Só fico a sós se for contigo, pt. 2, por Amanda Lomba

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E o sol continuaria a nascer, disso tinha certeza.

Poderia abraçar suas melhores amigas, sem ter que apenas mandar mensagens de áudio para elas, morrendo de saudades. Poderia retornar ao trabalho e rever seus colegas. Era estranho pensar naquele lugar com gratidão, mas havia sempre uma primeira vez para tudo. E talvez Natália tivesse aprendido a ser mais grata, afinal. Quem diria que aprenderia alguma coisa?

E, acima de tudo, ela poderia finalmente colocar em prática aquele pensamento que martelara em sua cabeça durante todo o árduo período de isolamento. O único bálsamo em meio a tanta ansiedade e medo era o nome dela em seus lábios e o sonho de tê-la em seus braços.

Seu dia chegara: veria Rebeca de novo. E agora, finalmente, ela conheceria seus recém-descobertos sentimentos.



***

Diante da campainha da casa de Rebeca, Natália sentia as pernas tremerem. Sentia-se como uma adolescente com seu primeiro amor de novo. Não entendia como fora tão cega por tantos meses. Quando mandara mensagem para suas amigas sobre isso, elas riram por ter demorado tanto para perceber. Aparentemente, era algo tão óbvio para os outros.

Na realidade, Natália não sabia por que demorara tanto também. Não fazia ideia. Talvez fosse algum tipo bizarro de negação. Tudo que sabia é que seus olhos eram atraídos para Rebeca sempre que entrava em algum cômodo. Era como um ímã, mais forte que ela. E quando ela a tocava, sentia um arrepio gostoso que sempre associara às mãos perpetuamente geladas da garota.

Ai, meu Deus, como fora idiota!

Antes que desistisse e fugisse para casa, tocou o interfone. Não demorou até ouvir sua voz responder e pedir que subisse.

Esperava que sua presença a animasse tanto quanto animava a ela.

Respirando fundo, Natália decidiu que era agora ou nunca.










Vai ficar tudo bemDonde viven las historias. Descúbrelo ahora