim que entraram foram logo para a nova casa. A conversa com o taxista da zona estava a deixar Bethany cansada.
Ela não queria conversas com ninguém! Queria voltar para casa, a sua casa, onde estava o seu namorado e a sua vida.
Os seus pensamentos foram interrompidos quando o veículo parou. Retirou as suas malas da bagageira e foi andando para o passeio esperando por Alene.
Eram parecidas mas ambas com o seu próprio estilo. Alene era mais relaxada e tinha várias tatuagens enquanto Bethany continha uma tatuagem discreta no pulso e usava roupa mais delicada para o seu trabalho.
-Vais gostar de cá estar filha. – O progenitor proferiu deixando a filha suspirar. Para ela, aquilo era algo que nunca iria acontecer. Ali não estava a sua vida. Não estava nada. Alene, vendo a expressão da irmã, pegou na mão dela e foram andando para a porta da grande casa e esperaram que esta fosse aberta depois de tocarem.
Não passou muito tempo até que alguém fosse e lhes abrisse a porta. Uma mulher elegante com um grande sorriso e brilho nos olhos; notava-se que ela estava ansiosa para que aquilo resultasse tal como estava a mãe das gémeas. O homem que estava por trás da mulher sorria e tinha um ar relaxado.
Entraram dentro da casa e Alene não largou, felizmente, a irmã. Bethany agradeceu por isso. Estava zangada, o seu namorado não fora ao aeroporto despedir-se como tinha prometido na noite anterior.
-Sou a Alene e ela é a Bethany. – A mais nova respondeu pela irmã que naquele momento não tencionava fingir que estava feliz por estar naquela casa com aquelas pessoas que não conhecia de lado nenhum. – A senhora dona Simone tem filhos?
Simone sorriu. A mais velha compreendeu que sim; o sorriso era maternal e os olhos brilhavam ainda mais do que quando os havia recebido. Deixou-se observar a sala que iria começar a usar até conseguir dinheiro para comprar uma casa e mobília para ela.
Mesmo antes de Simone puder dizer alguma coisa a porta da rua foi aberta e Bethany acabou por ouvir vozes másculas a virem em direção ao mesmo espaço que as duas famílias.
-Eu estou a dizer-te! A miúda era tão gira que nem sei como é que me contive para não a levar para a cama. – As vozes falavam a sua língua materna, o Alemão. Esta suspirou, sentia realmente saudades da sua velha casa, da sua velha vida. Uma outra voz contrapôs o que a primeira disse. Assim que se calaram, começaram os risos entre os dois.
Bethany olhou então para ele, ria-se com a boca toda e continha um brilho especial ao falar com o irmão. Continha um piercing na língua bastante sexy, um no espaço das duas narinas, habitava também um piercing em cada ponta do lábio, e um na sobrancelha e claramente tinha um no mamilo devido à camisa de manga cava preta justa. O seu cabelo era curto e devido à laca estava em pé, era loiro e mantinha a coloração natural, o castanho. Ele era deveras bonito.
YOU ARE READING
Du Bist Alles Was Ich Bin
FanfictionEla nunca pensara que a sua vida fosse mudar tanto. Tinha saído da sua terra natal, Alemanha, para ir para um país totalmente diferente. Ela queria ficar, mas não podia. Enquanto estivesse em casa dos pais, ela teria de ir com eles. Enquanto esti...