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Toda essa situação me deixou abalada. Na verdade não sei o que fazer. Voltei para onde Rita estava.

- Quer conversar? - ela pergunta.

- Mais tarde, agora temos que convidar toda essa comunidade pra participar do nosso projeto - disse e pisquei pra ela.

Continuamos distribuindo os panfletos, no final da tarde Rita me chamou para tomar um café na casa dela.

- Quer me contar? - ela pergunta.

Contei para ela a conversa que tivemos, o lado bom é que Rita me ouve sem me julgar, curso de psicologia seria bom também pra ela.

- Não sei como lidar amiga - terminei falando.

- Você precisa ver o que você acha melhor para você, precisa de uma relação saudável Gabi - Rita diz.

- Tenho medo dele fazer novamente o que fez naquele dia, de sumir, de sair e ficar com outras pessoas enquanto cobra que eu seja só dele - disse segurando a xícara.

- Isso vai acontecer se você permitir que aconteça Gabi, você precisa impor seus limites assim como ele impõe os dele - Rita me olha séria - quanto ao medo, é uma coisa nova, vai dar medo, faz quanto tempo que você não pensa em ter alguma coisa séria com alguém? - pergunta.

Realmente, faz muito tempo, quando me envolvia era só umas ficadas, mas nada fixo, nem eu exigia nem os outros.

- Tá bom, vou pensar nisso - digo.

- Aí sim! - Rita comemora - mas tudo o que te faça feliz amiga - ela alisa meu ombro.

Concordo e continuamos tomando nosso café e conversando. Até que decido ir pra casa. Me despeço da Rita e vou até o carro. Quando ligo carro, o rádio liga automaticamente e está começando Leão - Xamã feat. Marília Mendonça.

" Tão lindo, tão louco, meu grande amigo
Depois de você os outros são outros
Cê tá fodido
Vamos fazer amor
Cantar um sertanejo antigo
E beijar na boca, amor "

Mas que caralho de paixão é essa que eu fui me envolver? Já estava com os olhos cheios de lágrimas. Xamã você me paga por esse feat. maravilhoso que faz todo sentido nesse momento da minha vida.
Sequei as lágrimas e quando fui sair do carro Pulga estava lá. Será que realmente meu destino é com ele? Pulga me olhou, continuei secando as lágrimas que não paravam de cair.

- Tá bom Rhamon! Você venceu, eu gosto de você, não estou sabendo lidar com esse sentimento idiota - afundo minhas mãos em meu rosto. Ele me abraça.

- Você é a paty da minha vida Gabi, eu gosto de você desde o dia que invadi o estacionamento do teu prédio - ele diz afagando meus cabelos - vamo fazer dar certo - ele segura meu rosto em suas mãos e me olha nos olhos.

- Ok - murmuro, sem palavras para a declaração que tinha acabado de ouvir.

Me aproximo e dou um beijo em seus lábios.

- Tenho que ir - digo me afastando.

-Fica ai, po - Pulga ajeita meus cabelos com as pontas dos dedos.

- Vai me deixar no meio da noite? - Pergunto fazendo biquinho.

- To suave hoje - ele diz.

- Pode pa irmão - falo fazendo ele rir.

- Ta me tirando fia? - ele ri balançando a cabeça enquanto nega - vamo - ele entrelaça seus dedos nos meus e me guia em direção a sua casa.

Chegamos em sua casa e Pulga pergunta se quero tomar um banho.

- Que roupa eu uso? Vou na Rita pegar uma então - falo.

- Eu empresto um moletom e uma cueca boxer minha - ele diz e vai até o quarto. Sigo ele.

- Você acha que sua cueca cabe na minha bunda? - pergunto rindo.

- É ela ou uma bermuda, você escolhe - Pulga ergue seus braços.

- Serve sim - pego a cueca de suas mãos fazendo ele rir.

Pulga me entrega o moletom e eu vou até o banheiro. Tomo um banho relaxante pensando em como nesses dias minha vida virou dos avessos nesse projeto depois de conhecer Pulga, sinceramente, nunca vivi algo assim, sempre tive a vida muito tranquila. Meu pai é empresário, vive viajando, quando fiz 18 anos implorei para morar sozinha, não aguentava mais dividir minha vida com as pessoas que trabalhavam em casa. Perdi minha mãe quando era pequena, então tudo o que meu pai pode ele fez para que eu não me sentisse sozinha, mas de que adiantava ter empregados se eu não tinha nem ele e nem minha mãe ali comigo? Conheci Manu ainda no ensino médio, viramos super amigas e quando ela disse que iria fazer faculdade no Butantã, não pensei duas vezes em pedir pro meu pai deixar também, assim poderia morar sozinha. Ele me deu um voto de confiança e desde então eu sigo firme. Entrei pra faculdade com 20 anos, junto com Manu, estamos no segundo ano e eu mantenho a confiança do meu pai bem cuidada, procuro sempre mostrar que estou sendo responsável e mantendo as coisas nos eixos, pois não quero voltar para a prisão que era morar na casa dele.

- Gabi, você quer deixar seus futuros filhos sem agua? - Pulga bate na porta.

- Tava pensando na vida, mas já tô saindo - grito de volta.

Dou risada, misericórdia, não pode mais nem pensar na vida enquanto toma banho. Tiro o sabão do corpo rapidinho e desligo o chuveiro. Me seco e visto a roupa, até que deu certo a boxer em mim, apertada, mas é bem melhor do que uma bermuda.

- Pronto, não sabia que você era fiscal da Sabesp - falo fazendo Pulga rir.

- Sou fiscal do futuro dos nossos filhos - ele pisca.

- Ah é? - pergunto - o que achou? - dou uma voltinha.

- Bem mais gostosa do que se fosse com a bermuda - ele passa a mão pela minha bunda.

Ouço uma buzina.

- Pedi pizza - ele diz correndo até a porta.

- Uhul - comemoro dando um pulo fazendo ele rir antes de sair.

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Nos vemos no próximo 💖

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