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Coloquei uma calça justa, uma blusinha e um tênis. Hoje vai começar o projeto e irei com a Rita até lá depois da faculdade.
Peguei minhas coisas e sai do apartamento.

No elevador a única coisa que eu conseguia pensar era naquele homem passando as mãos pela minha cintura.

Não me parece o tipo de homem que faz muita questão de ter uma mulher ao seu lado. Provavelmente é assim, e eu irei me manter afastada.

Cheguei na faculdade e tive todas as aulas, encontrei Manu no intervalo que fez questão de reforçar que a Vila Aurea é perigosa.

- Manu, já falei que se não me sentir segura eu troco de equipe, menina - revirei os olhos.

- Se seu pai ficar sabendo... - ela começou mas interrompi.

- Ele não vai fazer nada, é um trabalho da faculdade - amo muito Manu, mas ela é muito exagerada - vou indo lá, amiga - beijei ela e acenei para Rita que me esperava na entrada da faculdade.

Combinamos de ir no meu carro. Já que ela ia embora de ônibus.

Chegamos na entrada da comunidade e tinha um pessoal parado na frente.

Assim que passamos eles ficaram olhando pra dentro do carro.

- Não esquenta, eles olham mesmo - ela deu risada e eu acompanhei.

Subimos até próximo a casa dela e paramos o carro.

- Fica logo ali o espaço que eu consegui para trabalharmos no projeto - ela me puxou pela mão.

- Enorme - olhei para a grande porta.

Assim que entramos consegui imaginar as crianças ali.

- O restante do grupo vai chegar logo mais - ela puxou umas cadeiras de plástico que tinha perto.

- O Brendo também está chegando - me sentei na cadeira.

Ficamos conversando até meu telefone tocar.

- Fala querido - atendi, era Brendo.

- Avisa a Camila que esses favelados não querem deixar a gente passar - ele avisa.

- Opa, opa, olha o jeito que fala - retruquei - amiga, não querem deixar eles subirem - falei para Rita.

- Estou descendo - ela avisou.

Fiquei lá, mas não fiquei em paz, pois logo surgiu um Deus grego na minha frente.

- Então vou ter a honra de ter você todo dia na nossa comunidade - Pulga se sentou do meu lado passando a mão na minha coxa.

- Pois é - cruzei as pernas para tirar sua mão de cima.

- Mulher difícil da porra - ele se aproximou falando próximo ao meu pescoço.

- Eu nada, você que é muito fácil - gargalhei me sentindo arrepiada.

- Pulga tem um bando de patricinha aqui, do grupo de teatro da Rita - alguém chamou no radinho dele.

- Deixa subir - ele respondeu - tenho que ir - beija meu pescoço e sai.

Graças a Deus ele saiu, imagine aquelas meninas da faculdade vendo ele, ia tudo cair matando em cima.

- CHEGAMOS - Rita gritou entrando no espaço.

Brendo se sentou do meu lado e passou as mãos por meus ombros.

- Povinho chato - ele murmurou na minha orelha.

- Igual você - revirei os olhos.

As vezes dava uns pegas no Brendo, mas não era sempre, já que somos da mesma sala de marketing prefiro não misturar as coisas.

Rita explicou como iria funcionar o projeto e Brendo e eu anotamos tudo no caderno.

- Conseguem trazer os cartazes amanhã para colar pela comunidade? - Bruna perguntou.

- Consigo sim - sorri fazendo mais uma anotação.

[...]

A tarde passou bem rápida e eu acabei que fiquei sozinha com Rita mais uma vez, limpamos e arrumamos tudo para as crianças.

- Amiga, bora comer um bolo lá em casa? - ela me convidou.

- Claro - ajeitei meus cabelos que caiam em meu rosto.

Terminamos de arrumar e fomos para a casa dela.

Dona Cida estava na cozinha quando chegamos.

- Oi tia - Rita deu um beijo em seu rosto.

- Oi amores - ela abraçou Rita e eu.

- Oi dona Cida - sorri retribuindo o abraço.

Nós sentamos no tapete da sala para comer o bolo e tomar um cafezinho que a dona Cida fez pra gente.

- Sexta tem baile aqui, vamos? - Rita me convidou.

- Não sei amiga, nunca vim - respondi bebericando o café.

- Vem, ai você conhece melhor nossa comunidade - ela implorou.

Rita eu conhecia a muito tempo, sabia que ela morava na comunidade mas nunca tinha vindo aqui até hoje.

- Tudo bem - sorri.

- Obrigada - me abraçou derrubando o café na minha blusa.

- Não vou maissss - brinquei vendo o estado que ficou minha blusa.

- Desculpaaaaa - ela saiu correndo pegar um pano úmido.

Dei risada olhando pra dona Cida.

Limpei um pouquinho a blusa, ainda bem que já estava na hora de ir embora.

- Amiga, não esquenta, já vou indo mesmo - me levantei do tapete.

- Ok, sexta o baile começa às 23h hein - ela piscou pra mim.

- Beleza - abracei ela e dona Cida - tchau meninas - acenei indo até meu carro.

- Não acredito que ia vazar sem falar comigo - Pulga me pressionou contra o carro.

Dei risada.

- Segura o coração aí, gatinho - pisquei pra ele, passando a mão em sua nuca.

- Quem era aquele babaca pendurado no seu pescoço a tarde? - ele passou os lábios pela minha bochecha.

- Te devo satisfação nenhuma - sorri olhando pra ele.

- Caraio, cê é mó difícil mermo - ele disse bravo.

- Eu não - pisquei - tenho que ir - beijei seu pescoço e entrei no carro.

Ah esse homem ainda vai me deixar louca.

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