Capítulo 17| Piedade

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"Consumindo todo o ar dos meus pulmões

Arrancando toda a pele dos meus ossos

Estou preparado para sacrificar a minha vida

Eu faria isso até duas vezes, com prazer."

(Shawn Mendes – Mercy)

                                                                                 · Zac Müller ·

Um pequeno gesto que foi capaz de mudar tudo. Era a minha segunda chance de viver ao lado da minha amada e esse pensamento fazia com que um calor insano percorresse meu corpo. "Quando eu disse que o amava", novamente suas palavras invadiram minha mente e eu finalmente tinha percebido o que ela dissera antes de desmaiar. Eu a amava, estava nítido, e estava sendo correspondido.

Eu tinha esperança, ela havia me permitido ter. Um turbilhão de emoções me invadiu quando Safrina apertou a minha mão, poderia ser um gesto insignificante para alguns, mas foi tudo para mim. Saber que ela estava ali, não só fisicamente, mas sua alma, seus pensamentos, seu olhar, ela estava ali. Ela estava me escutando, ela se importava. Naquele momento tive certeza de que não viveria mais nenhum minuto sem ela, sem a minha companheira, sem o meu primeiro e único amor.

— Eu te amo. — Murmurei.

"— Eu te amo." Suas palavras ecoaram pela minha mente e algumas lágrimas rolaram pelo seu rosto. Seus olhos fixos nos meus.

Safrina estava com medo, por ter ficado tanto tempo sem falar, ela estava tendo dificuldade ao dizer aquela pequena frase, mas nem por isso me deixou sem respostas.

Não queria sair do quarto, deixá-la sozinha, mas tinha que avisar as enfermeiras, talvez se Safrina ouvisse de um profissional que sua fala voltaria com o tempo poderia se acalmar, e também tinha que informar os ministros. Levanto da poltrona e vou até a enfermaria, por sorte encontro Valentin conversando com uma enfermeira.

— Doutor, ainda aqui?

— Aproveitei para rever alguns exames, mas já estou de saída. — Ele disse, assinando uma folha.

— Safrina acordou. — Falei como se fosse um robô. Não sabia como me expressar, parecia que só Safrina soubesse o que eu realmente sentia, e era algo além da felicidade.

— Isso é ótimo, Zac! Vou agora mesmo vê-la. — Entregou o papel para a enfermeira e passou por mim, dando um leve tapinha em meu ombro, ele também estava feliz.

— Gostaria de acompanhá-lo, mas tenho que avisar os ministros. — Falei para ele, que apenas concordou com a cabeça e foi para o quarto onde Safrina estava.

Caminhei até o meu escritório e peguei o telefone que havia deixado sobre a mesa. Os ministros já deveriam estar em casa, então não iria perder tempo indo na sala deles. Disquei o número de Aaron, iria comunicar apenas ele, o único que foi respeitoso comigo, então pediria que ele repassasse a informação aos outros.

No segundo toque ele atendeu o telefone.

— Boa noite? — Disse, com a voz sonolenta.

— Boa noite, Aaron. Desculpe te acordar. — Apressei em dizer, percebi que não havia olhando as horas antes da ligação.

— Zac! Não precisa se desculpar! — Ele disse, gentilmente.

— Bom, eu gostaria de avisar que Safrina acordou. — Não consegui conter o sorriso.

— Que bom, Zac! Estou feliz por ter sido uns dos primeiros a saber!

— Gostaria que avisasse os outros.

IndômitoWhere stories live. Discover now