Capítulo 14

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Emma

Eu estava certa por temer pela minha vida ao voltar para casa. Por algum motivo, para minha mãe faz muito sentido me matar por fazer ela pensar que eu estava morta. Amor materno, algum dia irei entender?

Ela estava acordada quando cheguei, como já era o esperado, embora eu tenha feito o menor barulho possível para abrir a porta e entrar em casa. Ela conseguiu manter o rosto bravo enquanto me abraçava e perguntava onde raios eu estava. Disse que tinha saído mais cedo com Kate, o que não é totalmente mentira, e que meu celular tinha descarregado, o que não é totalmente verdade. Okay, não é nada verdade. Até porque no exato momento em que terminei de contar essa versão da história, meu celular apitou indicando bateria baixa, como se querendo provar que a lei de Murphy é real.

O resultado foi uma semana de castigo. Sair de casa apenas para a escola e o estágio na Stark. Poderia ter sido pior. Pela reação dela quando cheguei em casa e o tanto que ela falou sobre como eu poderia ter morrido de oitocentas formas diferentes, achei que fosse ser enviada para um colégio interno na Suíça. Se até agora estou em solo americano, isso é lucro.

De manhã precisei avisar que estava indo para a Torre, pois meu estágio cobria os fins de semana. Recebi um olhar desconfiado em troca, mas ela me deixou ir sem perguntar muito sobre. Quase desisti de levantar quando meu despertador tocou às oito da manhã, o dia de ontem foi extremamente exaustivo, mas eu precisava entregar para os Vingadores a joia do infinito que eu e Kate roubamos. 

Quase dormi no caminho de ida até lá. A única coisa que me manteve acordada foi a consciência de que estava carregando uma mochila em um metrô nova-iorquino lotado. E eu não tenho certeza de que poderia fazer um boletim de ocorrência sobre um item roubado que foi roubado.

— O que você tá fazendo aqui? — pergunto assim que chego no laboratório da Torre, vendo Kate inclinada sobre a mesa principal do cômodo, observando todas as bugigangas ali dispostas.

— Fui convocada pelo excelentíssimo Sr. Stark. — ela dá de ombros, sem nenhuma surpresa por ouvir minha voz. — E você?

— Eu trabalho aqui. — jogo minha mochila em uma das cadeiras, e me sento em outra ao lado. — E vim deixar um presentinho para os Vingadores. Se eu fosse você, eu não mexia nisso aí.

Kat está segurando um tubo de ensaio cheio de um líquido de cor e aparência duvidosa.

— O que você acha que isso faz?

— Explode coisas?

Ela põe o vidro de lado, perdendo o interesse.

— Qual o presente que você trouxe?

Retiro o cubo azul que achamos na noite passada de dentro da mochila e o coloco em cima da bancada. Kate sorri ao ver a suposta joia do infinito novamente.

— Quero créditos por ajudar a pegá-la. 

— Pode assinar o cartão do presente.

Kate olha ao seu redor, pensativa, enquanto batuca com os dedos na superfície da mesa. Cerro os olhos para ela, percebendo que ela está procurando por algo para fazer em meio à espera.

— Quem teve a brilhante ideia de deixá-la sozinha no laboratório?

— Eu estava conversando com o Bruce, mas o Stark o chamou lá embaixo para sabe-se lá o que. Era para eu ficar aqui e não me mexer, estou apenas obedecendo ordens. Por falar nisso, só conheci os dois até agora. Esperava encontrar mais Vingadores estando na torre que tem o nome deles.

— A maioria deve estar em alguma missão ou algo do tipo. Mas se você ficar, provavelmente vai conhecer Natasha em breve.

— Ei, aquela não parece ser outra joia do infinito? — o olhar de Kate recai em uma pedrinha roxa exposta por um vidro, no canto da sala. 

Filhos do Infinito | Peter ParkerWhere stories live. Discover now