379 23 0
                                    

POV Rhamon Garcia

Fiquei malzão de ter que deixar Gabi sozinha em casa. Mas não tinha o que fazer, o crime me chama, eu vou, é a minha família, eles me acolheram quando eu não tinha nada, tô aqui pra somar até o fim.

- Fala veinho - comprimento um irmão na porta do galpão onde vamos acertar como vai funcionar pra receber as drogas essa semana.

[...]

Desenrolamos tudo e depois parti pra casa, antes passei em uma lanchonete pra pegar umas coisas pra comer e se desse sorte Gabi ainda estaria lá.
Cheguei mas a casa estava um total silêncio, então não, ela não estava mais lá. Fumei um beck, comi o que tinha comprado e depois fui tomar um banho. Quando terminei de me arrumar tava saindo pra ir em uma social com os parceiros na adega, avistei Ritinha voltando pra casa.

- Fala Rita - andei em direção a ela.

- Suave irmão? - ela me cumprimentou.

- Sabe da Gabi? Cheguei em casa mas ela não tava mais - perguntei e ela ficou tensa.

- A gente tava tomando sorvete agora pouco, ela acabou de ir embora - meu sangue ferve só de imaginar ela andando com aquela roupa pela favela.

Olhei pra Rita, parecia que ela tava escondendo alguma coisa.

- Ela te passou alguma coisa? - pergunto cruzando os braços.

- Não Pulga - ela ajeita sua postura e se mantém firme.

- Fechou, amanhã falo com ela - Rita assente e segue seu caminho.

Tá estranho isso, mas vou descobrir.

POV GABRIELA ANDRADE

Cheguei no parque bem cansada, parei em uma vendedora e pedi uma água, paguei e me sentei em um banco olhando para as árvores. Decido olhar as redes sociais, pesquisei pela #vilaaurea, para ver como estava o projeto que estamos trabalhando. O grupo todo postando para incentivar os moradores a levar as crianças, mas um story da # me chamou atenção, era os homens que trabalhar na comunidade, fazendo uma social na adega e o Pulga estava lá, entrei no perfil da pessoa e tinha mais storys, uns uma mulher dançava na frente dele e ele olhando acompanhando a música, outros a mulher pendurada no pescoço dele. Bufei.
Vim correr e já tô vendo essa palhaçada, não era nem pra ter entrado aqui. Tomei mais um pouco da minha água e fiquei praticando a respiração, como pode ele ser assim, meu Deus.
Me alonguei um pouco e corri de volta pra casa. Chegando em casa almocei e fui por algumas lições em dia. Depois passe a tarde assistindo, chorei horrores assistindo "Como perder um homem em 10 dias" como pode? Sinceramente, homens são iguais.

Meu telefone toca.

- Fala amiga - fungo atendendo Ritinha.

- Tô aqui embaixo, sei que você tá mal, vim te dar um apoio - ela diz e meu olho enche da lágrimas novamente.

- Vou pedir pra liberar - falo e desligo.

Interfonei e Sr. Osvaldo disse que iria liberar. Fiquei aguardando ela subir, assim que a campainha toca eu abro. Rita me abraça sem falar nada. Depois me solta e mostra uma sacola com sorvete.

- Obrigada - agradeço ela.

Sentamos no sofá e ficamos assistindo.

- Quer me contar o que aconteceu? - Rita pergunta.

- Amiga, no mesmo dia ele tava se esfregando com mulher, se fosse eu, seria chamada de vagabunda pra baixo - falo triste, não esperava empatia, mas um pouco de respeito seria bom né.

- Eu vi ele saindo, ele veio me perguntar de você, disse que tinha acabado de ir, me pareceu que não engoliu muito bem essa história - Rita fala - mas esquece amiga, o carnaval tá chegando, você tem que aproveitar sua vida, ficar sofrendo por um homem que você acabou de conhecer não adianta - ela me anima.

- Tá certo, ainda bem que você me lembrou, vem aqui que vou te mostrar minhas roupas - puxei ela pro quarto.

Mostrei as roupas que estava pensando em usar e Rita ficou muito empolgada também.

- Essa azul achei maravilhosa, vai ficar linda - ela bate palmas.

- Então vai ser essa - comemorei colocando em cima da cadeira.

Passamos o restante da noite conversando e eu realmente esqueci do Pulga por um momento. Falei que ela poderia dormir lá e no outro dia íamos juntas pra faculdade e ela concordou. Ajeitamos nossas coisas e fomos dormir.

[...]

No outro dia a tarde, já na comunidade, estávamos entregando os panfletos para os moradores, até eu avistar Pulga vindo em nossa direção.

- Eai vida, não te vi mais - ele diz, bem sínico né?

- Ainda bem - dou de ombros.

- Qual foi Gabi? - ele cruza os braços.

Olho pra Rita que assente e se afasta, caminhei até um lugar mais afastado.

- Você acha que eu sou eu idiota, Rhamon? Vai se foder, eu te vi dançando com aquela menina na adega, você curtindo que ela tava rebolando na sua cara, no mesmo dia que a gente transou, pra completar você me larga sozinha depois do sexo, não fala nada, só vai - meus olhos enchem de lágrimas.

- Eu entreguei minha vida pro crime Gabi, quando eles chamam eu tenho que ir - Pulga fala.

- O crime também te obriga a ver bunda esfregando na sua cara? - pergunto e ele fica quieto.

- Foi o que eu pensei Rhamon, se fosse eu no seu lugar, seria taxada de vagabunda pra baixo, mas é você né? - seco umas lágrimas que escorriam.

- Eu errei, certo? Não fiquei com a mina, tava só curtindo, mas você tá certa nessa caminhada ai, errei e fui um filho da puta com você, mas tô aqui pra somar, não vai mais acontecer, só fui curtir uma resenha com os caras, se soubesse que ia ter mulher nem tava lá, porque tô gamadão em você - ele chega mais perto.

- Não posso aceitar isso, Pulga - tento me afastar.

- Caralho Gabi, eu quero você, quero como eu nunca quis alguém, me perdoa - ele envolve a mão pelos meus cabelos, me puxando pra mais perto.

- Não sei - desvio o olhar.

- Suave, vou dar seu tempo - ele me solta e sai.
____________________________________
O que estão achando? 🥹 aceito sugestões 💖
Até o próximo 💖

Choices - Sintoniaजहाँ कहानियाँ रहती हैं। अभी खोजें