03 ☠️ Um novo amigo

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Mharessa

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Mharessa

Definitivamente não é uma boa ideia sair no meio da noite, no frio, com poucas peças de roupa e dois biscoitos na bolsa que não iam durar nem duas horas. Assim que sai no meio da noite da pousada, corri para longe dali o mais rápido que pude. Andei até sentir que estava o mais afastada possível daquela região. Não sabia onde estava e nem como voltar, apenas segui andando até o dia amanhecer. Quando finalmente o sol nasceu, decidi descansar, estava definitivamente exausta.

Parei numa estrada completamente deserta, olhando ambos os lados para ver se alguém me via, então me recostei em uma árvore, no meio do mato. Eu só queria fechar os olhos. Não aguentava mais andar e sentia que se não deitasse naquele momento, poderia cair a qualquer momento. Então, eu apaguei. 

Quando acordei, senti meus olhos arderem com a luz do sol forte e levantei para procurar algum lugar onde encontrasse comida ou alguma ajuda. Andei até que toda a pista passasse e pudesse ver os primeiros sinais de cidade e pessoas à vista.

Gostava da ideia de me aventurar sem rumo, sem saber o que me esperava. Fiz muitas vezes isso, mas sempre estive com meu irmão e confesso: estar agora sem ele era no mínimo, estranho. Passei por uma praça onde haviam várias moradores de rua, muitos me olhavam de cima a baixo e outros não davam atenção, passei dali e segui o meu caminho, até ver um senhor que dormia com um cachorrinho ao seu lado. Eu amava cachorros.

Cheguei perto e tentei aproximar a mão do cachorrinho, ainda havia um pacote de biscoito na minha bolsa, então resolvi deixar ao lado dos dois.
— Obrigada, garota — disse o senhor barbudo e cabeludo, aparentando bem mais que a idade que deveria ter.
— Ah, me desculpe. Não quis acordar o senhor…
— Não, senhorita, não estava dormindo — falou, com um sorriso amarelo. 

Franzi o cenho, sem entender.
— Como assim? Mas achei que…
— Muitas vezes é mais fácil deitar e fechar os olhos, ignorar o que acontece a nossa volta para fugir da realidade.

Naquele momento, me permiti refletir sobre o que ele disse. Por mais que muitas vezes tivesse passado por dificuldades, sabia que nada se comparava aquela situação. Sentei ao seu lado.
— Posso ficar aqui por um tempo? — soltei, de repente. Na verdade, só queria ter uma companhia e descansar naquele momento, para depois seguir em frente.
— Onde está indo?

Não sabia se seria certo falar para ele da minha fuga, mas naquele momento, eu senti vontade de me abrir com alguém. E foi o que fiz. 
— Eu tô fugindo. Na verdade, eu sempre ando fugindo, mas é uma longa história.
— Sei… mas e seus pais? Onde estão?
— Morreram — falei rapidamente. Não queria prolongar o assunto.

— Sinto muito garota… entendo como é. — Disse o velho, tossindo. — Também perdi minha família quando ainda era jovem.

Perai… será que aconteceu o que estava pensando? Bom, se sim ou não, só perguntando para saber realmente. Aquele senhor parecia esconder um mundo em seu interior e naquele momento eu realmente, estava curiosa.
— Você mora na rua desde que seus pais morreram?
— Bem… desde que minha família toda morreu em um incêndio. Na verdade, eu ainda morei com uma tia enquanto jovem, mas não durou muito tempo, então acabei indo pra rua. Me acostumei a viver assim, menina. — Suspirou, o olhar vago e distante. — É difícil, mas já estou acostumado. — Deu um sorriso, mostrando os dentes amarelados. — Você não tem nenhum parente, menina?
— Sim… mas eu não posso estar com ele agora.

O senhor me analisou por segundos e soltou:
— Seja do que for que esteja fugindo, saiba que não adianta. Procure seu familiar, é o melhor a se fazer.
— É mais complicado do que se parece.
— Hm… bem, então pode ficar o tempo que quiser. Mas a rua não é lugar para uma garota de sua idade.
— Não é lugar pra ninguém, eu sei — falei. — Mas será temporário.

O senhor levantou com dificuldade e pegou um colchão velho e rasgado ao seu lado, estendendo-o para mim.
— Pode ficar com este hoje.
— Claro que não, é seu!

Ele riu.
— Eu e meu amigo estamos acostumadas a dormir no chão e no frio, há poucos dias antes de conseguir esse colchão a gente dormia assim.
— Obrigada mesmo — agradeci. — Como é o seu nome?
— Luís. O seu?
— Mharessa.

Estava tão cansada que só foi encostar minha cabeça naquele colchão velho para em poucos minutos, pegar no sono. Não me importei de estar ao relento com um completo desconhecido, nem de estar sujeita a qualquer tipo de perigo. Quando acordei, já era tarde e o senhor não estava ao meu lado, mas o pequeno vira lata, o qual ainda não sabia o nome, sim. Levantei e decidi ir em busca de alguma comida, quando de longe avistei o Seu Luís, como passei a chamá-lo.
— Veja só o que consegui arranjar pra gente! — Disse o velho e eu dei um sorriso, ele abriu a sacola de pães e me ofereceu um deles.
— Onde conseguiu?
— Bem… um senhor da padaria da esquina me dá de vez em quando.
— Obrigada — agradeci. — Ficarei aqui está noite, mas pela manhã estarei indo embora.
— Tudo bem menina, espero que encontre o que deseja — falou, gentilmente enquanto enfiava um enorme pedaço de pão inteiro na boca. Devia estar realmente faminto.
— Eu também espero — desabafei.

Se tinha uma coisa que eu queria, era encontrar a Emília. Eu não sabia como voltaria a Natal, mas daria meu jeito.

Oi, gente! Antes de tudo eu quero desejar um feliz natal a todos (atrasado) e um 2019 cheio de conquistas e muito amor para todos nós! Espero de coração que tenham gostado do capítulo 😘

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Oi, gente! Antes de tudo eu quero desejar um feliz natal a todos (atrasado) e um 2019 cheio de conquistas e muito amor para todos nós! Espero de coração que tenham gostado do capítulo 😘

PS: Ainda estou escrevendo o livro, então não tenho previsão certa de postagens, só posso dizer que a história será completamente concluída, assim como "Mais Perto do Que se Imagina" foi!

Muito obrigada pelo carinho de sempre, um beijo! ❤️

Mais Forte do Que Pensamos  (COMPLETO) Onde histórias criam vida. Descubra agora