Trinta e Um: Giqoi

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Ponto de vista de Rick.

Estava novamente em um belo campo repleto de pequeninas flores vermelhas parecidas com cravinas, mas menores. À minha frente havia uma floresta misteriosa, e na direção oposta um monte rochoso e obscuro. Parei por alguns segundos para observar o tenebroso monte que lentamente derramava trevas pelo campo formoso, tirando a vida de tudo por onde passava. À frente estavam Baboo, Elgie e Joel. Enquanto caminhávamos em direção à floresta a escuridão alcançou-nos e então vi alguém surgir logo atrás de Baboo, envolvendo seu braço esquerdo em seu pescoço, sufocando-a até a morte, derrubando-a de joelhos ao chão... Me sinto impedido de tomar qualquer atitude, e vejo o sujeito caminhar até Elgie e, pegando seu bastão de batalha, finca-o em seu abdômen, empurrando-a para o lado enquanto agonizava; e, ao alcançar Joel, que se virava e rapidamente, o estranho pega uma de suas potentes pistolas e dispara-lhe três vezes no peito, e cada um deles o faz recuar com um passo... O sujeito que agora me parece ser um homem, está prestes a virar para que eu veja seu rosto, e então olho à entrada da floresta e avisto novamente o mesmo ser coberto por uma longa capa roxa que ao me ver, adentra a floresta.

Acordo.

Por um segundo me esqueço de onde estou e do que havia escolhido.

Solto os cintos de segurança, levanto-me e vou até a maca presa na lateral interior da nave... Relembro que decidi abandonar minha equipe, meus amigos, minha filha... Relembro que não me sentia digno de estar com uma equipe tão boa, sendo tão falho ao deixar pessoas boas se machucarem o tempo todo. Relembro que sou um fracasso. Me arrependo de ter relembrado de tudo isso, e sinto vergonha de mim mesmo.

A nave yatogana está estaticamente pairando em frente a um micro planeta.

— Navegador, o que está esperando para descer? Vamos! — digo em tom ríspido e indignado.

O computador nada responde, apenas obedece e adentra o planeta que o painel de controle apontava como "Giqoi".

A nave adentra o planeta e aterrissa próximo a um penhasco, que ficava próximo a uma enorme queda d'água, que ficava em frente a uma floresta de mata bem fechada, com apenas uma trilha evidente sugerindo passagem. Os sóis já estão se pondo e acredito ser melhor passar a noite na nave.

— Que lugar é esse? Cheio de mato e mosquitos? — disse irritado com os mosquitos que tentavam insistentemente entrar em meus ouvidos como se fosse seu abrigo.

Ao me voltar para a nave, noto que o chão está úmido demais, ameaçando asegurança da nave e, ao mesmo tempo ouço sons indistintos vindos de dentro dafloresta, de criaturas aparentemente pequenas... O barranco começa a deslizar ecorro em direção à nave. Caio junto com ela pelos dezessete metros de altura dacachoeira e me impulsiono para longe da nave, caindo dentro da água e apagando.

ASAN QUO, GUARDIÕES REAIS: ODISSEIAWhere stories live. Discover now