Capítulo 13

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Mais um dia se passou no planeta vermelho. Assim como acordado, Twin se encarregou de levar Rubi ao simulador de voo durante a manhã, em troca de estar sob sua custódia e atenção. Para a ocasião, vestiu calças justas e uma blusa de tecido flexível, para facilitar os movimentos.

Após o desjejum no refeitório comunal, os dois seguiram pelo passeio público até o elevador multidemensional, que fechou suas portas atrás deles.

- Ala leste, portão 49D!

O elevador seguiu suavemente em velocidade constante como se deslisasse sobre a água. Nem um ruído sequer. Definitivamente, a corporação Landor não havia poupado despesas para o conforto e eficiência da colônia marciana.

Chegando ao seu destino, as portas do elevador se abriram, revelando uma ala inteira com cabines e réplicas de diferentes veículos terrestres, embarcações e aeronaves marcianas. O público predominante era de militares e oficiais da segurança. Homens robustos, de grande estatura. Claramente, nascidos em Marte e ávidos comedores de proteína.

- Sejam bem vindos ao simulador de pilotagem da colônia Gênesis. - soou uma voz masculina de IA. - Escolha o seu veículo.

- Quais são as opções de caça disponíveis? - questionou Rubi. Twin a observou intrigado, como se esperasse a escolha de um transportador aéreo pessoal ou algo do gênero.

- Temos uma ampla variedade de simuladores de voo em caças subaquáticos, aéreos e subespaciais.

- Quero um caça subespacial!

- Temos o modelo arcaico do século XXII, o Y-33 de baixa performance, em simulação de aeronave movida a combustível fóssil. O modelo padrão do exército terráqueo VR-10, com simulação de duas turbinas super sônicas movidas à energia atômica. E o modelo de última geração VR-13, do esquadrão de segurança da colônia Genesis, com simulação de aceleração por impulso de anti-matéria.

- VR-13! - respondeu Rubi, com um brilho no olhar. Era como uma criança diante de uma piscina de chocolate.

Uma luz azul surgiu sobre um dos veículos, uma réplica quase perfeita de um caça VR-13. O mesmo modelo que atingiu o casco do cargueiro Montenegro, há semanas atrás.

O compartimento do piloto se abriu e Rubi subiu a escada que levava à cabine, toda equipada com um painel de navegação de última geração. O capacete era forrado com sensores ligados ao sistema de controle da nave, auxiliando na percepção dos dados e no comando dos equipamentos. Era uma navegação via comando neuroelétrico, algo incrivelmente fodástico!

O compartimento de pilotagem se fechou, dando início ao programa de simulação de voo. Sua missão era interceptar naves piratas que atacavam cargueiros de transporte de mantimentos.

Vestiu o capacete, que se moldou ao seu crânio de modo a garantir uma ampla superfície de contato sensorial. Os eletrodos que se distribuíam na superfície interna do capacete eram capazes de captar as emamações eletromagnéticas do cérebro e convertê-las em bits de informação, exercendo um comando neuroelétrico sobre a máquina de voo. Era uma tecnologia de ponta fantástica, muito além da experiência de navegação e pilotagem que Rubi conheceu em seus muitos anos de prática através do espaço.

Um sinal deu início à experiência de simulação. O caça VR-13 era ágil e veloz, mudando o ângulo de deslocamento com rapidez impressionante. Nada que qualquer nave que Rubi tenha conhecido era capaz de executar. Ela estava literalmente fascinada com aquela máquina. Era como se existisse uma simbiose entre sua mente e o sistema de comandos da nave. Ela sentia com suas entranhas que nasceu para isso.

O grande cargueiro de mantimentos se deslocava logo à frente, enquanto Rubi fazia a escolta pela retaguarda. Tudo parecia calmo e monótono como foi a imensidão do espaço em sua vida, por muito tempo.

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