20. Jack

137 12 1
                                    


Desesperado.

Essa palavra me definia.

Eu não conseguia me levantar, continuava deitado, e com a cabeça explodindo. O efeito do álcool ainda agia, mas eu conseguia raciocinar um pouco.

Depois que eu tive o desprazer de ver a rosto de Brook diante daquela merda que aconteceu, Surtei mentalmente, não consegui acreditar que o infeliz que julguei ser meu amigo, que sempre considerei, foi capaz de fazer o fez.

Quando Brook saiu do quarto, com ódio nos olhos, sabia que tinha magoado ele de alguma forma. Na hora mal conseguia pensar, mas agora... Quando Andy chegou irritado, querendo saber o que aconteceu, tentei explicar mas foi em vão, eu só ouvia os berros do Andy e a voz ridícula do Harvey explicando a merda toda. Eu tava cagando pra eles, até pra mim. Só queria o Brooklyn.

Cantwell saiu, Andy me deu um "sermão" como ele mesmo diz que é coisa de amigo. Ele parecia minha mãe, porém ele realmente parecia estar chateado comigo. O mesmo ligo várias vezes para o Brooklyn, e não deu certo.

E agora, quando finalmente me vi sozinho naquele quarto, depois de ligar para o Broklyn mais de dez vezes e mandar inúmeras mensagens, resolvi me acalmar. Eu sei que não ia me ajudar em nada ficar me definhando sozinho, afinal não foi minha culpa. Bom, ao menos era nisso que me forçei acreditar.

Tentei relaxar, respirando fundo várias vezes, fechei os olhos e lembrei dele; do olhos, da boca, dos traços, do cheiro... senti lágrimas escorrendo por meu rosto, senti tanto a falta dele naquele momento. Meu coração quase saia pela boca, minha respiração descompassada. Meu peito parecia abrir um buraco, e minha boca tinha um gosto amargo. Me senti tão vazio e sozinho. Não me contive, soltei algums soluços, nunca me senti tão mal. Chorei como uma criança.

Só queria que as coisas não fossem tão complicadas pra mim.

Por um momento só lembrei do abraço dele, e foi tão real que desejei durar pra sempre.

Tive certeza que dormir sonhando com meu Brook.

X

No dia seguinte acordei como esperado: morrendo de dor de cabeça e com aquela ressaca. Chris me ajudou com um analgésico, e um táxi pra me levar pra casa. Ele insistiu pra que eu tomasse um banho, mas eu não quis incomodar, e também eu não gosto de incomodar ninguém, é bem óbvio.

Só queria chegar em casa logo e falar com ele.

Na ida fiquei os vinte minutos em uma luta interna. Minhas pernas tremiam. Ansiedade corroia meus neurônios. Soava feito um porco. Minha situação era caótica. Me sentia sujo e incapaz. Eu tinha certeza que minha cara estava horrível. Peguei meu celular, inúmeras mensagens do Rye, e chamadas do Andy. Tentei retornar, mas minha bateria estava dez por cento. Nisso tudo eu soube que aquele não era o meu dia.

Quando cheguei na porta de casa, respirei fundo e entrei. Tirei meus tênis, como de costume, andei o corredor, e as duas portas dos quartos estavam fechadas, imaginei que estavam dormindo. Aproveitei e tomei um banho, de água fria, daqueles que te acorda pra vida e te faz se sentir vivo. Fiz minhas higienes e fui para o quarto. Me surpreendi quando entrei e não encontrei ninguém no mesmo. Esperava que ele estivesse aqui.

Foi impossível não me sentir ainda pior em relação áquela cena de ontem.
Sem muita disposição coloquei um moletom, uma camiseta e meis. Quando fui até a cozinha encontrei Andy tomando café, ele não disse nada e parecia esperar pela minha presença. Achei estranho. Peguei um litro de água na geladeira e um copo, me sentei na mesa junto com ele. Ele não ficou surpreso quando bebi quase o litro todo. Na verdade ele nem se quer olhou pra mim.

- Cadê o Brooklyn? - quebrei o poha do silêncio.

Andy só bebericou o café e não disse nada.

- Andy!

Ele olhou pra mim sério, como se fosse me meter a porrada.

- Eu falei com ele por mensagem jack, ele volta logo.

- Voltar de onde? por que ele não dormiu em casa?

- Quem é você pra falar jack? - a voz dele saiu levemente alta.

Realmente. Quem sou eu pra falar.

- Eu preciso muito falar com ele Andy.

Fowler semiserrou os olhos pra mim.

- Você lembra de ontem jack?

- Eu estava bêbado - falei o óbvio.

- Tem certeza? - o sarcasmo na voz dele me irritou.

- Andy... você tá duvidando de mim cara?! Você me conhece. Achei que éramos amigos...

Andrew não disse mais um a.

Fui pro quarto e levei a água comigo. Coloquei o celular pra carregar, peguei um casaco do Brooklyn e vesti; tinha o cheiro dele. Fiquei deitado por um tempo pensando na minha situação.

Ouvia algumas vozes e passos. Imediatamente levantei, em um pulo abri a porta, mas fechei rapidamente, pois não era ele.

Era o Rye.

Pra falar a verdade eu não saberia o que dizer se visse o Broklyn na minha frente. Pode parecer que não as vezes, mas eu sou muito inseguro e tímido e... tantas coisas. Me sinto idiota.

Deitei na cama dele, tudo tinha o cheiro dele. Tentei dormir de novo, foi bem rápido mas pareceu bastante, acordei alarmado, assustado. Levantei e fui pegar meu celular que já estava carregado e me assustei ainda mais quando vi as horas. Cinco horas da tarde.

Cinco horas da tarde e Wyatt ainda não chegou?! Que poha tá acontecendo?

Sair do quarto e andei o corredor lentamente até a cozinha, onde pude ouvir algums cochichos, uma conversa baixa, aumentei os passos e rapidamente meus olhos encontraram os dele. Brooklyn estava ali, com Andy e um cara estranho. Não pude esconder minha cara de surpreso.

Quem é aquele cara ?

Brook mal conseguia me olhar, desviava o olhar de mim pro chão. Como se eu não estivesse ali. Meu coração acelerou.

Olhei para o Andy com um olhar questionador, querendo saber que merda tava acontecendo ali, mas ele apenas levantou e saiu andando, passando por mim e indo pro seu quarto.

Fiquei ali esperando alguém dizer alguma coisa, em vão. Voltei para o quarto, deitei na minha cama e esperei.

Algum momento ele vai ter que vim no quarto.

𝐀𝐬 𝐋𝐨𝐧𝐠 𝐀𝐬 𝐖𝐞 𝐃𝐨𝐧'𝐭 𝐊𝐧𝐨𝐰 || 𝐉𝐚𝐜𝐤𝐥𝐲𝐧 ||Onde as histórias ganham vida. Descobre agora