Mais Forte do Que Pensamos (COMPLETO)

8 ☠ Recomeço

Thulio

Sentir a brisa do vento novamente era libertador. Fechei os olhos e aproveitei aquela sensação, sentindo um alívio no peito ao ver a Júlia e o Adrian lá fora. Eles sorriam e eu sorrí também.

Os dois me contaram que a Mha estava bem e em segurança e que poderia visitá-la, isso me deixou mais tranquilo.

E agora ali, diante aquela imensidão de céu azul eu não conseguia ver um destino a seguir, mas talvez eu estivesse enganado. Eu ainda estava aqui. A Mharessa estava aqui. Por que não seguir em frente?

Voltei a minha antiga casa e resolvi passar os meus próximos dias procurando algum emprego, para que quando minha irmã saísse, ela tivesse uma garantia de que viveria bem.

Em 2 dias eu a veria. Consegui arranjar um emprego de faxina em um bar próximo à nossa casa, o que me deixou muito mais tranquilo. Talvez fosse o início de um novo começo.

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Eu finalmente encontraria a minha irmã, estava na sala de espera da  febem, esperando vê-la novamente. Cada minuto parecia uma eternidade, mas quando finalmente a vi, eu sorri como há muito não fazia.

Não sei por qual motivo, mas vê-la novamente me trouxe uma felicidade sem explicação, estamos juntos e temos um ao outro agora. E não deixaria que nada nos separasse. Nunca mais.

— Desculpa, irmão! Me desculpa. — disse, em prantos. Ela chorava sem parar e eu acabei chorando também.

Enxuguei suas lágrimas com as mãos e a abracei, porque ela estava ali, finalmente. A minha irmãzinha a quem eu sempre quis proteger de tudo e a quem eu daria a minha vida.

— Estamos juntos agora, Mha. Sempre estaremos. Nós voltaremos a morar perto da Jú e você vai poder retomar seus estudos, tudo será diferente. Eu prometo!

Ela sorriu. Um sorriso de esperança de que tudo seria diferente dali em diante. Eu faria de tudo para que isso se tornasse real.

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De volta à minha antiga casa, decidi organizar todas as coisas que estavam fora do lugar. A Mharessa demoraria a voltar para casa, mas de vez em quando eu poderia visitá-la até que ela voltasse para casa. Ela também teria alguns dias que poderia passar comigo, como na próxima páscoa que estava próxima. Então a casa deveria estar o mais aconchegante possível.

A Júlia me ajudou nessa tarefa. Ela é realmente uma amiga incrível. Enquanto organizava meu quarto achei algumas fotografias da Helena. Sorri ao vê-la sorridente na foto, ela sempre me passava toda a positividade e esperança do mundo. Helena sempre me fez prometer que se caso o câncer a levasse, eu seria feliz, que daria uma nova chance ao amor.

Desculpe Helena, eu não posso cumprir essa promessa.

Todo mundo sempre esquece dos mortos, não é mesmo? Mas bem, eu não quero ser todo mundo. Eu não quero esquecer das pessoas que eu amo, a minha mãe e a Helena.

E de alguma forma, iniciar uma vida com um novo alguém, é para mim, esquecer-se delas. Eu não quero isso.

Talvez você ache que eu sou um amargurado que não superou um luto. É, pode ser. Ou eu apenas não queira amar alguém novamente para substituir o lugar da Helena.

Outras garotas já apareceram na minha vida, caso você se pergunte, caro leitor. Mas bem, eu nunca achei que fosse o momento certo de construir algo novo. E para falar a verdade, eu nunca senti essa vontade.

E cheguei a conclusão que nunca será.

E sobre o meu futuro? Bem, eu estava feliz o suficiente em garantir a felicidade da minha irmã e realizar o sonho que eu sempre quis: me dedicar à música.

Talvez estivesse mais do que na hora de tirar esse sonho do papel.

Eu sei que talvez alguém aqui esteja torcendo para que eu encontre um novo amor e olha, veja bem: é possível viver sem um "amor" físico.

Eu continuo vivendo sem Helena, mas ela ainda está em tudo que há em mim e não precisa estar aqui fisicamente para isso.

Você não precisa de um amor físico quando já viveu o maior dos amores.

Para mim, tudo que eu vivi com a mamãe e com a Helena, é mais que  suficiente. Porque elas me fizeram a melhor pessoa que eu poderia ser. Porque eu fui amado de verdade e eu ainda as amo, e isso, apenas isso, já me transborda.