1 - Ser Perfeito

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Tinha ficado até mais tarde na casa do namorado. Não eram essas as suas intenções, mas foi o que havia acontecido. Ela e a sua família iriam mudar-se e iriam ter de partilhar principalmente uma casa, onde habitava já uma família.

Sem fazer barulho, retirou os seus saltos altos e foi andando para o seu quarto que partilhava com a sua irmã gémea mais nova 10 minutos.

Tinham 25 anos e as suas carreiras estavam bem encaminhadas. A mais velha tinha mudado para a companhia de design da cidade onde iria começar a viver, a mais nova estava no mundo da música, ajudando nos estúdios.

Entrou dentro do quarto e reparou na pequena luz de presença do candeeiro da secretária da irmã. Vestiu, apressadamente, o pijama e desligou a luz pronta para ir dormir.

Visualizou as horas e preparou o alarme para acordar, no dia seguinte iria embora da sua cidade.

Adormeceu a pensar que nunca mais iria ver o seu namorado tantas vezes como via naquele momento. Estava contrariada por ir e todos o sabiam.

Ao amanhecer, Bethany já estava a terminar o seu banho. Passou o seu creme pelo corpo. Vestiu umas calças pretas bastante justas e uma camisa cor de salmão; uns simplesmente ténis pretos foram colocados, pegou no seu casaco de cabedal preto, a mala de mão e colocou lá a sua carteira e telemóvel.

Pegou na sua mala quando terminou de se aprontar e nas caixas que estavam dentro do seu quarto e saiu finalmente do quarto daquela divisão.

Estavam todos na cozinha a retirar as últimas caixas para estas irem para o camião que iria levar as suas coisas para o outro continente. Suspirou.

Entrou dentro da cozinha e não disse nada a ninguém, apenas esperou que todos estivessem prontos.

-Estás pronta? – A sua mãe havia perguntado e esta apenas encolheu os ombros. Estava tão chateada que não queria falar com ninguém. Pegou novamente nas suas coisas deixando as caixas na grande carrinha e entrou dentro do táxi, indo para o aeroporto de Magdeburg, para irem para o voo que lhes era destinado. – Meninas, nós vamos começar uma nova vida. E temos de respeitar quem vai viver connosco.

Bethany deixou-se estar onde estava. Ouvia aquela conversa há tempo demais, pegou nos seus auscultadores e ficou a ouvir música. Olhou para fora da janela visualizado as terras alemãs.

Havia história naquele sítio, o seu namoro, a sua quase primeira vez com ele, o seu emprego. A sua vida. E estava a partir deixando-a para trás.

Passadas umas horas o avião aterrou nas terras calorosas de Los Angeles. Bethany olhou para a irmã gémea que olhava fixamente para o telemóvel. Esta não tinha namorado, mas já marcava encontros com a sua melhor amiga, Clarie, para ela visitar Alene.

Pegaram nas malas que demorou algum tempo e pediram todos um táxi. Assim que entraram foram logo para a nova casa. A conversa com o taxista da zona estava a deixar Bethany cansada.

Ela não queria conversas com ninguém! Queria voltar para casa, a sua casa, onde estava o seu namorado e a sua vida.

Os seus pensamentos foram interrompidos quando o veículo parou. Retirou as suas malas da bagageira e foi andando para o passeio esperando por Alene.

Eram parecidas mas ambas com o seu próprio estilo. Alene era mais relaxada e tinha várias tatuagens enquanto Bethany continha uma tatuagem discreta no pulso e usava roupa mais delicada para o seu trabalho.

-Vais gostar de cá estar filha. – O progenitor proferiu deixando a filha suspirar. Para ela, aquilo era algo que nunca iria acontecer. Ali não estava a sua vida. Não estava nada. Alene, vendo a expressão da irmã, pegou na mão dela e foram andando para a porta da grande casa e esperaram que esta fosse aberta depois de tocarem.

Não passou muito tempo até que alguém fosse e lhes abrisse a porta. Uma mulher elegante com um grande sorriso e brilho nos olhos; notava-se que ela estava ansiosa para que aquilo resultasse tal como estava a mãe das gémeas. O homem que estava por trás da mulher sorria e tinha um ar relaxado.

Entraram dentro da casa e Alene não largou, felizmente, a irmã. Bethany agradeceu por isso. Estava zangada, o seu namorado não fora ao aeroporto despedir-se como tinha prometido na noite anterior.

-Sou a Alene e ela é a Bethany. – A mais nova respondeu pela irmã que naquele momento não tencionava fingir que estava feliz por estar naquela casa com aquelas pessoas que não conhecia de lado nenhum. – A senhora dona Simone tem filhos?

Simone sorriu. A mais velha compreendeu que sim; o sorriso era maternal e os olhos brilhavam ainda mais do que quando os havia recebido. Deixou-se observar a sala que iria começar a usar até conseguir dinheiro para comprar uma casa e mobília para ela.

Mesmo antes de Simone puder dizer alguma coisa a porta da rua foi aberta e Bethany acabou por ouvir vozes másculas a virem em direção ao mesmo espaço que as duas famílias.

-Eu estou a dizer-te! A miúda era tão gira que nem sei como é que me contive para não a levar para a cama. – As vozes falavam a sua língua materna, o Alemão. Esta suspirou, sentia realmente saudades da sua velha casa, da sua velha vida. Uma outra voz contrapôs o que a primeira disse. Assim que se calaram, começaram os risos entre os dois.

Bethany olhou então para ele, ria-se com a boca toda e continha um brilho especial ao falar com o irmão. Continha um piercing na língua bastante sexy, um no espaço das duas narinas, habitava também um piercing em cada ponta do lábio, e um na sobrancelha e claramente tinha um no mamilo devido à camisa de manga cava preta justa. O seu cabelo era curto e devido à laca estava em pé, era loiro e mantinha a coloração natural, o castanho. Ele era deveras bonito.

Du Bist Alles Was Ich BinWhere stories live. Discover now