14. Jack

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Acordei no meio da noite com um barulho alto e estrondoso enquando atrás da porta, me fazendo sentir na hora as camadas frias da minha pele se arrepiar pelo vento forte e gelado do ventilador.

Eu estava descoberto quando olhei a figura ao meu lado. Brook estava enrolando da cabeça ao pés com o coberto que antes cobria nós dois. Pude ouvir sua respiração pesada e um pedaço de tecido se mexer ao local aonde provavelmente estaria sua boca.

Não conseguia pensar em nada, mas não deixei de sorrir ao ver a cena.

Fiz movimentos lentos para tentar me levantar em silêncio e caminhei em direção a porta, girando a chave e abrindo a em seguida.

Sair do quarto avistando a luz do corredor e da cozinha acesas, me fazendo andar a diante para verificar se terá alguém no local.

Chegando na cozinha olhando para os lados, vejo a figura alta -e um tanto indesejável pra mim- de Harvey na porta da geladeira. Ele deixou um copo escorrer na pia assim que se virou para direção contrária. Seu olhos se arregalaram e seu corpo salto para trás assim que se deparou com a minha presença.

Por mais que eu quisesse o máximo de distância dele, achei sua reação um pouco bizarra, me fazendo segurar um riso.

- Você quase me mato - disse ele com as mãos no peito e respirando devagar. Identifiquei como se acalmar.

Não era minha intenção.

Já mais calmo ele passou por mim, caminhando até o sofá, passando a ligar a Tv e nosso Xbox. Ele parecia pensar por um momento e depois de algums segundos estendendo um dos controles para mim.

Eu ainda parado no mesmo lugar, na mesma posição Não entendia seus gestos. Eu não pretendia ficar ali, ainda mais perto dele. Mas não vi nada de mais em jogar por algums minutos. Afinal é só um jogo.

Peguei o controle, caminhando até o sofá, sentando ao seu lado. Observando-o configurar algo que eu não fazia mínima questão de lembrar, pois meus pensamentos ainda estavam fora do lugar.

Era um jogo simples de corrida, e nao foi difícil ganhar dele de primeira.

Eu tentava me lembrar de que eu tinha que voltar a dormir, mas eu estava gostando de ganhar dele três vezes, e ouvir-lo suspirar de que essa seria a última. Por fim eu deixei o mesmo vencer, apenas para me livrar e voltar para quarto.

Mas não tão rápido.

- Se divertiram hoje? - perguntou quebrando o silêncio que eu admirava. Exalando um cheiro forte de álcool que saia de sua boca.

Eu não sabia que ele bebia, e de qualquer forma parecia normal seu tom de voz.

Eu não soube identificar uma resposta para sua pergunta. É obviamente claro que me diverti, mas eu não vi necessidade dele saber.

- Você. se divertiu? - Devolvi a pergunta. Eu não estava afim de conversa, muito menos sobre mim, com ele.

Harvey não disse nada, apenas assentiu. Se levantando e andando em minha direção, ficando de frente pra mim.

Essa era a hora pra mim ficar sem reação e paralisar. Mas não. Isso não aconteceu.
Apenas me aproximei ainda mais dele, observando seus olhos caminharem pela extensão de meu rosto.

- O que você quer? - Falei num tom seco e grave. Mal habitava em mim um pingo de paciência para toda aquela enrolação. Ele não tem o direito de me fazer sentir como se fosse obrigado a me redimir diante de suas aproximações indesejáveis.

Eu não quero ter tais reações. Não quero que ele consiga o que quer que fosse de mim. Não quero que ele se interfira em meu relacionamento. E muito menos que ele pense que estou lutando contra isso.

Não. Nao é implicância, ou qualquer coisa do tipo. Eu só quero agir normal. Quero que ele entenda que não tem poder algum sobre mim.

Não por hoje.

O silêncio se instalo, e eu agradeci mentalmente por ele se afastar e por fim me deixar em paz.

Eu estou errado sobre isso?

Eu só pensava em voltar para o quarto e dormir, mas com o que acabará de acontecer segundos atrás, minha mente já estava aberta o suficiente pra me fazer desperta, e meu sono evaporar.

Assim como Harvey poderia fazer.

Não que fosse algo como uma tempestade, mas não é agradável ter tais desentendimentos com Harvey. Não é como se eu quisesse, ele apenas contribuirá para que isso aconteça.

•x•

Resolvi tomar um banho quando avistei minha toalha estendida no banheiro. Não demorei muito, pois eu precisava de qualquer forma. Até relaxei um pouco com a água quente escorrendo por todo meu corpo.

Quando voltei para o quarto só vistir uma cueca e uma meia. Peguei outro coberto e me deitei. Relaxando os ombros e sentindo o calor interno se espalhar por todo tecido que me cobria. Aquecendo-me.

Olhei para o lado esquerdo da cama, onde Brook descansava. Seu rosto não estava mais coberto e suas mãos juntas repousavam na curva de seu ombro.

Dormindo como um anjo.

E foi quando minha mente me recordo a horas atrás, como um filme na minha cabeça. Como algo que eu jamais podesse se quer esquecer. A lembrança de Brook gemendo meu nome em um desespero prazeroso, reagindo a cada toque meu em sua pele, invadiu todos os raios de pensamentos que me obtinham.

Era inexplicável a sensação.

Era inexplicável o desejo que me consumia, apenas por minha mente se direcionar a todo vapor, vagando por seus lábios emtreabertos, a pele quente... e cada expressão de prazer que seu rosto formava.

Ele era lindo. De todas as formas.

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𝐀𝐬 𝐋𝐨𝐧𝐠 𝐀𝐬 𝐖𝐞 𝐃𝐨𝐧'𝐭 𝐊𝐧𝐨𝐰 || 𝐉𝐚𝐜𝐤𝐥𝐲𝐧 ||Onde as histórias ganham vida. Descobre agora