21º

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Me arrumei com um vestido branco e os cabelos bem lisos. Não queria ir de salto, mas o look não iria ficar bom de tênis.
Quando deu 23h sai de casa e Kako me esperava na porta.

- Caralho - ele fala - se o Pulga não te pegar hoje, eu pego - ele diz.

- E quem disse que eu me arrumei pro Pulga - falo fazendo Kako dar um sorriso sem vergonha.

- Você toma jeito Gabriela - ele fala e me acompanha até o elevador.

Entramos no meu carro e fomos até a comunidade. Hoje estava fervendo, quando chegamos já ouvimos o som estralando.
Avistei Rita nos esperando.

- Cheguei - falo animada e Rita já nos entrega os copos enormes com whisky e energético.

- Amiga, o Pulga vai infartar quando te ver assim - ela fala fazendo Kako rir e concordar.

Fui dançar com Rita e Kako, ele estava atrás de mim com as mãos na minha cintura enquanto eu rebolava, quando avistei Pulga, em cima de umas caixas com umas mulheres, tinha um paredão de som atrás dele. Quando seu olhar cruzou o meu, consegui ver o ódio em seus olhos, mas logo ele disfarçou e continuou dançando. Filho da puta.

- Amiga, preciso de mais bebida - falo para Rita que olha meu copo vazio.

- Mas já? Amiga não vai ficar bêbada que nem ficou na praia, a Manu me contou - Rita me adverte.

- Não vou, só estou com sede - falo e ela assente indo pegar mais.

Continuei dançando com Kako, me virei para ele e coloquei minhas mãos em volta de seu pescoço, sentindo as mãos dele descerem até minha bunda.
Quando olho, bem atrás dele está Pulga beijando uma mulher. Na mesma hora, Rita chega com minha bebida.
Continuei dançando e bebendo, bebendo mais do que dançando. Tentei não me importar com o que eu tinha visto, mas foi difícil, porque exatamente uma semana atrás, eu estava chorando por ele em um hospital, e hoje ele está aqui, parecendo não se importar.

Passou um tempo e minha visão já estava turva, tentei ver a hora no celular e me parecia ser 02:46, a visão estava me enjoando, então sentei em um banco que tinha ao lado de uma barraca de cachorro quente. Kako estava comigo e Rita já tinha sumido com Formiga por aí.

- Acho que vou... - minha frase é cortada pelo vômito - sujei todo meu vestido - falo e começo chorar.

- Puta que pariu Gabriela - Kako fala se levantando e erguendo meus cabelos.

Não conseguia conter as lágrimas.

- Calma fia - a tia do cachorro quente fala - aqui é minha casa, pode entrar e se lavar, só não tenho roupa pra emprestar - ela diz e aponta para um portão ao seu lado.

- Pode usar minha camisa, vai ficar grande - Kako fala.

Assenti enquanto secava as lágrimas e a tia abriu o portão, Kako entrou comigo, logo na primeira porta já era o banheiro, tirei a roupa e liguei o chuveiro, me lavei rapidinho e Kako tinha deixado sua camisa em cima da pia, vesti e ficou parecendo um vestido mesmo, se tivesse vindo de tênis iria combinar.
Ajeitei os cabelos e sai para fora.

- Deus abençoe tia - falo me sentando no banco novamente, ela já tinha jogado uma água para sair o cheiro de vômito, ainda bem, se não iria espantar o clientes dela.

- Amém minha linda - ela sorri e entrega nossos cachorros quentes.

Comi com Kako e depois fomos embora, ele dirigindo, pois eu estava sem condições.

- Obrigada - agradeço apontando para sua camisa que eu estava vestindo.

- Magina Gabi, se eu não puder ajudar, atrapalhar é que eu não vou - ele diz - boa noite, se precisar tô aqui - ele diz entrando.

- Boa noite - aceno e entro no meu apartamento.

Uma sensação estranha me invade, mas quando acendo a luz da sala já entendo o porque.

- O que você tá fazendo aqui? - pergunto para Pulga que se encontrava sentado no meu sofá.

Meu coração parecia que iria sair pela boca, levei um susto enorme. A bebida ainda estava me fazendo pisar nas nuvens.

- O que eu tô fazendo aqui Gabriela? Eu juro por Deus que se você tivesse entrado com aquele cara no seu apartamento, eu matava você e matava ele - ele se levanta - e que porra é essa? - ele aponta pra camisa de Kako.

- Não te interessa, eu vou chamar o porteiro - eu falo com raiva.

Pulga me olha debochado e ergue minhas chaves em suas mãos.

- Como você vai explicar que me entregou suas chaves? - ele diz.

- Você invadiu meu carro? - falo indignada.

- Invadir é uma palavra muito forte, você deixou aberto - ele debocha, por que eu sempre esqueço de trancar? - agora tira essa porra de camisa, não quero ver você usando roupa de macho nenhum que não seja eu - ele se aproxima.

- Não vou tirar - falo firme.

- Você transou com ele Gabriela? - ele diz firme, cada vez mais perto.

- Não é da sua conta - cuspo as palavras com raiva.

Pulga se aproxima e segura meu maxilar.

- É sim, porque você é minha - ele sussurra perto do meu ouvido, me fazendo arfar.

Já não era pra essa cachaça ter passado?

- Me solta - tento parecer brava, mas o toque dele estava me deixando mais anestesiada ainda.

- Tira essa porra - ele se afasta.

- Ok, mas se você encostar um dedo em mim eu te mato - falo e começo erguer a camisa, revelando minha calcinha bem fininha e meus seios nus.

Pulga morde o lábio. Já posso sentir minha calcinha molhada.

- Que se foda - falo e pulo em seus braços beijando sua boca, aquela boca que eu estava morrendo de saudade.

🎶 " Pior que esse vagabundo sabe que é gostoso, por isso que é foda
Sabe tirar a bonequinha de dentro da caixa e sair dando corda
Não seria um problema se esse teu beijo não fosse tão bom
Agora vai lembrar daquela noite toda vez que ouvir esse som " 🎶
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Babado essa capítulo hein 🔥
Nos vemos no próximo 💖

Choices - SintoniaWhere stories live. Discover now