Só fico a sós se for contigo, pt. 5, por Amanda Lomba

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— Beca? Preciso te falar uma coisa. — Podia jurar que sua voz estava rouca. Nossa, seria tão óbvia sua atração?

— Pode falar. — Podia jurar que a voz da garota também soava diferente.

Seus olhos se encontraram, dessa vez em lados opostos da mesinha de centro. Havia algo novo entre elas, uma energia difícil de explicar.

— Algumas coisas... Mudaram, durante a quarentena. — A hesitação retornava. Droga, tinha que falar logo!

— Aham. Tipo o quê? — insistiu a garota, dando um leve sorrisinho. Talvez só quisesse ouvi-la admitir. Seria possível que já desconfiasse?

— Bom... Aquele dia que você me disse que estava doente... Lembra daquele dia? — Ela acenou com a cabeça e Natália continuou. — Pois é. Naquele dia eu percebi que... Bom, que as coisas estavam mudando entre nós? — Soou como uma pergunta, mesmo que não fosse sua intenção.

— É? Ou você tá perguntando? — insistiu Rebeca. Não sabia se a garota estava brincando com seus sentimentos ou se realmente não tinha entendido.

— Ahn... Tô contando. — Engoliu em seco, olhando para o chão. Sabia que estava vermelha. Respirou fundo e tirou coragem não sabia de onde para encontrar novamente seus olhos. — Nunca senti tanto medo por ninguém que não fosse família para mim. Sabe?

— Ah, bem que eu achei sua reação um pouco estranha... — Ela sorriu. — Então... Família tipo uma irmã? — Era desapontamento que ouvia em sua voz? Não tinha certeza.

Ficou paralisada por alguns segundos. Nossa, como uma confissão de amor poderia ir tão errado que ela entendesse que estava chamando ela de irmã? Será que era a pior pessoa do mundo quando o assunto era relacionamentos? Jesus amado!

— Eca! Claro que não, Beca! Nada como uma irmã. — Ela encontrou seus olhos de novo, a boca entreaberta em choque. — Que nojenta você!

— Então... O que você está me dizendo?

Vai ficar tudo bemWhere stories live. Discover now