Capítulo 2

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Peter

Depois de chegar em casa e recusar o jantar que tia May oferece, finalmente me permito pensar no quão esquisito foi o meu dia.

Durante a prova de química, jurava ter ouvido a voz de Emma na minha cabeça, em claro e bom tom, como se estivesse dizendo algo no meu ouvido, mesmo estando do outro lado da sala. Talvez estivesse ficando louco, ouvindo coisas. Eram provavelmente as noites sem dormir.

Tenho feito mais rondas noturnas que o normal ultimamente, um pedido feito pelo sr. Stark. Não sei o porquê de todas essas medidas de segurança extra, mas fico feliz em ajudar. Faz tempo que não sou chamado para uma missão dos Vingadores.

Além da voz intrusa de Emma na minha cabeça, houve também sua tentativa de me fazer falar com Liz. Consegui me livrar, e sei que ela ficará brava por um tempo por ter usado seu ponto fraco, mas valeu a pena. Não falo com Liz desde que ela voltou para a escola, no início deste ano. Duvido que ela queira, de qualquer jeito, que eu apareça na festa. Principalmente depois de tudo que aconteceu... Varro esse pensamento para longe. Não gosto de lembrar dos acontecimentos do ano passado.

Outro pensamento aparece no lugar, e me faz rir: o rosto de Emma quando toquei o assunto de Ethan. É engraçado vê-la corar. Não é fácil fazer isso, mas sei exatamente como irritá-la. Anos de experiência tinham que servir para alguma coisa.

Depois de tudo isso, quando Emma já tinha saído do refeitório, irritada, senti meu sentido aranha apitar. Ao olhar para frente, notei um vulto passando com rapidez pelo corredor da escola. Disse para Ned que precisava ir ao banheiro e segui a sombra.

Quando cheguei ao lado de fora, não havia ninguém lá. Ou melhor, eu não via ninguém ali. Mas meu sentido me dizia que algo estava prestes a acontecer.

Num piscar de olhos, as luzes se apagaram, e senti algo passando pelo meu lado. Era impossível, o corredor estava vazio. Eu já tinha visto muitas coisas estranhas, mas duvidava da existência de fantasmas. Minha única alternativa era me concentrar no sentido aranha e tentar seguir o que quer que fosse no escuro.

Logo que comecei a me mover, senti algo me empurrando na direção dos armários, fazendo um estrondo com a força da batida. Aquela pessoa tinha chegado longe demais.

Confiando totalmente nos meus instintos, me joguei na direção da coisa, conseguindo derrubá-la no chão. E, ao que tudo indica, a teoria do fantasma foi por água abaixo. Aquilo era totalmente tangível.

Incentivado pelo escuro, já que meu oponente não conseguiria me ver, investi um soco no espaço em minha frente. Péssima decisão. Ao invés do meu punho atingir o rosto do meu alvo, ele acaba atingindo com força o chão.

Reprimi um grito de dor ao sentir o impacto. Para onde ele tinha ido?!

Continuei andando pelo corredor. Pelo tempo que passou, meus olhos já deveriam ter se acostumado com a escuridão, mas ainda não conseguia ver um palmo a frente.

Enquanto me guiava encostando as mãos na parede, consegui identificar uma silhueta encostada no batente de uma porta. Fui em sua direção.

Quando estava a poucos passos do meu destino, as luzes se acenderam. A silhueta sumiu. Não havia nada ali. Olhando para a frente, percebi Emma parada, parecendo atordoada.

Depois desse incidente, fiz o de sempre. Terminei as aulas e fui para o estágio na Stark, voltando apenas no final da tarde para casa. Mas não consegui parar de pensar nas coisas que tinham acontecido.

Filhos do Infinito | Peter ParkerHikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin