Capítulo 4| Me Salve

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"Seu toque está me fazendo parecer tão louca agora

Me fez esperar que você me salve agora

Seu beijo me fez esperar que você me salve agora

Parecendo tão louca, seu amor está me fazendo parecer"

(Beyoncé - Crazy In Love feat. Jay-Z)


— Você a matou. — Ele diz entrando no meu pequeno "lar".

Tiro os olhos do jogo, me distraindo e morrendo, perdendo a partida. Bufo e jogo o celular para o canto. Percebo que Peter estava irado e se aproximava muito rápido de mim.

Levanto rapidamente, vendo ele tentar alcançar o meu pescoço. Giro o tronco, fazendo com que ele errasse o golpe, me dando oportunidade para empurra-lo contra a parede, aproveito para pegar seu braço e prendê-lo nas costas, imobilizando-o.

— Está assim por causa de uma garotinha, Peter? Não sabia que era tão sentimental.

— Eu fiz tudo o que você quis, e a única coisa que pedi em troca foi... — Ele começou a destilar as palavras em mim, mas o interrompi.

— Foi o quê? Me diga, Peter!

Aproximei meus lábios do seu ouvido, sussurrando lentamente cada palavra. Enquanto ele se mantém calado.

— Esqueceu? Eu posso te lembrar. — Me afastei de uma vez, soltando seu braço. Mas não me distanciei muito, poderia machuca-lo fatalmente em segundos. — Você pediu o trono. Não a vida da sua mãe, não a vida do seu irmão, ou até mesmo a vida da sua amada. O seu único pedido foi o trono!

Vociferei as últimas palavras com nojo. Ele tinha a família, mas não quis ao menos fingir que se importava com eles.

Peter queria poder, e essa ambição o cegava.

Ele rosnou para mim.

Um aviso.

Um sorriso genuíno tomou conta do meu corpo. Ele achava mesmo que poderia me impor medo?

A risada era contagiante.

— Pare por ai, garoto. Você já a perdeu, não vai querer colocar tudo em risco agora, ou vai?

Peter deu um passo à frente. Seus olhos emanavam ódio, mas ele se conteve.

Entretanto, eu não perderia a deixa.

— Na verdade, você não a perdeu completamente.

— Como é? — A esperança pareceu surgir dentro dele.

— Então... tem como vocês se encontrarem novamente.

— Pare de enrolação, Safrina.

— Simples. Mesmo sabendo que ela estava cagando e andando para você, enquanto fodia com o seu irmão. — Me aproximei dele novamente e comecei a brincar com os botões da sua camiseta. — Eu posso fazer com que você a encontre novamente.

Era extasiante ver a variação de humor dele, da raiva para a alegria, e depois a esperança.

Um sentimento involuntário e cruel, surgia por um pequeno gesto mal interpretado, mas que poderia gerar várias noites sem dormir.

— Matando, você não acredita em espírito? Sem Zac nesse mundo espiritual, você não terá concorrente.

Falei e segurei a gargalhada.

Peter rosnou, a raiva corria por suas veias. Ele pegou minhas mãos com força e as empurrou para longe. Saiu de perto de mim, a procura de algo.

O observei por um tempo, curiosa. Por fim, dei de ombros.

IndômitoWhere stories live. Discover now