"Eu nunca tive algo que eu não posso andar longe
Mas, menina, meu autocontrole paralisou
Quando se trata de você, não, eu não tenho paciência."
(Thomas Rhett - Craving You)
· Zac Müller ·
Hoje teria que levar Safrina para a biblioteca, as aulas com a minha mãe teria início cedo. Queria usar esse tempo que elas teriam juntas, para aproxima-las, até porque só poderíamos ver mudança em Safrina se ela permitisse, então meu intuito não era muda-la.
Percorro os corredores até o quarto dela, faltavam apenas dez minutos para as sete da manhã e seu quarto estava em completo silêncio.
Ficaria surpreso se ela já estivesse no local ordenado, mas o guarda que contratei para vigia-la estava posto ao lado da porta. Pensei que ela poderia ter fugido e ele não percebeu, mas ao concentrar no quarto a minha frente, consigo escutar uma respiração lenta, seguida de um bater calmo de um coração.
Suspiro.
— Bom dia. Por favor, traga-me uma bandeja com frutas e algo para beber. — Peço.
— Sim, senhor. — Ele diz, concordando com a cabeça e saindo da sua posição.
Encostei na porta, usando como apoio para meu corpo, cruzei as pernas e coloquei as mãos no bolso da calça jeans escura, o que fazia a camisa social branca se destacar em meu corpo. Esperei o guarda voltar, enquanto encarava meus sapatos. Mas sua demorava já me entediava, e se meu relógio de pulso estivesse certo, havia se passado quase vinte minutos.
Eu já tinha a desculpa perfeita para adentrar o quarto.
E é isso que faço. Giro a maçaneta marrom com desenho dourado do brasão da alcateia. Todos os móveis do Palácio Central continha o brasão, a cabeça de um lobo. A porta abriu silenciosamente, algo que eu apreciava nesta casa. Era histórica, mas tudo em perfeitas condições.
Safrina estava encantadoramente linda enrolada na coberta. A posição em que ela se encontrava fazia com que ocupasse a enorme cama, seria assustador e invejável ela não reclamar de dores lombares.
Poderia ficar horas apreciando essa mulher. Mas tínhamos compromisso e se eu continuasse aqui seria invasão de privacidade. Poderia ser considerado no momento em que entrei no quarto sem avisa-la ou pedir permissão, e isso me fazia sentir obsessivo. O que eu não era!
Resolvo tomar uma atitude para sair logo deste local.
— Chega, Safrina. Levante-se. — Falo, voltando a colocar as mãos no bolso da calça.
Ela se mexe um pouco e abre os olhos lentamente, focando em mim. Depois vira e pega o relógio que estava na escrivaninha ao lado da cama e o aproxima dos olhos, tentando olhar as horas. Deixa o relógio cair na cama e levanta, indo para o banheiro, sem dizer nada.
A observo, imóvel. Seu corpo estava coberto apenas por uma calcinha de renda preta e um sutiã do mesmo modelo. Meu corpo fica tenso, abaixo minha cabeça para não ficar olhando para ela como um idiota, era desrespeitador. E eu também não queria ter que tomar outro banho gelado.
Escuto passos vindo na minha direção, levanto a cabeça a tempo de vê-la passar do meu lado, indo até o guarda roupa, pegando o primeiro vestido que encontra e o vestindo. A cor vermelha destacava-se em sua pele bronzeada. O coque tinha fios teimosos que insistiam em ficar em seu rosto. Então ela sai, sem dizer nada, deixando a porta aberta e eu no quarto sem entender.
Reviro os olhos e vou atrás dela. Caminho lentamente, tanto que perco Safrina de vista. Quando estava próximo a porta da biblioteca, prestes a abrir, escuto uma conversa e paro para ouvir.
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Indômito
FantasyTempos depois de começar a vingar a morte de sua mãe, Safrina Nieto retorna a Hausach, a pequena cidade onde nasceu. Com o propósito de encerrar sua sentença, que iniciou a dez anos atrás. Matar todos os decentes de Marcus, e as mulheres com quem el...